Reencontro (CONCLUÍDA)

Capítulo Único

— Vamos, Dulce. Por favor! — Anahi pede pela milésima vez e eu reviro os olhos.

— Eu não estou com vontade, Any. O que vou fazer nessa festa?

— Dançar, beber e se divertir. Por favor, vamos! Prometo que nunca mais insisto para que você vá a lugar nenhum — ela segura minha mão e tenta fazer a cara mais pidona possível.

Eu sei que é mentira, mas sei que ela não vai me deixar em paz até que eu concorde em ir. Maite já havia passado por aqui mais cedo e não conseguiu me convencer, claro que Anahi não daria por vencida.

— Tudo bem! — bufo — Mas se eu quiser vir embora mais cedo, você vai apenas concordar.

— Tudo bem — ela sorriu e beijou minha bochecha — Obrigada, Dul! — diz animada.

Sei que vou me arrepender de ir e voltarei antes que todos para casa, mas não dava para vencer Anahi quando ela estava totalmente disposta a conseguir o que queria.

(...)

— Sei que você está desanimada, mas não precisa dar tão na cara assim — Maite diz — Aconteceu alguma coisa? — me olha preocupada.

— Só não me sinto no clima de festa hoje, Mai — bebo mais um gole do meu drink — Não queria vir, mas Anahi é muito insistente.

— Tenho certeza que você não vai se arrepender de ter vindo hoje, amiga — Mai diz sorrindo e eu fico confusa.

— Por que? — pergunto, franzindo o cenho.

Maite não responde nada, apenas aponta em uma direção e quando eu me viro para ver o que é, meu mundo para no mesmo instante.

Christopher Uckermann se aproximava de onde estávamos ao lado de Anahi que tinha um grande sorriso no rosto. Agora eu finalmente entendi porque ela insistiu tanto. Filha da mãe!

Christopher foi meu primeiro namorado e meu primeiro amor, ele é primo de Anahi. Começamos a namorar quando tínhamos 14 anos, ficamos juntos por um ano e perdi minha virgindade com ele, mas um mês após completarmos um ano juntos, seus pais foram embora por causa do emprego do pai de Christopher. Ele tentou ficar de todas as formas, mas era menor de idade e não podemos fazer nada.

Perdi as contas de quantas noites passei chorando por sentir sua falta. Foram meses chateada e totalmente para baixo, eu sentia tanto amor por ele que parecia patético pela minha idade e todos diziam que eu sentia isso porque ele foi meu primeiro amor e tudo parece ser mais intenso. Com o tempo isso passa, eles diziam.

Bem, eu não tinha muito o que fazer e realmente esperei que o tempo me ajudasse a esquecê-lo. Tive outros relacionamentos, mas nenhum foi tão arrebatador quanto o que eu senti por ele. Muito pelo contrário, foi decepção atrás de decepção.

Quando Ucker foi embora, Anahi disse que podíamos fazer um namoro a distância dar certo, ela era muito romântica e sonhadora. Nas primeiras semanas eu realmente acreditei naquilo, mas depois tive a consciência que Christopher tinha ido embora para outro país e levando em consideração que seus pais quase não tiravam férias e que ele é menor de idade, provavelmente eu demoraria a vê-lo outra vez. Não daria certo, não tinha como dar. Tentamos ser amigos, mas não conseguimos. Havia muito sentimento e em algum momento aquilo acabaria apenas piorando as coisas.

Bem, eu estava certa, Christopher nunca mais apareceu. Seus pais vieram apenas uma vez, cinco anos depois, quando já éramos maiores de idade. Christopher não veio porque estava namorando e não quis vir sem ela. Nem preciso dizer que a decepção me acertou como um soco, né? Por um momento pensei que nos veríamos e talvez pudéssemos conversar ou fazer mais do que isso.