Alguém bateu à porta da sala de aula.
— Lucas, o diretor está chamando para uma reunião rápida com os professores — Roger, o professor de educação física chamou o colega de trabalho — aparentemente sobre os alunos pichando os banheiros com caneta permanente — ele olhou acusadoramente para toda a sala.
Alguns desviaram olhares culpados e outros alunos conversavam animados com a possibilidade de fugir da supervisão do professor.
Olhei para fora, era apenas mais um aluno naquela sala e que não queria problemas.
Na janela eu via as barras de ferro que foram colocadas recentemente para que os alunos parassem de pular por elas para ir para o pátio e que impediam a minha visão completa do céu nublado que prometia chuva, mas que até então não tinha deixado cair sequer uma gota d'água.
— Amanda! — o professor chamou — você cuida da sala! Se alguém causar problemas depois me passe o nome!
— Ok professor! — Amanda, uma das garotas que sentava a frente respondeu. Éramos em 20 alunos na sala, mas os professores pareciam ter afeição apenas por ela.
Assim que o professor saiu todos começaram as conversas paralelas.
— Você viu como ela está agora? — um dos garotos que estava atrás de mim, Arthur, comentava com os amigos — acho que da próxima vez nos podemos pegar os materiais e jogar do telhado — eles falavam e riam.
— Você realmente deveria parar com isso — eu disse a ele, não éramos exatamente amigos, mas como sentava atrás de mim tínhamos um acordo de paz implícito de não perturbarmos um ao outro — logo você vai acabar se ferrando por causa de a perseguir...
— Todos da escola fazem o mesmo! Ninguém se importa com a coitadinha — ele fez voz de deboche — algumas pessoas apenas nasceram para os outros descontarem sua raiva — eles riram.
Olhei para Natalia, a garota que todos perseguiam, para mim ela só parecia uma menina cheia de ansiedade e depressiva e que não precisava dos outros a perseguindo... Realmente me dava pena... Queria poder fazer algo...
Um trovão ressoou alto demais fazendo todos se encolherem de susto e por um instante a sala ficou escura como um breu, isso era estranho... Mesmo que que as luzes se apagassem era de dia lá fora.
Cocei os olhos, talvez fosse apenas a luz repentina que me cegou por um instante.
Senti um arrepio, talvez o outono fosse frio esse ano.
— Hey! Arthur! Matheus! — Isabela, uma das garotas populares da sala chamou a mim e a meu colega — venham aqui! Vamos jogar cartas!
Eu não era exatamente popular, mas pelo menos não me dava mal com ninguém daquela sala. Olhei para Natalia, esperava que ao menos pudesse ajuda-la... Se houvesse alguma forma de enturma-la com o resto...
Suspirei, não sabia como ajuda-la, mas tinha certeza que alguém faria isso um dia.
— Chamem o Bernardo também! — Isabela gritou e olhei para o rapaz dormindo no fundo da sala e um dos amigos de Arthur fez um sinal de positivo indo até ele.
Fui olhar o que jogavam, parecia algo como poker e todos pareciam fazendo apostas.
Um grito cortou a sala, seguido do barulho de carteiras e cadeiras caindo e rolando pelo chão.
— Theo? O que foi? — Arthur perguntou a ele e todos olharam para Bernardo.
Quando olhei para trás me paralisei por um instante, não conseguindo processar o que via.
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Horror*Conto de terror* (não me julguem, é a primeira vez que tento) O que parecia ser uma aula vaga tornou-se um verdadeiro um verdadeiro massacre. Ninguém sabe explicar o que e como aconteceu e a única certeza é que a cada relâmpago o número de sobrevi...