Catherine

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Aquela imagem exuberantemente horrenda não afastava-se de meu cérebro, é como se eu acabara de presenciar um filme de terror, e logo após ter de ir ao banheiro. Depois desse episódio deitei-me na cama e fiquei coberta por meu edredom marrom escuro de veludo que herdei de minha avó Eva aos 12 anos. Nunca conheci meu avô, quando nasci minha família nunca mencionara o seu nome, questionava algumas vezes da situação de não o conhece-lo e todas as vezes me deram sempre a mesma resposta que nao entrara em minha cabeça "Não há necessidade de saber sobre ele, eu sou sua avó e seu avô" e seu eu ousasse perguntar mais de uma vez, ficaria de castigo com os joelhos fixados no frio mais rigoroso. Minha avó faleceu três anos antes de meus pais, estava com a saúde amena e teve um ataque cardíaco. Sinto sua falta, era muita apegada a sua presença tinha olhos claros típico de minha família, belos cabelos brancos, pequenas ruguinhas ao lado de seus olhos, e aquela pinta pequena em cima da boca em concavidade com seus nariz que a fazia parecer com as mulheres de 1920, que tinham vários talentos clássicos além da beleza, lembro-me como se fosse hoje, seus olhos brilhantes me olhando com ternura dando-me aconchego em seu colo no inverno minha estação favorita, enquanto tomávamos uma bela caneca de achocolatado e ela abrira meu livro favorito "O gato da floresta perdida" relatando sobre um destemido gato gordinho e suas adoráveis donas feiticeiras, ainda acabo me distraído e converso com ela sem perceber, mesmo sem sua irrelevante existência.

A cada momento que olho para as paredes vermelho claro que havia recomendando ao pintor que o fizesse, pois é minha cor favorita olho distante e percebo o quão estou solitária, o demasiado tempo que não visito velhos amigos depois de perder minha família, e como fiquei assim fazendo da solidão minha única compania.

Ainda não sei o que pensar sobre a tal bruxa "dos olhos azuis", não é normal em uma nevasca receber uma inconveniente visita de um menino inocente que demonstra ser uma velha feiticeira de cabelos brancos, eu não sei o que está acontecendo, e acho que deve ser essa cidade amaldiçoada pelo passado, devo estar ficando louca e espassar um pouco daqui rumo a outros ares me faria bem.

- Toc toc!- soou minha porta, dei um pulo perfeito e vesti um roupão preto com duas camadas naturais de tecido de algodão, caminhei até o corredor escuro e vi uma sombra muito grande em frente a janela grande com dobradiças douradas e a pintura já meio branca desmerecida.

- Quem é?- perguntei, e uma voz rouca e aguda respondeu no mesmo instante.

- Sou eu Helena!- se não tivesse me falhado a memória não o reconheceria, mas era a voz de Charles, abri devagar em um silêncio momentâneo, as ruas estavam vazias a velha casinha amigável da senhora Waters estava com as luzes apagadas, a neve já havia desaparecido mas ainda deixando o frio cauteloso no ar, olhando para aquele homem de cabelos castanhos claros e lisos, olhos verdes e um rosto simetricamente perfeito, abusando de uma bela jaqueta de couro marrom escuro e calças jeans solta, com um toco de cigarro nas mãos grandes e longas me perguntara o que estava fazendo ali esta hora e o que ele queria comigo.

- Olá Charles! Como vai?

- Estou bem, desculpe vir assim esta hora da noite mas eu estava muito preocupado!

- Preocupado? Com o que?

- Hoje enquanto eu estava trabalhando com o feno, vi três senhoras em frente a sua casa.

- Três senhoras? Charles eu estava em casa o tempo inteiro não vi ninguém.

- A senhorita me desculpe, mas eu sei o que eu vi, elas eram estranhas, na verdade não consegui ver muito a suas faces, estavam usando casacos grandes e lisos com capuzes na cabeça.- um arrepio sobrevoou em minha espinha, engoli em seco, não aceitava atividades suspeitas em um dia apenas.

- E o que elas estavam fazendo?

- Ah, eu não intendi muito bem, se eu fosse um louco poderia jurar que fossem bruxas!- riu ele, puxando aquele pequeno toco de cigarro para dentro de seus pulmões.

Charm MalefíciaOnde histórias criam vida. Descubra agora