Ghost Of You || DRARRY (One-Shot)

⭐️

Oi genteeee❣️

Espero que gostem🦋

(Baseada nas músicas Ghost of You//5SOS e All I Want//Kodaline)

Acordei deitado sob o meu lado da nossa cama, no nosso apartamento, pela última vez. Enxergava por trás das pálpebras os raios invadirem o ambiente através das cortinas quebradas, iluminando e esquentando sutilmente o ambiente. O teu cheiro ainda preenchia o ambiente intoxicando meus sentidos.

Tua pele ainda permanecia em meus lábios, como seus toques permaneciam em minha pele. Suas digitais nunca iriam se apagar de mim. Elas iriam me acompanhar enquanto eu estivesse caminhando por essas terras nesse corpo mundano.

Me levantei lentamente do colchão procurando absorver os últimos detalhes do nosso espaço. O teu lado continuava levemente bagunçado, porém intocado.
Frio.
Vazio.

Passei as pontas dos meus dedos pelos travesseiros cobertos com seus fios platinados que combinavam com as fronhas brancas; como os flocos de neve que sobrepunham os carros, árvores, postes e gramados observados ao lado de fora.

Me ergui do colchão por uma última vez, encaixando as pantufas felpudas em meus pés antes de me direcionar a mala aberta jogada sob o chão. Aproximei-me da mesma aos pouco sentindo cada paço por baixo de meus pés. Abaixei levemente, me permitindo um sorriso ao analisar os conteúdos.

Sua blusa Zeppelin levemente desgastada com uso, estava dobrada cuidadosamente e acomodava um porta retrato sob si. Seus olhos azuis acomodavam uma profundidade e um brilho mais iluminante que todas as estrelas daquele céu limpo que nos envolvia. Seus lábios perfeitamente demarcados destacavam- se de sua face pálida moldados em um sorriso aconchegante. Suas bochechas levemente coradas pelo frio. Seus cabelos bagunçando-se com o vento que levantava as folhas de outono ao nosso redor.

Respirei fundo sentindo o cheiro que perfume caro ao meu redor e congelei em choque. Sentia sua presença.
Você sempre esteve comigo.

Lágrimas começaram a se formar, ameaçando derramarem sobre meu rosto. Fechei meus olhos deixando algumas rolarem por minhas bochechas, e embaçando minha visão quando eu os abri novamente. Retirei minhas pantufas e coloquei minhas meias. Fechei cuidadosamente a mala colocando-a de pé. Com auxílio das rodinhas, arrastei-a até a porta, antes de espiar por uma última vez o nosso cantinho que segurava memórias e histórias tão impactantes.
Prazeirosas.
Dolorosas.

O quarto que um dia foi quente, vivo e colorido agora se destorcia desaparecendo lentamente diante aos meus olhos.

A cama.
Os móveis.
Sua cadeira.

Caminhei ao lado da mala tirando fotografias mentais de cada pequeno detalhe que encontrava. A casa estava silenciosa.
Fria.
Vazia.

Parei diante a porta do banheiro, levando minha mão a maçaneta gelada torcendo levemente, a porta se abrindo com facilidade.

Entrei, sentindo os azulejos congelantes abaixo de pés pelas meias, um arrepio percorrendo todo o meu corpo com aquele choque térmico repentino. Encarei as orbes verdes pelo espelho gasto. Retirei minha escova de dente do copo, deixando a sua solitária. Encaixei-a dentro da bolsinha vermelha com meus inicias bordados em dourado. O cheiro de maçã verde com canela ainda dançava pelo banheiro. Inalei aquele cheiro por alguns últimos instantes me deixando levar pelas recordações dos nossos corpos se chocando intensamente em baixo da água fervente. Ainda podia ouvir os ecos de nossos gemidos desesperados pulando entre as paredes. Com meus dedos leve como penas tateei seus objetos sobre a pia. Os objetos iam desaparecendo lentamente a cada toque que eu os dava.
Os ecos se tornaram silenciosos.
O cheiro se decepou, misturando com a brisa gelada que entrava pela janela quebrada.