CAPÍTULO 2: A FACULDADE

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Finalmente estou em Boston, a faculdade é enorme e tem muitas pessoas, já me belisquei várias vezes hoje, estou em harvard e daqui a poucos dias vou começar a estudar o que eu amo, eu estou em completo êxtase.
    Eu ainda não sei exatamente qual das artes vou escolher, mas isso não é algo que eu preciso fazer agora, por enquanto eu vou explorar tudo o que meu currículo oferece. A faculdade é tão grande que levei vinte minutos pra achar o dormitório, e parece que eu comecei com o pé esquerdo, bem do lado do meu dormitório tem uma cafeteria e esse é mais um motivo pra ser feliz.
Meu quarto fica no terceiro andar do dormitório, subir e descer essas escadas vai ser um bom exercício pra mim, que odeio fazer exercícios. Tem vários pais no corredor se despedindo de suas filhas e isso me fez desejar por um segundo ter o meu pai aqui também, esse é só mais um dos momentos em que eu preciso dele e ele não tá aqui e nunca esteve, não é que eu me importe (talvez eu me importe um pouquinho), eu só queria saber qual é a sensação de ter um pai pra comemorar o dia dos pais, e dançar com ele no baile de pais e filhas que tinha todo ano na minha escola, eu realmente já desejei muito isso, mas agora eu fico pensativa e prefiro esquecer o assunto, aqui e agora só quero me descobrir e fazer as coisas que eu amo.
  
  
    Número 114B achei o meu quarto, minha coluna tá quase mais feliz do que eu, minha colega de quarto ainda não chegou, o quarto é espaçoso e tem uma janela grande que ilumina ele por completo, pelo menos não vou precisar lidar com cheiro de mofo.
    Eu tô ansiosa pra conhecer minha colega de quarto, espero que a gente se dê bem e que possamos conviver tranquilamente, não quero ter que trocar de quarto por causa desse tipo de situação. Escolhi a cama do lado da janela e comecei a arrumar minhas coisas, eu não trouxe tanta coisa e o resto das minhas coisas vai chegar daqui a dois dias, então não tenho muita coisa pra arrumar, estou terminando de arrumar a cama quando a porta do quarto se abre, e uma menina branca como a neve, de cabelos negros passa pela porta do quarto e sorri gentilmente para mim e eu só consigo pensar em como ela parece a branca de neve.
_oi, eu sou celeste e vou cursar direito, muito prazer em te conhecer_ ela estende a mão e eu aperto a mão dela rapidamente "_eu sou Samantha, vou estudar artes e o prazer é todo meu_" ela é tão linda e doce, acho que tive sorte de ter alguém como ela comigo, ajudei ela a arrumar as coisas dela e conversamos sobre várias coisas.
   
Celeste e eu somos bem parecidas, ela também é filha única e perdeu a mãe muito cedo, mas o pai dela sempre fez tudo por ela e eu eu acho incrível o jeito e a intensidade que ela fala sobre ele. Eu e celeste passamos horas conversando e falando sobre nossas vidas até eu ouvir meu estômago roncar (e parece que eu não fui a única que ouviu) olho pra ela envergonhada e falo _eu tô morrendo de fome, Já faz horas que eu comi, e você?_ celeste e ri e fala _eu percebi por causa do barulho, eu também tô com fome e se a gente sair pra comer?_ lembro dá cafeteira do lado dormitório _tem uma cafeteria aqui do lado, e com a fome que eu tô, eu não aguento ir pra longe, topa cafeteira?_ ela ri e balança a cabeça em sinal de aprovação _aee, minha querida branca de neve, você tem meu coração._ ela ri _eu vou se você prometer que não vai me chamar assim na frente de ninguém, promete?_ faço que sim com a cabeça e saímos do quarto em direção a cafeteira.

    A cafeteira é bem agradável e o cheiro da comida é incrível (talvez só seja incrível porque estou com fome, mas muito em breve eu vou descobrir), eu e celeste entramos na fila e conversamos sobre o que vamos pedir.
_ eu acho que vou de chocolate quente e torta de nozes e talvez um misto quente também, e você celeste?_ ela parece chocada pela minha combinação de sabores.
_eu vou querer um refrigerante e um misto quente de peito de peru, e um café preto pra depois_  finalmente achei alguma coisa que a gente não é parecida
_como você consegue gostar de café preto???, É amargo e horrível, não, eu não acredito, você partiu meu coração_ boto a mão no peito e fingo que vou cair, ela ri feito criança e percebo que ela não foi a única que viu meu showzinho, fico completamente sem graça depois de perceber que o garoto do sorriso perfeito e olhos claros também viu minha bela atuação e também está rindo feito criança.

Trilhando meu caminhoOnde histórias criam vida. Descubra agora