Capítulo 04

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P.O.V. Helena

— Papai!

Grito e corro até ele.

A moça tatuada se abaixa e coloca os dedos na sua jugular, fazendo sinal de positivo com a cabeça.

Miguel o carrega no colo e coloca sobre a cama.

Eu começo a ficar desesperada enquanto ele não acorda.

— Batimentos cardíacos normais. Pode ser queda de pressão por causa do susto, levante as pernas dele, Miguel.

Senhorita Correa diz com uma calma que me tranquiliza um pouco.

Papai começa a voltar a si e quando vejo, eu estava chorando de alívio. O abraço apertado e ele faz um carinho nos meus cabelos.

— Que susto, Papai. O Senhor está passando mal?

— Não, foi só vertigem, acho que minha pressão caiu. O que está acontecendo, Helena? Quem são essas pessoas?

— Eu também gostaria de saber.

— Bom, essa é a nossa deixa para nos apresentarmos.

Disse a minha salvadora. Ela fala em português, e faço as traduções necessárias.

— Sou Tainara Correa. Eu e sua filha nos conhecemos pela internet e estávamos juntas quando tudo aconteceu.

A mulher disse com tanta convicção que congelei e não tive ímpeto de desmentir, mesmo odiando mentiras. Ela deve saber o que faz.

— Ela é Andreia Oliveira, ex-policial militar, trabalhava no setor de inteligência. Atualmente tem uma empresa de segurança.

— E este é o nosso amigo Miguel Donizetti, também ex-militar, atualmente segurança particular e professor de defesa pessoal.

A tatuada apresentou o gigante que estava calado, observando a rua pela janela.

— E como vocês entraram nessa história?

Papai perguntou totalmente perdido.

— O restaurante é um dos nossos clientes, fui lá verificar o sistema de câmeras, que foi desligado remotamente ontem a noite.

A Andreia respondeu com uma calma invejável.

— E eu já estava lá para me encontrar com a Helena.

Gente, elas são ótimas atrizes!

— Acredito que o ataque ao sistema tenha relação com o ocorrido hoje, já que um dos carros usados pelos suspeitos apareceu nas imagens da madrugada, quando a segurança foi invadida...

— Que loucura! E que conveniente!

Meu pai interrompe a moça e nos olha com desconfiança.

— Pedi que Miguel fosse me ajudar quando vi que a situação era mais séria.

— Helena, você não acha muita coincidência elas estarem lá justo na hora do atentado?

Papai pergunta e eu também pensei a mesma coisa.

— Que bom que o Senhor está desconfiando de nós.

A Andreia diz e não parece chateada.

— Bom? Você não deveria estar chateada?

— Não. É sinal de que está atento e preocupado com a segurança...

— Merda. É coisa grande, Deia.

Tainara diz, olhando para um tablet.

Os três observam a tela e depois se encaram. Pela fisionomia dos três, alguma coisa séria está acontecendo.

Duquesa (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora