Manobra #9: Brega!

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Yura acabou comprando de Jeongguk os presentes que Taehyung tinha dado a Haeri no shopping. O garoto não sabia muito bem se a amiga tinha feito isso por pena dele ou porque realmente queria comprar aquelas coisas, mas o fato foi que pesquisou o preço no computador e tirou o dinheiro de seu cofrinho — o que veio a calhar, já que a chantagista da Lisa tinha mandado um ultimato a ele.

Ou Jeongguk devolvia o celular no fim daquela semana ou ela o denunciava para os organizadores do concurso.

— Eu queria um desse aqui faz muito tempo... juntei dinheiro só pra esse delineador! — Yura explicou animadamente enquanto lhe entregava as notas de dinheiro. — Quanto falta, agora?

— Bom, eu consegui 150 com o vestido e o sapato, e agora 50 com o delineador e a unha postiça... então faltam mais 100 reais, ou 150, porque acho que o celular tá uns 350... — Jeongguk se sentou na cadeira de seu quarto, frustrado. — Eu nunca vou conseguir arranjar essa grana, é mais fácil falar praquela doida que pode me dedurar pra todo mundo.

— Não diz isso, talvez um milagre ainda aconteça — Yura riu e começou a passar o delineador, olhando o pequeno espelho que Jeongguk tinha no guarda-roupa. — Ei, por que você não participou mais de nenhuma competição de skate? — ela perguntou, de repente.

Jeongguk suspirou.

— Quando comecei a ganhar as competições, meu pai disse que eu ia perder meu tempo participando dessas coisas que nem são importantes... Quer dizer, ele até tinha razão, skate nem é coisa das Olimpíadas... nem posso fazer disso uma carreira... Ele me disse pra parar com isso e estudar direito.

Ela assentiu.

— Ah... é uma pena... você podia ter participado de outras competições e ganhado dinheiro. Aí ia ter dinheiro pra pagar esse celular. Quer dizer, eles dão algum dinheiro além dessas medalhas, não dão?

— Não sei. Quando eu participei, não...

— Então nem isso você teria? — Yura fez um biquinho, chateada.

Eles ficaram em silêncio.

— E o que você vai fazer com o Taehyung?

— Como assim?

— Ele não te convidou para jogar e você ficou de responder depois?

— Ah... é mesmo — Jeongguk olhou para o teto. Já tinha se esquecido daquela história.

Ele estava ignorando Taehyung para arranjar tempo e pensar numa forma de dizer que não queria jogar, tudo para que não tivesse de se vestir de Haeri outra vez. Na verdade, ele esperava que seu silêncio fosse uma resposta clara para o outro. Se não respondesse, então devia ser "não", não é...?

— O que você acha? — Yura olhou para ele, mostrando o delineado.

— Ficou legal.

— Quer que eu faça em você quando for sair com o Taehyung?

— Não vou sair com ele.

— Então tá. — Ela deu de ombros e se levantou. — Eu vou pra casa.

— Tá bom — Jeongguk concordou e acenou. Ela saiu do quarto, levando consigo as coisas que tinha comprado.

Ele rapidamente ligou o computador e começou a jogar o Call of Duty que havia comprado no ano anterior. Depois de quase uma hora sem colocar os pés para fora do quarto, sua mãe apareceu.

— Filho... — ela entrou e fechou a porta.

— Quê? — ele perguntou, concentrado.

A mãe ficou um momento olhando-o jogar. Ela não sabia como seu filho podia gostar daquelas coisas, mas já que o deixava feliz, ela não reclamava demais. Além disso, ele estava sempre andando de skate e vendo os amigos, não era como se ficasse apenas trancado dentro de casa, jogando. Jeongguk nunca dava trabalho, mesmo que suas notas na escola não fossem excelentes. Ela mesma nunca tinha tido as notas mais altas quando estudava, então não via problema nisso, ao contrário do marido, que se preocupava demais com tudo que dizia respeito ao filho.

Garota radical ; kth+jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora