PUNK MEETS PUPPY

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Megumi não tinha um tipo. Foi assim que Fushiguro respondeu para a frase absurda falada para ele. Você têm, absurdamente. Essa foi a resposta de Maki para a resposta exasperada dele, sobrancelhas erguidas e braços cruzados sobre seu peito de um jeito que dizia que ela o socaria se ele não concordasse com ela, de novo.

Fushiguro deixou ar escapar pela boca com zombaria. É claro que ele não tinha um tipo.

O que ele têm é um par de olhos; olhos muito bons e atentos, com visão perfeita, que podiam ver a sala da casa de onde ele estava na cozinha, segurando uma cerveja, pressionando os ombros com os da Maki de um jeito indignado, fixados na cabeça de um cara de cabelo cor-de-rosa.

A visão de Fushiguro era tão boa que ele podia perceber que o cabelo era bem mantido, raiz num vermelho brilhante onde as luzes batiam na tinta recente, dedos um pouquinho manchados, seca e limpa nas unhas quando ele sorriu grande e pegou a guitarra da mão de uma menina, encostando-a facilmente em sua perna. Pera, o quê?

Maki soprou de onde ela estava ao lado dele e ele bateu seu cotovelo na cintura dela, apenas para ter um aperto malvado no braço como vingança.

Fushiguro não tinha certeza sobre o que de sua expressão calma e recolhida podia trazer essa reação de sua amiga, o indivíduo do outro lado da sala arrumando a afinação da guitarra com uma expressão concentrada. Apenas do sorriso nunca ter saído de sua boca.

Eles dois assistiram ao que ele devolveu a guitarra com facilidade, triunfo empolgado por todo o seu rosto quando a menina ajustou a guitarra de volta em si, envergonhada.

Fushiguro parou de se encostar no balcão apenas para virar o corpo para o outro lado, fazendo careta quando percebeu o esgar óbvio que Maki estava o lançando.

— Você têm um tipo. — Ela disse de novo. Fushiguro revirou os olhos — Você praticamente pulou 'pra fora da sua própria pele quando viu ele.

— Eu não fiz nada do tipo. — Fushiguro se defendeu, bebericando sua cerveja antes de bater a latinha contra o balcão com um barulho alto — E mesmo se eu tivesse um tipo, ele não se encaixaria.

Maki deu um gole da cerveja e continuou balançando as pernas, ainda sentada no balcão, tudo enquanto encarava ele com as sobrancelhas erguidas. Fushiguro estreitou os olhos para ela.

— Sério? — Ela disse, de alguma forma conseguindo colocar todo seu desdém numa única palavra — Seu tipo não são meninos bonitinhos e musculosos, com sorrisos enormes e vozes mais doce que mel? — Ela quase deu risada na última parte — Que encanta todo mundo com uma palavra só? Que te encanta com uma palavra só?

Fushiguro encarou sua cerveja como se Maki não tivesse o perguntando alguma coisa. Maki bufou.

— Você 'tá vendo coisa onde não têm. — Ele falou para ela, em vez de dizer sim.

Maki assentiu para ele e jogou a latinha de cerveja dela na pia. Ela bateu no armário e rolou pelo fogão, vazia.

— É. — Maki disse, concordando por meio segundo — Ainda não.

Fushiguro se virou para ela bruscamente.

— O quê? — Ele demandou.

Maki o olhou calmamente, a parte de baixo de seus lábios tremendo enquanto ela tentava esconder um sorriso, algo que só acontecia quando ela estava planejando caos puro. Fushiguro se ajeitou mais reto em pé.

— Eu não vou conversar com ele. — Fushiguro falou para ela, suando embaixo de seu olhar.

Ela abriu um sorriso doce, seu cabelo solto sobre seus ombros em vez de seu rabo de cavalo habitual agravando sua próxima expressão horripilante.

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⏰ Última atualização: May 27, 2021 ⏰

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