001 x capítulo um

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- Para que os esperar, eles não vão voltar! - Santigo falou, se levantando. - Vamos, Bia. - Segurou o braço dela, mas ela ficou parada, olhando para ele.

- Para onde vamos?

- Vocês são o Santiago Jung e a Beatriz Jung? - Santiago olhou desconfiado, mas assentiu com a cabeça. - Podem vir comigo? Estamos numa sala, mas tem aqui outra com uns brinquedos.

- Nós vamos para casa? - Beatriz perguntou, tentando por tudo não chorar, pois ela queria os seus pais de volta, e as palavras do irmão não lhe saíam da cabeça. Ela tinha fé que eles estavam realmente numa sala ao lado, mas Santiago na sua cabeça sempre dizia aquela maldita frase, por isso a vontade para casa. - Nossos pais já estão bem?

- Vocês não podem ficar naquela casa pois são muito pequeninos, então enquanto os vossos pais ainda estão aqui, vamos vos levar para outro lugar, assim podem descansar.

- Os nossos pais não vão voltar! - Santiago exclama. - Já esperamos e esperamos e nada! Onde eles estão? Eu sei que eles se foram, mas quero saber onde está o corpo deles!

- Vocês são muito pequeninos para saber... Mas eu prometo que voltam.

- Eles não vão voltar! Eu sou uma criança, mas eu não sou tão burro assim! - A enfermeira responsável por eles respirou fundo, logo vendo os polícias entrando para saber de algum parentesco, pois órfãos eles já eram, mas queriam saber se eles tinham alguém com quem pudessem ficar.

- Vocês são muito novos, isso vai vos prejudicar. Mas eu quero que confiem em nós e que tudo o que iremos fazer é para o vosso bem. - Um dos polícias se baixou enquanto falava, sentindo pena dos garotinhos, sobretudo da mais nova, que já escorria lágrimas em seus olhos enquanto segurava ainda mais forte a mão do seu irmão.

- Eles foram para o céu? Foram mesmo? - Beatriz olhou o irmão, que baixou a cabeça, respiranfo a cabeça. Então a pequena olhou para o polícia. - Eles prometeram que não iriam tão cedo.

- Você sabe que nunca se sabe o dia de amanhã, mas quem dirá que eles não podem voltar? Não pense assim. - O polícia diz, tentando amenizar a situação.

- Se eles estão no céu nunca mais os vamos ver, Bia. - O polícia encara Santiago, soltando após um longo suspiro.

- Assim você complica.

- Desculpe. - Pediu, comprimindo seus lábios. - Vamos, Bia, vamos brincar um pouco.

- Tudo bem... - Embora a Jung mais nova não quisesse brincar, ela seguiu o irmão. Beatriz queria os pais de volta, mas pelas palavras de Santiago, percebeu que eles agora estavam no céu. Olhou para o teto enquanto era levada pelo irmão, dando um "tchau" para o teto e deixando mais lágrimas escorrer.

Se seu nome constactava o significado de felicidade - além de guerreira e outras mais coisas -, porque ela se sentia triste? Totalmente vazia e sem forças?

Claramente os pais não tiveram sorte ao escolher o nome dela.

[...]

- Não tem nada. Eles estão órfãos e sem ninguém para ficar com eles. Não há mais nada a fazer do que levar eles para o orfanato aqui da cidade, eles ficarão melhor lá. Sobreviveram a um acidente gravíssimo, nem sei como eles estão vivos e ainda conseguirem se colocar de pé. - Um dos policias fala, analisando novamente os papéis. - Eles deviam ter ficado com sequelas graves também, mas não apresentam. Mas o filho mais velho sabe que os pais morreram e fica constantemente falando isso para a irmã, querendo que ela aceite.

- Passaram seis dias e a pequena ainda tinha uma esperança. Talvez tenha sido melhor assim, realmente é difícil. São apenas crianças. Eles nem menos puderam se despedir, nem mesmo os ver por uma última vez. Nem dez anos de idade têm para passar isto. Eles não merecem. Mas eles são completos guerreiros por terem sobrevivido os dois e continuarem juntos. - Uma das médicas entra na conversa, suspirando enquanto segurava sua pasta.

- Tudo acontece e ainda tem coisas para acontecer, não se sabe o dia de amanhã e também não se sabe o que vai acontecer connosco. - Um outro policial, que até agora estava calado, deu a voz. - Se eles ficarem aqui, só lhe dão mais esperança. Eu quero o melhor para essas crianças.

- Irão então para o orfanato da cidade. - A médica confirmou olhando a sua outra colega, que escrevia tudo no computador. - Iremos contactar para eles irem ainda hoje, não devemos perder mais tempo.

- Certo, iremos ainda trabalhar para descobrir algum parentesco. Quem sabe eles não passem tanto tempo no orfanato e possam ficar com a família que ainda poderá restar.

- Falaremos com o orfanato sobre supostas adoções, pois como falaram não tem parentesco, mas nunca se deve parar uma investigação só num dia e eu compreendo que isso maior parte das vezes é um à parte do vosso trabalho, acredito em vocês. Mas digo uma coisa. Seria muito triste se eles se separassem ao serem adotados. Percebi que eles são realmente muito apegados e neste momento só se têm um ao outro.

[...]

- Santiago, Beatriz. - Uma voz chamou os garotos, que estavam desenhando num caderno com várias canetas. Bia estava desenhando o exato momento que o carro bateu, embora não tenha visto o que foi que embateu, ela desenhou um carro pequeno e um gigante, uma estrada com um tom verde dos lados, quatro pessoas, estando duas delas deitadas no chão, com vermelho em volta. Isso óbvio que preocupou quem viu, mas Santiago tentou esconder quando ele percebeu realmente o que estava desenhado, tentando o esconder. - Sou a Doutora Yeji, vou vos levar para um sítio onde podem descansar e brincar com outras crianças.

- Porque não vamos para casa? - A pequena perguntou, com um biquinho em seus lábios, segurando novamente as mãos do irmão, se levantando junto com ele.

- Vocês vão, mas não hoje. - Santiago estava desconfiado mais uma vez. Isso já era dele, ele era uma criança completamente desconfiada. Normal crianças serem, mas Santiago era ainda mais. Ele dirigiu-se com a irmã até uma carrinha, que não tinha ninguém, porém possuía cadeirinhas de criança, parecidas com as que eles possuíam no carro do pais.

Primeiro colocaram Bia dentro da carrinha, depois Santiago entrou sozinho. O mais velho colocou o sinto à irmã, logo em seguida colocando o seu.

- Eu só queria ir para casa. - Beatriz falou baixinho, pegando o desenho que o irmão tinha escondido, o abrindo e vendo o que desenhou. - Com os pais. - Uma lágrima lhe escapou, mas logo a secou quando percebeu que o irmão olhava os seus dedos em cima das coxinhas. Pegou na mão do irmão, tentando lhe dar conforto, mas quem lhe dava mais era ele a ela.

Eles só queria os seus pais de volta, mas não podiam ter. Nem dez anos tinham, o que eles poderiam fazer para mudar as coisas?

Exato, nada. Apenas teriam que aceitar, e isso iria doer. Doer muito. Seria a dor mais dolorosa que eles iriam transportar consigo por toda a vida.

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⏰ Última atualização: Feb 19, 2024 ⏰

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