capítulo 2

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Se tinha algo que irritava Charlie profundamente, eram os garotos e homens se aproximando em S/n com segundas intenções. Não havia nada que o tirasse de sua boa calma, com isso.

S/n gosta de ver como Charlie ficava enciumado; gostava de como o moreno franzia as sobrancelhas e trincava o maxilar, demonstrando o incômodo que sentia ao ver olhares e interações que vinham carregados de malícia, apenas vindos de outras pessoas.

Charlie não sentia-se insuficiente, sabia que satisfazia S/n de todas as formas possíveis. Apenas não gostava de observar como sua garota atraia tantas pessoas.

Por outro lado, S/n sentia uma dor fora do comum em seus pés. Ela havia chegado no limite. Sentou com dificuldade no chão do corredor, tirando seus tênis brancos, restando apenas as meias, que viu estarem um pouco manchadas de sangue.

Gemeu de dor ao tocar na pontinha dos pés.

-Ei, S/n. O que aconteceu? - Jeremy a avistou e se sentou ao seu lado, vendo a angústia que ela sentia com as dores nos pés

-Eu.... Só estou dolorida. Meus pés só estão um pouco machucados. - tentou ficar mais relaxada, para não transparecer seu desespero.

-Quer que eu te ajude? - o moreno perguntou, pegando levemente no pé da mais nova.

-Não precisa Jeremy. - fechou os olhos ao sentir a massagem leve que o garoto dava.

-Sabe, eu já tive machucados assim. Eu treinava demais, então os machucados só aumentavam. Tive que aprender a massagear eles- assistia admirado enquanto a garota encostava a cabeça para trás de olhos fechados e a boca entreaberta.

- Você é bom nisso- murmurou

Sem perceber, S/N deixou um gemido de dor escapar. Mesmo que não enxergasse, o garoto lhe observava com malícia; já S/n, apenas esquecia da existência de Jeremy e focava na massagem.

Mais um gemido de dor escapou, e S/N acidentalmente falou o nome do garoto.

Para seu azar, Charlie passava pelo corredor no mesmo momento, e parou quando viu a cena, mas principalmente quando ouviu o gemido carregado com um nome.

Charlie sentiu seu sangue ferver. Tudo que ele queria no momento era ir até lá e tira-la das mãos do inútil, que claramente estava excitado.

O moreno então parou na frente dos dois, com o maxilar travado, encarando friamente o moreno que estava com as mãos nos pés de S/n.

-A aula de preparação física já começou Jeremy - falou seco.

-Ah, sim, Sr. Gillespie. Eu só estava ajudando a S/n e-

- Não importa. S/n já é bem grandinha para se cuidar sozinha. Anda, vai pra aula - disse rude, vendo o garoto se levantar com pressa e ir embora.

S/n apenas assistia tudo de olhos arregalados.

- Charlie! Porque falou com ele dessa forma? - tentava colocar os tênis de novo.

-Talvez seja porque a minha namorada estava gemendo o nome de outro no meio do corredor, S/n. ‐ passou a mão pelos cabelos, com o rosto vermelho de raiva.

-Você sabe que eu não fiz por querer. Ele só tentou me ajudar com as dores nos pés Charles. - se levantou devagar.

-Não me importa S/n. Se queria a porra de uma massagem não pés, era só pedir pra mim. Era só pedir pra mim. - falou a última frase pausadamente entre os dentes

-Charlie eu não te devo nada. Eu sou livre. Não é porque recebi uma massagem ou porque eu ACIDENTALMENTE gemido o nome de outro, claramente sem querer, que isso significa que eu esteja te traindo, eu eu esteja dando bola para os outros- S/n disse irritada.

Ballet Dancer- Charlie Gillespie Onde histórias criam vida. Descubra agora