Ruínas

Promessa é trato.

- Vamos lá pessoal! Vamos começar mais um dia.
Este que acabou de se pronunciar , muito otimista para meu gosto, é provavelmente um dos maiores amantes de mistérios do mundo, além disso é meu instrutor de investigação amadora. Não consigo evitar de sentir uma mistura de administração e raiva por ele, sendo que ele apenas segue seu sonho de trazer mais pessoas a investigação forense sem precisar de uma faculdade, o que poderia dar de errado né?
Ele sozinho fundou a turma Vermelhos, que de acordo com ele, é inspirado em sua cor favorita.
Gosto de pensar que somos uma cópia mal feita de Scooby- doo, só que sem o scooby.
Entretanto, por mais de minhas ideias negativas, é uma turma legal até, somos ao todo 20 alunos, onde apenas queremos ver cenas de crime sem precisar de um distintivo. Provavelmente não somos legalizados pelo governo, mas isso é o de menos, todos aqui cada vez que saem estão com os olhos brilhando em excitação para trabalhar.
A lei de tudo que é ilegal é mais gostoso, se aplica perfeitamente nesse contexto.
Rolo os olhos e olho para meu amigo que está prestando atenção as instruções do instrutor, relembrando de como caí nessa turma de doidos.
Quero deixar uma coisa bem clara não estou aqui por escolha própria e sim apenas por que perdi uma aposta idiota para meu melhor amigo Park, feita em uma noite regada a bebidas e dança, apenas nadar numa piscina mais rápido que ele, coisa fácil não?
Deveria ser, geralmente eu ganho dele.Mas naquele dia em especial, ele incorporou o Felps, não sei como, e terminou ela em tempo recorde enquanto eu no ritmo dos mortais tentava nadar sem engolir água.
E simples assim que a história de minha ruína deu início com seu cabelo castanho molhado e olhos caramelo, me olhando como se fosse o dia mais feliz da vida dele, enquanto ria de mim por ter perdido.
Tudo bem, promessa é trato.
Não pude deixar ele sozinho nas aventuras dele.
- Senhorita Sofia?
Ouço uma voz rouca falar perto de meu ouvido, obrigando- me a sair de meus devaneios, olho na direção do som e me deparo com Rafael, meu instrutor, me fitando provocativo.
- Sim? - Com meu melhor sorriso respondo-o na esperança de me livrar do possível sermão.
- Apenas vamos sair , você está aqui nesse local há uns 5 minutos enquanto a turma inteira já está lá fora. - Fala enquanto caminha até a saída.
Observo com raiva suas costas largas e fortes, seu cabelo moreno com mechas em verde escuro penteado para trás, como se fosse o senhor do mundo. Enquanto faço isso, ele para na porta e me olha como se me perguntasse
" Você não vem?".
Respiro fundo e sigo ele, afinal, não tenho nada melhor para fazer mesmo.
Park, você me paga.