Capítulo XXXIII - Senão Protegê-la por Luther, Eu Irei

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Tenham uma ótima leitura e desde já, muito obrigado

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( Quase uma semana depois ) 

 Estou evitando Mikhael desde aquele dia, só conversamos sobre as coisas do reino e sempre que ele tenta dizer algo fora disso, eu fujo, não quero brigar com ele e muito menos descobrir que ele é pior do que se mostrou aquele dia, ainda não conseguir aceitar que meu melhor amigo, o homem que sempre amei é idiota a ponto de colocar a culpa da morte de uma mãe em seu bebê, um ser totalmente inocente, siceramente, meio que não consigo olhar em seu rosto sem querer chorar de frustação, mesmo que ele não tenha dito aquilo sobre mim, ainda me machuca muito saber esse tipo de pensamento nojento que ele possue. 
 sah, será que é culpa minha também? nunca contei sobre como minha mãe morreu porque não queria pensar nisso, não queria relembrar dessa dor, também me sentia bloqueada sobre me abrir totalmente com Mikhael, sobre meus sentimentos mais profundos, mas, se eu tivesse me abrido, talvez ele nunca tivesse tido tal pensamento sobre a princesa 

 “ Isso nunca será sua culpa, não assuma a responsabilidade pelo Mikhael, ainda mais sobre algo que não tem relação a você” 

 A voz da Sakura ressoa em minha mente dizendo essa mesma frase novamente. Sah me disse isso uma vez, quando quis assumir a responsabilidade pelo erro de Mikhael, lembro dela ter realmente ficado chateada e brava comigo por isso, ela odiava que fizesse isso, afinal, não tenho controle sobre o que as outras pessoas falam ou fazem. 

( Reino Demon, Lunna D. )

 Vou até o quarto de Lua para chamá-la para irmos visitar meu amigo, Andrion. 

Lunna: Lua, vamos?
Lua: Lu-Lunna, eu realmente preciso ir? Princesa, não me sinto confortável
Lunna: eu te juro que ele não vai fazer mal a você, confie em mim 
Lua: princesa Lunna-
Lunna: vamos Lua, ele já deve estar esperando 
Lua: ok… só vou me trocar e avisar o tio Lúcifer que já estamos indo…
Lunna: certo 

( Lua D. )

 Depois de vestir um vestido azul e prender meu cabelo, dividindo-o em dois, mas sem pegar minha franja, caminho até a sala do meu tio. 
 Ao chegar, me assusto, o tio Lucifer nunca deixa a porta aberta "aconteceu algo?", com essa pergunta me deixando desesperada, entro rapidamente na sala, mas antes de dizer algo, paro e congelo na hora. 

 Tio Lúcifer está de costas para mim, usando uma magia de revelação, no caso, a dele em específico revela como a pessoa em seu pensamento será ou é com sua idade, porém meu susto não é com a magia em si, mas por ela está revelando nada mais, nada menos que…

 Luther D., meu pai …

 Mesmo que seja só uma magia, me sinto feliz por poder ver como ele seria se estivesse vivo, entretanto, ao mesmo tempo, as lágrimas aparecem e rolam pelo meu rosto, afinal, é só uma magia, nunca será ele, nunca vou ter meu pai e minha mãe de volta.

Pai… porque dói tanto? Porque não posso tê-lo? 

Lucifer: Lua, o que faz aqui??
Lua: tio, me-
Lúcifer: não lhe ensinaram a ter educação e não entrar sem permissão? ( ele grita e assume sua forma real ) 
Lua: me… me… desculpa, tio eu-
Lúcifer: não quero escutar, saia já daqui 

 Eu… pai, o que eu fiz? Não queria deixar o tio bravo, só tava preocupada e… eu estou com medo, papai, eu estou com medo 

Luan: para, Lúcifer, você está assustando ela ( sinto suas mãos nos meus ombros, me puxando para si, o tio parece cair a ficha do que está acontecendo e volta ao normal ) 

 Graças a presença de Luan, eu consigo me acalmar, não sei realmente o porque que Luan consegue me acalmar e porque me sinto tão bem, tão confortável ao seu lado, só sei que me sinto assim e não tenho vontade de sair de perto dele. 

Lucifer: desculpa, Lu- ( me solto de Luan, dizendo obrigado enquanto saio correndo de lá, sem nem fazer o que de fato iria inicialmente ) 

( Luan D. ) 

Luan: não aceito que desconte e amedronte a Lua
Lucifer: olha como- 
Luan: como digo? Não me importo, se você não protege Lua pelo Luther, eu vou. Não tem nada que passar medo nela com a merda da sua forma 
Lúcifer: é melhor ter respeito com o seu pai
Luan: você não é meu pai. Meu pai, Lucifer, nunca trataria Lua desta forma, meu pai sempre tratou a sobrinha com amor e carinho, meu pai jurou protegê-la ao irmão, não fazer mal a ela
Lucifer: Luan-
Lion: pai, Luan está certo. Lua estava com medo, fora que, Lua nunca entraria em sua sala sem motivo. Sua sala estava com a porta aberta, provavelmente ela ficou preocupada 
Luan: e congelou, travou, sei lá, quando viu o pai dela. 
Lucifer: Lion, quando ela aparecer, me avise, quero me desculpar pelo o que causei. 

( Lion D. ) 

 Luan sai correndo para ver se consegue encontrar Lua. 

Lion: O que está acontecendo? 
Lúcifer: nada.
Lion: Todos sabemos que tem coisa aí. Pai, você nunca agiria assim com Lua, sempre tratou ela como se fosse sua filha 
Lúcifer: só estou nervoso, não se preocupe. 
Lion: hoje vai começar a punição de Lucynia, certo? 
Lúcifer: sim. ( sai sem dizer mais nada ) 

 Mesmo que ele não diga nada. Lucifer, Luther, Louise e  Lucynia viveram desde pequenos juntos, assim como Luan, Lia, Levi, Lunna e eu, então, certamente isso também é difícil para ele. 

 Nosso pai sempre teve a mania de não se abrir com ninguém, muito menos expressar seus sentimentos, minha mãe disse que ele só fazia isso com Luther, algo tipo Luan e eu. Nem quero imaginar como seria não ter meu irmão. Nunca vi meu pai chorar por Luther, mas sempre soube que ele sofria em silêncio.
 Agora ter que matar sua irmã para cumprir com seu dever de Rei, claro que o motivo vai bem além disso, todos os crimes que ela cometeu, para proteger e se vingar por Lua, mas nada disso muda que ele cresceu com essa víbora ao seu lado desde a infância. 
 
 Foi fácil descobrir que a tortura começaria hoje, já que minha mãe não parava de implorar e chorar para que o Rei Lucifer perdoasse Lucynia, mas em mundo algum ele faria isso, ainda mais depois de todos esses crimes terem sido contra Lua D., a filha do verdadeiro sucessor do rei do Reino Demon e seu irmão gêmeo. 

 Fora que, algo me diz que meu pai conhecia a mãe da Lua, mas não só de vista, talvez esteja errado ou talvez minha intuição esteja certa em relação a misteriosa mulher que deu a vida a Lua D. 

( Lua D. ) 

 Eu deveria ter enfrentado o medo e ter dito ao tio o que queria desde o início, mas em vez disso, sai correndo e agora estou sendo arrastada o caminho todo pela princesa Lunna que sinceramente, não desiste nunca quando quer algo.

Ainda sendo arrastada pelas ruas do Reino, com todos os demônios com caras feias de quem dizia que nos mataria se em alguma hipótese pensássemos em respirar o mesmo ar que eles, vejo mais ao fim da rua, um garoto de, provavelmente, 16 anos físicos humanos, sorrindo e balançando sua mão esquerda de um lado para o outro.

 O garoto em questão tem cabelos pretos e olhos vermelhos, está vestindo uma calça preta rasgada, uma blusa azul e uma jaqueta preta, sua expressão alegre se mistura à expressão de confusão quando me vê.

" não acredito que a princesa não avisou ao garoto que iria me arrastar com ela" 

Lunna: oiie, Andie
Andrion: princesa Lunna, já lhe pedi para não me chamar assim. Quem é a garota? Ela não parece confortável em estar aqui 
Lunna: seu nome é Lua, Lua D.
Andrion: prazer em conhecê-la, princesa Lua ( diz se curvando ) 
Lua: i-isso não é ne-necessário, An-Andrion 
Andrion: desculpe-me… mas sua prima é gaga? 
Lunna: não. Apenas muito tímida e vergonhosa. Estou buscando formas de ajudá-la 
Lua: sim… eu… não tenho nenhum distúrbio na fala… tirando minha timidez que me atrapalha… 
Andrion: não se preocupe. A princesa Lunna já me contou sobre você, então não irei fazer nada que lhe incomode 
Lua: obrigado... 

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