Náufragos precisam de um farol (Capitulo único).

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Jason estava correndo o mais rápido que podia, ele já sentia suas pernas doerem, mas mesmo assim ele corria, sem nem ao menos saber ao certo do que estava correndo, ele ignorava as gotas de chuva que caiam do céu e mão parava de correr. O clima parecia querer imitar o jeito como o emocional de Jason estava.

Jason conseguiu ouvir um trovão rugir ao fundo, um raio cortou o céu indicando que aquela não era uma boa hora para se estar na rua.

Jason ainda corria, ele ainda corria quando seu peito começou a doer, ele ainda corria quando a chuva apertou mais ainda encharcando sua roupa, ele ainda corria quando mais trovoes e raio se fizeram presentes, ele ainda corria.

Ele ainda corria.

Quando ainda era criança, Jason sempre odiou os dias de chuvas pois isso significava que ele não poderia sair, teria que ficar preso de casa, e sua casa nunca foi o melhor lugar de todos, principalmente depois que sua irmã havia ido embora.

Hoje em dia ele já não sabia mais exatamente qual era a sua opinião em relação a dias chuvosos, e isso é totalmente culpa de Percy Jackson.

Percy amava chuva, mas ele gostava daquelas calmas, aquelas garoas inofensivas, mas que te proporcionavam sentir a água na pele, e Percy amava sentir a água fria em sua pele, mas em compensação ele odiava as chuvas fortes, mas especificamente os trovoes e os raios.

Jason nunca entendeu a razão, mas era um fato que trovoes e raios as vezes assustavam, ou melhor o davam pavor.

Annabeth tinha a teoria de que aquilo estava relacionado com algum trauma de infância, já que Jason não sabia o que pensar.

Mas aí teve aquele dia, aquele dia que havia chovido muito, as pedras de granizo podiam ser ouvidas se chocando contra a janela, e deitados na cama Jason abraçou Percy, o abraçou passando toda a segurança que consegui, o abraçou até que suas lagrimas sessassem, até que as batidas do seu coração se normalizassem.

E Jason nunca havia se sentindo como naquele dia, quando tocar a pele de Percy fez a sua se arrepiar quando sentir a cabeça do outro em seu peito e a sua respiração em seu pescoço fez seu coração bater mais forte e algo se remexer em seu estomago.

E de uma hora para outras Percy se viu preso nos olhos verdes, ele se viu querendo tocar o cabelo rebelde, ele se viu apaixonado pela aquela personalidade tão imprevisível quanto o mar.

Jason havia se tornado um naufrago sem nem ao menos perceber.

Era como se correntes elétricas passassem por seu corpo toda vez que Percy o olhava. E isso o dava medo, um medo tão gigante que era indescritível.

Jason já tinha problemas o suficiente em casa, ele não precisava lidar com o fato de gay, ou bi, ou pan, ou seja, lá que rotulo ele se colocaria no futuro, ele tinha que lida com seu pai agressivo, com a falta que sua irmã fazia e com uma mãe bêbada, ele não tinha emocional para questionamentos sobre sua sexualidade.

Jason parou de correr quando se viu parado na frende daquela casa tão familiar, a chuva ainda caia, sua roupa grudava em seu corpo, mas mesmo assim ele toca a campainha da casa, e pacientemente espera até que seu manino atenda a porta.

Seu menino...

Pelos deuses, ele estava ferrado.

Antes que Percy pudesse raciocinar o que estava acontecendo, Jason o abraça com força, como se o mesmo fosse sumir em minutos, um novo trovão é ouvido e Jason sente o corpo em seus braços enrijecer.

Jason queria muito poder proteger Percy de todas as tempestades que o ameaçavam.

-Você perdeu o juízo!? - Percy questiona de forma indignada enquanto sente a roupa molhada e fria do outro encostando em si.

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⏰ Última atualização: May 22, 2021 ⏰

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Tempestade (Jercy)Onde histórias criam vida. Descubra agora