CAPITULO 1

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"Quando nossos corações nos pregam uma peça, não há como desviar..."

ENZO

Estava bastante atrasado para meu compromisso, mas ainda havia um paciente que não havia sido atendido. Olhei no sistema o seu nome, e fiquei um pouco paralisado. Gabriel Paixão? Não é possível que seja quem estou pensando...

Relevei.

Sei que várias pessoas têm o mesmo sobrenome, e por isso me acalmei um pouco mais. Após liberar a entrada dele pelo sistema, esperei por alguns instantes revivendo alguns acontecimentos que ocorreram certos anos atrás com um homem que tinha exatamente o mesmo nome do meu próximo paciente.

Em um súbito segundo, ouvi uma pequena batida em minha porta. Como de costume, pedi para a pessoa entrar, todavia eu realmente não esperava o que aconteceu em seguida...

Quando o vi entrar, um misto de sensações me acometeu. Perdi o foco e a fala. Fiquei nervoso e não consegui parar de fitá-lo por uma grande fração de tempo.

É ele.

- Gabriel? - Olhei aturdido para aquele homem que anos atrás fez parte da minha vida.

- Boa tarde, doutor. - Ele sorriu sem graça.

Vários instantes se passaram, mas eu não conseguia expressar mais nenhuma palavra, tamanho o meu desconforto com essa situação. Vou explicar para vocês o motivo de estar assim...

Conheci Gabriel quando ele completou 16 anos de idade. Na época eu tinha 17 anos, e era uma pessoa bastante centrada em meus objetivos. Sempre tive o sonho de ser médico e por isso sempre estudei para que minhas notas alcançassem uma média exorbitante para realizar meu sonho.

Uma festa de aniversário foi o ápice para que eu me encantasse com o jeito de Gabriel. Ele era diferente dos outros homens, e isso me chamou atenção, bem lá no fundo.

Gabriel sempre foi muito tímido, e tinha poucos amigos na época. Quando o olhei pela primeira vez, senti algo estranho em meu peito. Sabe quando o coração acelera do nada quando olhamos para uma específica? Então, foi isso que ocorreu, e na época eu não sabia como lidar com essa situação, muito menos com esse sentimento que havia brotado em meu peito.

O tempo foi passando e a minha coragem foi aumentando em tentar alguma aproximação. Confesso, antes era tímido, até demais para o meu gosto. Hoje... bem, sou exatamente o oposto.

Mas, voltando a nossa historia, o fato é que conversamos somente quando Gabriel completou 17 anos de idade. E, se for resumir os fatos, três meses depois do primeiro diálogo começamos a namorar.

Gabriel sempre foi um lindo homem, o mais bonito que tive a oportunidade de conhecer. Sua pele morena contrastava com seus cabelos escuros. Seu corpo era todo natural, e por isso me deixei fantasiar por vários momentos com o que ele escondia por debaixo de suas roupas. Eu disse anteriormente que ele era o homem mais lindo que tinha visto por causa desses aspectos, só que tinha mais, bem mais...

Seus olhos verdes, juntamente com seus cabelos negros me lembravam alguns atores de Hollywood, vocês podem pensar que é exagero, mas não é! Além de tudo, ele media 1,75m e tinha imposição, apesar de ser tímido. Ele chamava atenção onde passava...

DOUTOR AMOR (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora