Trinta e Nove

548 88 12
                                    

Soojin não conseguia dormir.

Quando era mais nova, sua mãe a avisava de que ela era uma pessoa muito empática. Era uma benção e uma maldição. Soojin sentia pelos outros tão fortemente que às vezes ela sentia como se estivesse passando por tanta dor quanto eles.

Assim foi com Shuhua quando ela apareceu pela primeira vez no apartamento. Soojin só começou a se importar ainda mais quando o passado da menina foi revelado.

Agora, sua empatia se manifestou em seu obstinado protecionismo para com sua esposa.

Mas esta noite, sua mente não estava em Shuhua. A taiwanesa estava enrolada contentemente na cama ao lado de Soojin, dormindo profundamente. Ela estava em seus braços. Soojin não precisava se preocupar com ela.

Em vez disso, os seus pensamentos estavam na membro mais novo da casa, que elas haviam posto na cama há algumas horas.

Era difícil para ela tentar entender como a criança estava se sentindo. Ela entenderia?

Soojin suspirou, olhando para o teto e mordendo o lábio.

Ela tinha que entender, Soojin pensou no que Shuhua havia dito. Rosie deve ter uma ideia geral do que aconteceu. Ela poderia não ter entendido completamente, mas era difícil interpretar o que a menina tinha passado.

Gemendo, Soojin rolou de lado e fechou os olhos. O sono não foi fácil. Não foi fácil para ela relaxar sabendo que havia alguém com que ela se importava e que não era tão feliz quanto elas poderiam ser.

Então, com um suspiro frustrado, Soojin lentamente tirou os braços de Shuhua de seu torso e deslizou para fora da cama. Certificando-se de ficar quieta, ela lentamente saiu do quarto e seguiu pelo corredor. Seu estúdio de arte sempre parecia proporcionar seu conforto.

Antes que ela pudesse ir até o final do corredor, algo mais chamou sua atenção. A porta à sua direita estava ligeiramente aberta, e havia apenas luz suficiente para ela ver dois pequenos olhos castanhos olhando para ela.

Assim que ela levantou uma sobrancelha questionadora, a menina entrou em pânico e, momentos depois, a porta do quarto foi fechada. Franzindo as sobrancelhas, Soojin inclinou a cabeça para o lado e colocou a mão na maçaneta.

"Não há nada a temer, você sabe." Sussurrou baixinho, lentamente girando a maçaneta e abrindo-a ligeiramente. Rosie olhou para ela, com hesitação em seus olhos.

"Eu não sou uma pessoa má." Soojin disse baixinho, agachando-se e estendendo a mão para a garota menor. "O que há de errado, bebê? Venha cá."

Rosie olhou para Soojin timidamente, e a mais velha notou o quanto seu lábio inferior estava tremendo. Ignorando a mão de Soojin, a pequena menina andou para frente e se jogou em seus braços, agarrando-se à mulher mais velha.

Soojin ficou surpresa com as ações da criança, especialmente quando sentiu as mãos de Rosie começarem a tremer quando as lágrimas finalmente se derramaram.

Quase instintivamente, ela colocou os braços ao redor da menina mais nova, segurando-a contra o peito. Ignorando o fato de que elas estavam no meio do corredor, ela se sentou e puxou Rosie em seu colo.

"Eu sei querida." Soojin sussurrou, sentindo seu coração quebrar sobre a pobre criança perturbada em seus braços. "Não é tão assustador quanto parece agora. Eu prometo."

Rosie apenas segurou-a com mais força. Algo sobre o fato de que a criança se recusou a deixar ir enviou arrepios na espinha de Soojin. Como se ela estivesse com medo do que aconteceria se ela soltasse.

"Você quer falar sobre isso?" Perguntou Soojin, sem saber como deveria lidar com esse tipo de coisa. Gentilmente, ela colocou as mãos nos ombros de Rosie e as separou para que ela pudesse estudar o rosto da garota. Pequenas mãos se levantaram para limpar suas bochechas tensas e a pequena criança sacudiu a cabeça timidamente.

Green (Sooshu)Onde histórias criam vida. Descubra agora