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𝗝𝗼𝘀𝗵 𝗕𝗲𝗮𝘂𝗰𝗵𝗮𝗺𝗽.

Eu via lágrimas escorrerem pelos olhos de Sina, enquanto a mesma sentava em minha cama de cabeça baixa.

Tínhamos acabado de brigar, de novo.

O nosso relacionamento ultimamente está resumido em: Brigas. Brigamos por tudo, ou melhor, ela briga por tudo.

Se eu respiro, ela briga. Se eu como, ela briga. Se eu deito, ela briga.

— Não dá mais. — Ouço sua voz fraca e baixa ao meu lado. —Não dá mais Beauchamp.

—Não dá mais o que? — pergunto desbloqueando meu celular.

— Isso. — Sinto ela se levantar e ergo meu olhar para vê-la. — Nós dois não dá. Você não me quer mais e isso tá nítido, Josh.

Solto um suspiro.

— Me diz a última vez que você olhou pra mim e disse um "oi amor". — Diante do meu silêncio ela prossegiu. — Nem você lembra. Josh, eu nunca te pedi amor, eu só te pedi carinho, afeto, cuidado. E nem isso você me dá mais.

A vejo abaixar a cabeça e limpar as lágrimas que caiam.

— Onde meu namorado estava quando fui humilhada por minha família? Onde você estava quando eu quebrei a porra da coluna e não podia fazer nada? Onde, Josh?

Fitei o seu rosto vermelho por conta do choro e senti minha garganta fechar.

— Eu só queria que você cuidasse de mim como se fosse a coisa mais importante do mundo, queria que você me beijasse com carinho, que você me admirasse, ou apenas estivesse lá pra quando eu precisasse.

Ela se senta novamente na cama e eu mantenho meu olhar na parede.

— Quando eu fui traída em rede nacional, você tava lá, me deu carinho, suporte, me fez sentir bem e que ele era um idiota, você me deu amor. Você me conquistou aos poucos, me fez sentir uma princesa em um conto de fadas, me fez sentir feliz e que finalmente teria encontrado a felicidade. — Ela tinha um sorriso no rosto que se desfez conforme a dor ia a consumindo. — Me fez sentir tudo isso para depois ser descartada assim, do nada.

Encaro minhas mãos e brinco com os meus anéis.

— Me fez chorar no quarto de hóspedes porque estava em ligação e não podia falar comigo, me pediu pra ir embora ou ficar em outro quarto. — Senti meu peito apertar. — sabe quanto dói ouvir do seu namorado um "vai embora, estou em ligação não posso falar com você agora."

Ela engrossou a voz e repetiu o que eu disse naquele dia.

Eu a fiz chorar.

Sabe o que é ter que contar com a pessoa que você chama de namorado, mas ele não fazer nada por você? — Nego com a cabeça. — Eu lembro de ter pedido ajuda pra tomar banho no primeiro dia que me machuquei,  você lembra?

Assinto vagamente com a cabeça.

Ela estava destruída, seus cabelos bagunçados, tinha sangue na sua blusa e ela de queixava de dor.

Eu nem me importei.

— É, eu te pedi ajuda no banho porque meu pulmão tava por um tris de ser perfurado e você negou, mandou eu me virar, quem tava machucada era eu e não você. — Ela ri de desgosto.

Fecho meus olhos.

— Eu sinto muito, Josh. — Ela se levanta de novo, agora com uma pequena mala junto. — Mas eu não posso mais amar por dois.

Mas antes dela sair, segurei seus braços e encarei seus olhos vermelhos.

— Antes que você vá, havia algo que eu poderia ter dito para fazer seu coração bater melhor?
—Pergunto baixo.

— Você poderia ter feito tanta coisa pro meu coração bater melhor. — Seu sussurro veio acompanhado de uma carícia no meu rosto. — Mas não o fez.

E assim, ela não só saiu do meu apartamento como saiu da minha vida.

Küsse, Gaby 🥀

𝗯𝗲𝗳𝗼𝗿𝗲 𝘆𝗼𝘂 𝗴𝗼 { 𝘀.𝗱 + 𝗷.𝗯 }Onde histórias criam vida. Descubra agora