Primeira Carta

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Péssimo, era minha definição no momento, desgastado, exausto de tudo.

Comentários ruins sobre minha aparência, problemas pessoas e uma grande mancha na minha pele, aquilo tudo junto me deixava para baixo, não sentia tanto ânimo quanto normalmente sentia.

Era difícil lidar, então num momento de fraqueza eu derramei lágrimas por isso, várias lágrimas juntas em uma lamentação silenciosa no quarto durante a noite.

Naquele lugar escuro que eu não conhecia por completo, ansioso.

Até ele abrir a porta e me perguntar se eu estava bem, ainda sem acender as luzes, deixando o ambiente um pouco mais confortável, somente com sua presença.

- Nick? Tudo bem? - ele falava baixo, mas o suficiênte para que eu conseguisse escutar algo.

Me sento apoiado na parede de seu quarto de hóspedes, esperando que ele venha até mim, é exatamente o que faz.

Sua preocupação enquanto vem até mim e notável, me deixa seguro.

Ele se senta na minha frente limpando minhas lágrimas e sorrindo.

- O que houve? Por você tá chorando? Eu fiz algo errado? - o castanho dispara perguntas

- Calma... Você não fez nada - "você nunca faz"

Ele se levanta e estende as mãos para mim, eu não sei porque ele quer que eu levante, mais onde ele quiser me levar eu vou.

Me levanto e ele pega na minha mão me levando até a cozinha devagar e me dando um copo d'água. Amo o quão atencioso ele é.

- Vem - ele espera eu tomar o copo e me puxa novamente, dessa vez ele me puxa para o seu quarto, fechando a porta assim que entramos.

Então ele liga a tv, colocando em Modern Family na Netflix, eu solto um sorriso involuntário e me senti na cama dele, ele vem logo atrás de mim se sentando também.

- Agora me diz o que foi? - ele pergunta preocupado

- Só algumas coisas, pensamentos que vieram juntos, nada demais mano - eu jogo um pouco da verdade

Ele se se apoia na cabeceira da cama e sorri, fazendo um gesto para eu me juntar a ele.

"Venha aqui" diz

E eu me apoio junto a ele, ao seu lado.

- Já tá melhor? - Ele pergunta

- sim, um pouco, você sempre melhora tudo - eu solto involuntário, virando um pouco porém ainda meio mal.

Ele parece sem graça, então me puxa para seu peito, me prendendo em um abraço leve, me consolando e sorrindo, enquanto dizia o quão " incrível, Lindo e suficiente" eu era.

Eu devolvi o abraço sorrindo enquanto me encostaca no seu peito, ele acaricia meu cabelo levemente.

- Pode chorar se quiser, eu tô aqui para isso - ele me deixa livre

E eu desabo mais uma vez, pensando no quão ruim eu posso ser e no quão... Bom ele é.

Meus defeitos, meu prazeres, minhas inseguranças..... Vão, embora quando ele me fazendo cafuné diz "você é perfeito em tudo, okay? Não deixe ninguém te colocar para baixo, não te coloque"

Então eu choro mais e mais, lamentando tudo, e principalmente por ele.

Lamentando ele, por que eu não sei se o mereço na minha vida, não se devo.

Mais incrivelmente... Tudo se vai novamente com um abraço forte e mais palavras bonitas e bem compostas naquele momento.. sua boca falava e eu ouvia com atenção, a culpa de ver ele soltar palavras que o culpavam quando ele era a coisa que mais me fazia bem, meu pilar emocional com quem eu sempre contei.

Era horrível a sensação de ter alguém que você ama culpando a su mesmo, ou duvidando do quanto você a ama.

Mas você não pode dizer o quanto a ama, séria estranho.

Então peço para ele parar colocado minhas mãos, bem maiores que a dele em seus bochechas e falando que tudo aquilo era um peso meu, ele não precisava se culpar ou se lamentar.

Aliviado ele me abraça beijando meu cabelo e acariciando o mesmo, mantendo todo aquele toque que eu não gostava muito, mais quando se tratava dele eu deixava, já que é a forma dele de desmontar afeto a alguém, e essa forma me acalma. Como eu amo seus abraços com moletons fofos e aconchegantes, era meu conforto.. minha estabilidade.

- Tá melhor? - ele pergunta sorrindo para mim

- graças a você

- obrigado - ele sorriu cada vez mais largo, fazendo meu coração pular um batida, logo me tocando novamente nos cabelos e virando para televisão enquanto assiste a série ao meu lado, sorrindo e dando gargalhadas bobas.

Karl Jacobs... Eu te amo tanto, minha maior desistabilidade, minha queda livre, é saber que você nunca vai ser meu, como eu gostaria que você fosse.

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