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Havia apenas dois tipos de gente em nossa cidade."As burras e as empacadas ", que foi como minha mãe afetuosamente classificara nossos vizinhos. "Os que estão condenados a ficar ou são burros demais para ir embora.todos os outros acham um meio de fugir."Não havia dúvida sobre qual dos dois ela era, Mas eu nunca tinha tido coragem de perguntar o motivo. Minha mãe era escritora,e morávamos em Daegu, Coreia do sul, porque todos os Kirishima sempre moraram ali, desde que o tataravô do meu tataravô, Ellis Kirishima, lutou e morreu no outro lado do rio Santee durante a Guerra Civil.
Só que o pessoal daqui não a chamava de Guerra Civil. Todos com menos de 60 anos a chamavam de Guerra entre os estados, enquanto todos com mais de 60 anos a chamavam de Guerra de Agressão Norte, como se de alguma forma o norte tivese levado o sul a entrar na guerra por causa de um fardo ruim de algodão. Todos, menos minha familia. Nós a chámavamos de Guerra Civil.
Era apenas mais um motivo pelo qual eu mal podia esperar para ir em bora daqui.
Daegu não era como as cidadezinhas que se vê nos cinemas, a não ser que fosse um filme sobre cinquenta anos atrás, Estávamos longe demais de Seul para ter um Starbucks ou um McDonald's. Só tinhamos um Dar-ee Keen, já que os Ashido eram pães-duros demais para comprar novas letras quando compraram o Dairy King. A biblioteca ainda tinha os livros catalogados em cartões, a escola ainda tinha quadros-negros e nossa piscina da comunidade era o lago Moultrie, com água marrom morna e tudo. Podiamos ver um filme no Cineplex na mesma época que ele saía em DVD mas tínhamos que pegar uma carona até Seul, perto da faculdade comunitaria. As lojas ficavam na rua Main, as boas casas ficavam na rua River,e todas as outras pessoas moravam ao sul da autoestrada 9, onde o asfalto se desmanchava em pedaços de concreto -- terrível para andar, mas perfeito para jogar em gambás furiosos, os animais mais cruéis que existem. Nunca se viu esse tipo de coisa em filmes.
Daegu não era um lugar complicado; Daegu era Daegu. Os vizinhos ficam de guarda nas varandas no calor insuportavel, sofrendo e suando à vista de todos. Mas não havia sentido. Nada nunca mudava. Amanhã seria o primeiro dias de aula, no segundo ano do ensino médio na escola Seoul National University, e eu já sabia tudo que iria acontecer: onde eu me sentaria, com quem eu falaria, as piadas, os garotos, quem estacionaria onde.
Não havia surpresas no Condado de Daegu. Éramos nada mais nada menos do que o epicentro no meio do nada.
Pelo menos é o que eu pensava quando fechei meu exemplar surrado de Matadouro cinco,desliguei meu ipod e apaguei a luz na ultima noite de verão.
Só que eu não podia estar mas errado...
Havia uma maldição
Havia um garoto
E no final,Havia um túmulo.
Nunca sequer imaginei que aconteceria ...
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Dezesseis luas ~Kiribaku
Teen FictionAlgumas paixões estão predestinadas... Outras são amaldiçoadas[...] remake do livro só que versão Kiribaku