Conhecendo

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Ruby Fallon

Desço as escadas do apartamento de Jonathan e sinto um cheiro sensacional vindo da cozinha. Confesso que achei que ele iria pedir, não cozinhar.

Eu tinha tomado banho no banheiro dele, ele me deixou usar a toalha dele e me emprestou uma roupa dele. Estava com uma blusa de botões preta e uma cueca box preta também.

Mordo o lábio me aproximando da cozinha e observando Jonathan cortar alguma coisa e colocar dentro da panela. Dá para ver que eu não entendo nadinha de cozinhar.

-Não sabia que você cozinhava.- falo sentando no banquinho da ilha.

-Meu pai me ensinou.- ele explica colocando a tampa da panela.- Vai ficar pronto em alguns minutos.

-Não tô com pressa.- observo a vista das janelas enormes.

-Melhorou?- ele começa a se aproximar.

-Depois de tomar banho naquele seu chuveiro?- levanto as sobrancelhas.

-Ruby, não precisa usar essa casca durona comigo.- ele segura minha nuca e nos aproxima.

-Não choro na frente das pessoas.- explico.- Orfanatos ensinam que não pode chorar na frente de pessoas.

-Mas você chorou. Eu vi você chorar.- ele acaricia minha bochecha fazendo o caminho da lágrima.- Nunca mais quero ver isso.

-E não vai ver, foi um momento de fraqueza...

-Não estou dizendo isso.- ele sorri fraco.

-Você já viu as notícias?- mudo de assunto.- Eles acham que eu matei alguém...

-Minha advogada já está resolvendo tudo.- ele se afasta indo até um armário.- Só vai ter que ficar longe de casa por um tempinho.

-Ok, então eu vou ligar para Taylor avisando que...

-Você vai ficar aqui.- Jonathan fala calmo enquanto abre o vinho.- É mais seguro.

-Não concordei com isso.- cruzo meus braços.

-Mas vai concordar.- ele desliga o forno e coloca uma taça na minha frente.

-Dúvido.- falo enquanto ele pega um tablet.

Algo faz barulho e eu vejo a TV enorme do tamanho da parede ligar e os programas que posso escolher, arregalo os olhos quando percebo que o sofá parece uma cama.

-Então...vai para Taylor ainda?- ele pergunta.

-Não faz mal ficar um pouco.- pego a taça.

Jonathan sorri quando deixa o tablet já minha frente e percebo que dá para fazer tudo com aquele simples aparelho. Abrir tv.l, escolher um canal, abrir as cortinas, arrumar as luzes...

-Gosta de peixe?- ele pega uma luva e abre o forno.

-Sim.- ainda estou meio abismada.

O cara cozinha e é rico. E pelo cheiro não parece ser uma cozinha meia boca, parece ser alguém que cozinha profissionalmente e que parece saber o que está fazendo ali na cozinha.

-Não deu tempo de fazer algo doce.- ele explica montando o prato.- Então pedi para alguém ir comprar uma torta de avelã. Você come?

-Como.- assinto.

Ele termina de montar o prato e ouço algo atrás de mim, olho por cima do ombro e vejo que o elevador do hall de entrada está abrindo e que uma mulher está saindo dele.

Os cabelos dela são castanhos claros e sua expressão está totalmente confusa, ainda mais quando me vê sentada na cozinha e vestida do jeito que estou.

Minha ObsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora