O Azul de William

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Mais uma vez o sol raia na cidade do Recife, William retira suas cobertas, calmamente, como quem não necessita se preocupar com o tempo, senta-se na beirada da cama, e passa a mão sobre o rosto, para avisar a si mesmo que o dia começou, levanta da cama, mas não antes de beijar sua linda esposa que dormia ali, tranquila, como um anjo.

William vai até o banheiro para lavar o rosto na pia, se olha no espelho e diz – hoje será um grande dia, hoje eu terei um dia ótimo. Quase como um ritual antes de começar a correria como psiquiatra.

William sai de seu quarto, e caminha pelo longo corredor, passa na porta do quarto de seu filho mais velho e o mesmo está acordado. – Bom dia pai, dormiu bem? Ele pergunta. – Sim meu filho, tive uma noite maravilhosa, vamos tomar café da manhã?

Eles sentam-se na mesa, e o pai pergunta. – Como vai a escola campeão? – Bem meu pai, a mamãe hoje caprichou no café da manhã, veja só, temos até uma bandeja de frutas. – Sim ela sempre capricha em tudo, não é querida?

Após o café da manha ele se veste para ir ao trabalho, sai de sua casa com um sorriso maravilhado no rosto, como se fosse a primeira vez que o fizesse, cumprimenta os vizinhos que passam por ele no caminho do estacionamento. – Está um lindo dia não é Sra. Carmem? – Sim Dr. William, um lindo dia, tenha um bom trabalho, e não se esqueça do banheiro.

Ele segue seu caminho até seu carro, ao entrar no seu carro e o ligar, seu filho vem correndo e diz – pai! Pai! Não esqueça de mim, tens de me levar até a escola hoje. Ele sorri, e sem entender como pode ter esquecido de seu filho, ele o pede desculpas. – Sinto muito João, eu mal pude me lembrar.

William deixa seu filho na escola e segue ao trabalho, no caminho, ele decide ouvir a rádio, liga e uma reportagem interessante estava passando.

(-infelizmente a policia da cidade do recife não consegue combater a este criminoso que está a solta por aí, já são 25 mortos confirmado e 10 com ligações ao assassino em série, porém ainda não confirmados, até quando eu lhes pergunto, senhoras e senhores, até quando teremos que acordar dia sim e dia não aumentando essa lista? Até quando teremos que aguentar isto? Eu digo que basta, esse monstro deve ser impedido imediatamente...)

William desliga o rádio rapidamente. – Que loucura... não posso permitir que isso acabe com meu dia. Essas notícias horríveis, de cada dia, é insuportável de ouvir, imagina viver isto, tenho pena dos familiares destas vítimas. Diz ele de si para si.

Ao chegar no estacionamento do renomado hospital em qual trabalha, ele estaciona seu carro ao lado de sua colega de trabalho, e lhe cumprimenta, como sempre, acompanhado de um enorme sorriso em seu rosto. – Bom dia Dra. Maria, como vai? – Bem como sempre William, mais um dia de trabalho no Real Hospital Francês, você trouxe aquilo que te pedi? Ela pergunta rapidamente, como se estivesse cansada. – Claro que sim, essa receita de chá para gripe, é infalível, minha avozinha costumava fazer para mim quando viva.

Ele entrega a ela uma garrafa térmica, e um papel, com a receita do chá. – Espero que melhore logo Dra. Maria. Os dois seguem para a entrada do Hospital, porem apenas um deles entra. Sem entender o que se passa, William questiona Dra. Maria sobre sua decisão de não entrar. – Oque houve? Não vais entrar? Ele pergunta. – Não, não, eu esqueci algo no carro, preciso ir buscar, pode ir sem mim, nos vemos na hora do almoço. Diz ela com um sorriso no rosto e uma voz de quem está segurando o sorriso.

Ele segue seu caminho, passa na receção e dá bom dia aos rececionistas, todos como sempre se alegram com o sorriso esbelto que William carrega.

Ele chega no elevador, e enquanto ele o espera duas meninas passam correndo e chorando por ele, elas não deveriam ter mais de 7 anos cada, e aquilo o deixa bem preocupado.

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⏰ Última atualização: May 26, 2021 ⏰

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