Tudo o que Ohnniena sabia era que tinha dormido tranquilamente e acordado naquela floresta no meio do nada, neve cobria o chão quando se forçou para cima na tentativa de levantar falhando miseravelmente. Seu tornozelo estava dolorido demais, como se caído do pequeno morro atrás de si e torcido o tornozelo. Ele estava inchado e com pequenos pontos roxos à sua volta.
A visão se tornou turva, embaçada. Um som de passou ecoou pela neve, no máximo uma pessoa, os passos pesados indicaram ser um macho. Ohnienna se obrigou a levantar a cabeça, os passos se aproximaram revelando o dono daquele som, mas o que apareceu em sua frente não era só um macho, mas um macho alado. As asas eram iguais às de morcegos, porém ainda maiores.
Os olhos azuis brilharam na escuridão que se formava ao redor de seus olhos quando o macho correu para ela e então tudo escureceu.
~
Fazia horas desde que Nyx dormira bem o suficiente para permanecer dois dias acordado. Naquela mesma manhã decidiu que sobrevoaria Veláris apenas para apreciar a visão da linda cidade que morava, que crescera ao lado das melhores pessoas que poderia ter em sua vida, sua família.
Seus pais sempre o ensinavam como as coisas funcionavam, o educavam e repreendiam quando fazia algo errado. Mor era a tia que lhe mostrava como as pessoas eram diferentes e como a provocar seus tios. Azriel e Cassian, embora divertidos, Cassian era seu favorito, sempre o acobertava quando se metia em encrenca e também o mostrava como se meter em uma e esconder de seu pai.
Suas tias... Nyx, não tinha o que falar. Elas eram perfeitas Elain sempre foi a mais calma e na dela, Nestha, ela já era mais ativa conversava com ele, embora se mantivesse um pouco distante dos outros tirando o próprio Cassian.
Duas horas depois do almoço, ele ainda estava na floresta vagando por ela sem nada para fazer ou procurar.
Duas horas de caminhada sem rumo, suas asas estavam geladas quando decidiu apenas andar pela neve, as árvores com as folhas revestidas em gelo. Ele passou a mão por uma delas, os dedos enluvados permitiram que o frio não passasse para sua pele, graças aos deuses o couro illiryano o aquecia bem o bastante para aguentar o frio.
Sua mente estava concentrada nas folhas quando ouviu o som de algo se arrastando ou tentando se mexer. Nyx não havia levado armas, mas seu poder era forte o suficiente para derrubar quem ou o que quer que fosse.
Manteve seus passos calmos e silenciosos, ele andou em direção ao som encontrando o final de um morro, mas o que chamou sua atenção não foi o montante de pedras, terra e neve, mas sim a fêmea que estava ali, jogada no chão gelado e quase inconsciente.
Nyx não tentou saber quem era, apenas correu até a fêmea pegando-a no colo. Seu corpo estava muito leve, como se não comesse há dias, estava pálida e congelando. Ele não perdeu tempo pondo-se aos ares, voando o mais rápido possível para a casa do rio onde todos estavam.
O vento estava a seu favor dando mais tempo para que ajudassem ela. Ele pousou na varanda da casa recebendo os olhares de todos ali presentes.
– Sei que estão cansados, mas preciso que dêem espaço só um pouco! – Nyx falou para Cassian, Mor e Azriel que levantaram do sofá sem rodeios.
– Calma aí rapaz, mal conheceu a garota e já está ficando territorial? – Cassian provocou o sobrinho.
Nyx lhe devolveu um olhar que prometia morte, incrivelmente idêntico ao do pai, tanto dele quanto de Feyre quando respondeu:
– Ela estava jogada na neve, sabe o Caldeirão por quanto tempo, sem comida ou bebida, pálida como a morte. Achou mesmo que eu deixaria ela lá? – retrucou ele deitando a garota no sofá.
– Relaxa morceguinho júnior! – levantou as mãos em redenção.
– Ela disse alguma coisa quando encontrou-a filho? – Feyre perguntou calmamente se aproximando do filho e da garota tentando evitar que uma outra briga ocorresse naquela sala.
Ele negou com a cabeça. Sua mão foi direto para a testa e o pescoço da garota — sentindo sua temperatura — e Nyx pediu à mãe um único favor.
– Por favor, peça para arranjarem um quarto para. Ela precisa se aquecer...
– Vai com calma garoto, mal conheceu ela, nem sabe se ela é uma inimiga ou aliada. – Amren interrompeu o herdeiro da corte noturna e a olhou com raiva.
– Se não cuidarmos dela, aí sim teremos um inimigo, como você mesma disse não conhecemos ela, mas não é por isso que vou deixá-la passar frio e ficar doente! – seu tom de voz fez Amren arquear a sobrancelha, mas não se abalou.
O círculo íntimo não disse nada, sua mãe olhou para Cerridwen e Nuala que assentaram sumindo pelo corredor que levaria para os quartos.
Rhysand não tirou sua atenção do filho e da garota inconsciente, sabia que algo a mais estava envolvido, que não era somente proteção e a questão de ter um "inimigo" se a tratassem de forma cruel.
A garota respirava o que era bom, mas o tom tão pálido de sua pele e lábios dizia que ela poderia ficar doente. A explicação mais provável até o momento era o frio e a falta alimento.
Sua expressão permaneceu séria para a garota e ficou aliviado por Nyx não vê-la. Deu passos curtos até sua parceira segurando seu braço levemente, Feyre virou o rosto para a direção e disse pelo laço.
"Vou para o escritório, preciso falar com você!"
Feyre assentiu e Rhys atravessou deixando os outros ali em volta da garota desconhecida.
– O que houve? – perguntou o herdeiro para sua mãe.
– Nada filho. Cerridwen e Nuala já voltarão avisando que pode levá-la. – ele suspirou parecendo frustrado.
– Enquanto elas não vêm, me dê aquela manta por favor. – pediu ele apontando para a manta azul marinho e roxa jogada no braço do sofá. Cassian deu-a com um pouco de cuidado lembrando da demonstração anterior de raiva do sobrinho.
– Obrigado! – disse cobrindo a garota para não deixá-la morrer de frio.
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Dimensional Love
FanfictionVinte anos haviam se passado desde a guerra, humanos, feéricos, illiryanos entre outras espécies viviam juntas, em harmonia. Um novo fundo que fora forjado diante de tanto ódio, desprezo e dor e agora nada mais de ruim adornava Prythian, nem as terr...