Capítulo 1

4 1 4
                                    

Sempre preferi o manto preto da noite do que o brilho do dia, talvez seja por isso que me falte sentimento, talvez esse seja o motivo de não sentir nada quando em punho uma faca contra o pescoço dos meus alvos, e mesmo quando imploram por piedade, não me sinto inclinada a lhes oferecer empatia.

Hoje o alvo estava bem decidido a barganhar por sua vida, me arrisco a afirmar que teria entregado toda sua fortuna se isso significasse que não teria a garganta cortada, mas para infelicidade de nós dois, uma vez que um acordo é firmado com a liga dos assassinos, ele tem que ser cumprido por ambas as partes, uma lei que nem mesmo eu estou disposta a quebrar.

O corpo se encontrava esparramado pelo escritório da sua casa, eu realmente não sabia o que iria acontecer com toda aquela sujeira, e agora sim estava com pena de quem iria ter que limpar, porque aquele lugar iria ficar insuportável em breve, sangue e álcool, péssima combinação.

Mesmo com o baile acontecendo do outro lado da propriedade, ainda podia ouvir as músicas e barulho dos convidados, com um pouco de sorte ninguém procuraria o morto ali, até de manhã, o que não seria nenhum pouco emocionante, mas ordens são ordens.

Me abaixei para limpar a adaga e esconde-la novamente entre as saias do vestido de baile, um ótimo disfarce eu diria, ninguém nunca desconfia que uma mulher possa sobrepor um homem, eles ficariam surpresos com o números de homens com esse mesmo pensamento já torturei e matei.

Levantei minhas saias tomando cuidado para não pisar no sangue, ajustei a máscara e sai para o corredor fechando a porta atrás de mim, não iria voltar para festa, estava demasiadamente chata e sinceramente eu preferia o aconchego do meu quarto e da minha cama do que qualquer tipo de festa, especialmente festas de nobres.

Virei a direita no final do corredor, havia estudado a planta daquela casa mil vezes, sabia como achar a saída sem passar pelos sentinelas, graças aos deuses o rei não teve a decência de comparecer aquele baile em específico ou a casa estaria lotada de guardas que eu teria bastante trabalho em distrair.

Cheguei a umas das portas que dava para o jardim, podia ouvir vozes, vindo ao longe provavelmente criados já que estava muito perto da cozinha, me apressei e passei pela porta, saindo em um enorme jardim mal iluminado, inspirei o ar puro da noite, e sai caminhando para fora da propriedade, serviço feito, pagamento em mãos, finalmente férias.

Dama da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora