Prólogo

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"A polícia ainda está a procura da criminosa responsável por diversos assaltos a comércios e residências na cidade desde o ano de 2015 e três assassinatos em uma academia no Bairro Jardim Ipê no mês passado. O delegado Gean Souza, responsável pelo caso, afirma que Elisa Maria Nunes, de 23 anos está foragida. A polícia está monitorando as saídas da cidade a fim de não deixar que ela saia. Caso você veja essa mulher, denuncie no 190, sua ligação será de modo anônimo."

Amanda encarou a foto na televisão. Era uma mulher loira de cabelo curto repicado, ela tinha um olhar ameaçador. Parecia bem mais jovem do que era, parecendo até ser mais jovem que Amanda, que acabava de completar seus 19 anos.

A morena suspirou, desligando a Tv e indo até a cozinha, pensando no que iria fazer para o jantar, já que logo sua mãe estaria em casa.

Enquanto procurava por algo na geladeira, Amanda não ligou para o barulho da porta da frente batendo, imaginando que fosse sua mãe que havia chegado e ido direto para o quarto para se trocar.

Não demorou muito para que ela ouvisse novas batidas na porta.

— Ué, quem será? — A garota estranhou, já que era um pouco tarde para visitas.

Secando as mãos em um pano de prato, Amanda caminhou até a sala.

Quando passou pela parede que dividia a cozinha do outro cômodo, ela sentiu uma mão tapar sua boca, lhe puxando para trás de um pilar.

— Fica quieta. — Uma voz feminina sussurrou no seu ouvido de uma forma ameaçadora.

A morena se desesperou, debatendo-se contra quem quer que fosse aquela pessoa desconhecida que lhe segurava.

Ao mesmo tempo em que lutava, ela ouvia as insistentes batidas na porta ficarem mais altas.

— Amanda, você está em casa? — Ela reconheceu a voz do lado de fora, era Márcia, sua vizinha.

— Se você gritar, eu vou ter que dar um jeito em você. — A pessoa que lhe segurava sussurrou novamente.

— Amanda? Eu preciso de um pouco de açúcar emprestado. — Márcia falou, parando de bater na porta.

— Hmm! — A morena tentou se soltar, fazendo com que fosse apertada com mais força.

— Acho que ela não está… — A mulher do lado de fora falou sozinha. — Juro que vi alguém entrando aqui.

Não demorou muito para tudo ficar em silêncio, onde o único som eram os gemidos de desespero que a garota dava enquanto era segurada por alguém que nem conhecia.

Depois de ter certeza que a mulher do lado de fora havia ido embora, a mão que cobria a boca da morena foi retirada.

— Sem gritar. — A pessoa disse sem sussurrar dessa vez.

Amanda não disse nada, estava ocupada demais segurando o choro de desespero. A garota foi segurada pelos ombros, sendo virada, ficando de frente com a pessoa que lhe ameaçava.

Era uma garota pálida, com o cabelo extremamente curto e loiro, com uma mecha roxa que formava uma espécie de listra que descia pela sua franja, parecia não ter mais que 18 anos. Ela encarava Amanda com um olhar calmo, como se o que estivesse fazendo fosse algo extremamente normal.

— Quem é você? — A morena perguntou com a voz chorosa.

— Você não sabe quem eu sou? — A outra respondeu.

— Não.

— Eu realmente pensei que você se lembraria de mim…

Aquela garota realmente parecia familiar para Amanda, mas ela não lembrava de onde, até um estalo surgir em sua cabeça.

— V-você é a mulher d-do jornal… — Ela encarou a loira, o desespero em sua voz era visível.

— Só isso? — A outra disse decepcionada. — Realmente?

— D-desculpa, eu não sei. — Amanda estava prestes a chorar.

— Decepcionante. — A loira suspirou. — Pelo menos você não tentou fugir.

— Se eu fugir você vai me matar…

— Como? Nem estou armada. — Ela falou calmamente.

— Não?

— Não.

Ao saber disso, Amanda jogou sua cabeça para frente, batendo no rosto da outra, fazendo com que ela lhe soltasse.

A garota correu em direção da porta, quando estava prestes a alcançar a saída, se assustou com um zumbido passando perto da sua cabeça, logo vendo o quadro que ficava perto da porta ser atingido, caindo no chão.

Amanda gritou com o susto.

— Parada aí! — Ela escutou a garota dizer.

A morena parou de correr, se virando para ela e vendo que estava lhe apontando uma arma com um silenciador.

— Você disse que não estava armada! — Amanda se desesperou, vendo que a arma estava mirada na sua cabeça.

— Eu costumo mentir. — A loira respondeu, se aproximando, mas sem nunca tirar a outra garota da sua mira.

— Por que fez isso? — A outra começou a chorar, estaria brincando com ela antes de lhe matar?

— Eu só queria ver se podia confiar em você. — A loira lhe puxou pelo braço, a levando de volta para a cozinha. — Mas posso ver que não.

— O que você quer comigo? — Amanda dizia em meio ao choro, enquanto era arrastada pela outra garota. — Você quer dinheiro? Eu te fiz alguma coisa?

— Sim, você fez. — Ela parou, se virando para a que chorava.

— Então me desculpa, por favor, mas não faz nada comigo. — A morena disse desesperada.

— Infelizmente vou ter que te machucar, pois sei que não vai colaborar comigo, mas prometo que vai ser rápido. — A garota pálida disse com um sorriso, erguendo a mão que segurava a arma.

— Não! — Amanda não teve tempo de gritar, pois foi atingida com uma coronhada na cabeça, desmaiando na hora.

A loira se sentia um pouco culpada ao segurar o corpo desacordado da outra garota, mas sabia que aquilo era necessário, pois logo tudo estaria bem.

Obsessão por liberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora