ATENÇÃO: Capítulo com indícios de crise de ansiedade e ataque de pânico, se é sensível ao tema pule, até o primeiro pontilhado, não é algo que vá ser muito importante para a história então não precisa se preocupar
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Por que sou tão fraco?!
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Izuku ainda estava ao lado de Katsuki que nada falava, os dois seguiam em silencio sendo acompanhados por Megumi e Nobara, os amigos do loiro até tentaram o puxar para uma confraternização, mas um olhar do mesmo foi o bastante para não falarem nada
- Como se sente? - Izuku questionou por fim ao pararem na porta da casa do loiro
- Não preciso da sua preocupação - Ele murmurou entrando em casa irritado
- Sujeitinho mal educado - Nobara reclamou, mas Izuku apenas suspirou
- Ele odeia se mostrar fraco, mas precisa de ajuda - Midoriya digitou para Mitsuki contando o que notou e então foi para casa, Nobara se jogou em sua cama nem um pouco preocupada em ver o menor tirar a camisa enquanto ia para o banheiro, já Megumi optou por ajudar Inko no jantar para dar privacidade ao mais novo
Katsuki subiu direto para o quarto e trancou a porta jogando a mochila longe enquanto as primeiras lágrimas começavam a cair, as mãos trêmulas tentando as secar enquanto o choro se intensificava
Flashs daquele ataque em sua mente enquanto caia de joelhos sem aguentar esse aperto em seu peito, por que era tão fraco?! Por que algo tão pequeno para todos o atingia desse jeito?! Por que pareceu que precisava ser cuidado?! Merda!
Levou a mão ao peito agarrando a camisa do uniforme como se isso fosse capaz de sumir com sua dor enquanto chorava cada vez mais alto, precisava tentar controlar o que não tinha controle, não queria preocupar seus pais
Precisava se livrar dessa dor, precisava ser forte, sempre o chamaram de forte, não podia se permitir ser fraco, nunca, mesmo que estivesse mal não podia... não aguentou, um grito escapou de seus lábios, a dor emocional superando qualquer dor física da fadiga em usar sua peculiaridade enquanto finalmente deitava no chão, o frio do espaço causando um leve choque térmico com o seu corpo sempre quente, outro grito veio e outro, até ficar rouco, seu corpo balançando enquanto soluçava, sua mente gritando incansavelmente o quanto era fraco e patético e nunca seria capaz de alcançar todas as expectativas dedicadas a si
Adormeceu e teve pesadelos mais uma vez
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Mitsuki estava sentada na porta do quarto do filho, assim que ele entrou ela percebeu como ele estava mal e buscou por ele, mas Katsuki havia trancado a porta do quarto, tentou chamar quando o ouviu chorar, sabia bem das crises de seu menino, por isso tinha feito uma chave reserva para casos assim, tinha medo do pior, e como não teria? Principalmente desde o ataque daquele vilão há mais de um ano, ele tinha piorado tanto
Os gritos eram ensurdecedores para o ouvido materno que sabia que entrar lá naquele momento não ajudaria em nada, Katsuki odiava a preocupar e ele só se sentiria pior, então esperou até não ouvir mais nada, notando que ele provavelmente havia dormido após tanto chorar, assim destrancou a porta e entrou
Quis chorar ao o ver no chão, encolhido em posição fetal, o rosto inchado, as lágrimas ainda rolando em sonho, saliva escorrendo por ter estado gritando até a rouquidão, o pegou no colo como se nada pesasse e o deitou tirando a camisa molhada de lágrimas e o cobrindo com todo carinho do mundo
Queria que seu filho não tentasse carregar tudo sozinho, queria tanto que houvesse uma ajuda para ele, lembrava de antigas leituras que fez no passado, de uma profissão sufocada por outra, os psicólogos começavam a ser aceitos como profissão de verdade e não apenas coisa de louco quando os heróis surgiram, foram sobrepujados, esmagados pela nova profissão, apagados da existência, nenhuma regulamentação trabalhista, nenhum salário, as pessoas aos poucos foram mudando o foco e então caiu em esquecimento, Mitsuki esperava que um dia as pessoas voltassem a olhar para o emocional, talvez se as coisas fossem diferentes se Katsuki estivesse mentalmente seguro
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Katsuki acordou sentindo o macio dos lençóis e o carinho de sua mãe, não queria ser forte naquele momento, queria apenas voltar a ser criança e ouvir a voz de Deku o chamando pra brincar enquanto pensavam no que seriam as individualidades deles, se virou para a mulher que cantava uma canção de ninar baixinho, a abraçou pela cintura escondendo o rosto no colo da mais velha enquanto voltava a chorar, se odiava tanto!
Se odiava a cada vez que era fraco, se odiava a cada vez que ficava pra trás, se odiava a cada vez que seus amigos se afastavam com medo, se odiava a cada vez que sua personalidade o atrapalhava, se odiava, se odiava, se odiava
- Seu pai fez chá de hibisco, o seu favorito - A mulher sussurrou tocando os cabelos tão parecidos com os seus - Quer que ele traga aqui? - Katsuki negou e os dois voltaram ao silencio até ele se acalmar e se sentar olhando para as próprias mãos, estava sem camisa, agradecia por isso, seu corpo era naturalmente quente e no verão suava muito
- Midoriya me enviou uma mensagem dizendo o que aconteceu no pódio... - Mitsuki voltou a falar - Quando se sentir pronto estaremos aqui tudo bem? - Beijou a testa dele e se levantou - Acha que consegue tomar um banho? Eu posso chamar Kirishima para jogarem
- Eu só quero ficar sozinho
- Tudo bem, ficaremos sozinhos ao seu lado - A mulher desceu para buscar o jantar do filho, já passava da meia noite, mas ela não se importava, ao chegar na sala seu marido a esperava preocupado, nenhum dos dois tinha jantado esperando por Katsuki, ambos preocupados demais para comer - Ele não quer conversar
- Vou subir e ficar com ele, tente jantar - O homem subiu e Mitsuki foi para a cozinha preocupada
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O Descendente de Gojo Satoru
Fiksi PenggemarGojo Satoru já estava cansado de todo o conservadorismo dos Anciões Jujutsu, queria dar um jeito nisso e pensou que pela educação, aos poucos colocando gente mais jovem no poder, fosse a melhor forma, mas quando um descendente seu surgiu e começou a...