| 00 - Prólogo |

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#ComoFumaça

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#ComoFumaça

- Não.

As palavras deixaram sua boca lentamente, as letras sendo degustadas e o sabor amargo que estas lhe fizeram sentir sendo grudado aos lábios como as poucas tatuagens que Jennie via perto da clavícula, encobertas pela blusa de couro e o pingente da Channel.

Jennie se ajeitou na poltrona e apoiou os cotovelos nos braços desta, juntando as mãos em frente ao peito ao que um sorriso sorrateiro preencheu o rosto jovem e sério. A Kim ainda passava um ar de perigo iminente, dando a sensação de que a qualquer momento, pudesse tirar uma arma de algum lugar e atirar naquele que ousasse lhe olhar torto.

Mas Jimin a conhecia, conhecera Jennie muito bem depois daquela noite. Conhecera seu rosto cortorcido em choro depois de descobrir quem estava escondido naquele escritório em que Jimin se afogava em lágrimas. Fora ela a pessoa para a qual Jimin ligou assim que a realidade realmente caiu sobre seus ombros, esmagando-o e roubando-lhe o ar. Alguns outros tentaram falar consigo, mas Jimin ficara em silêncio, esperando ouvir a voz de Jungkook de novo e de novo a retomando a mente, o som o distraindo do mundo real e o levando ao intengível preenchido em sons e tons. Porém, isso durou somente até o instante em que ouviu o chiar baixo da voz de Jennie que estava de pé na porta.

- Jimin - Jennie alertou, apoiando a cabeça na palma da mão.

- Eles o abandonaram - Choi rosnou para Jennie, que ficou em silêncio - Eles o deixaram aqui. Jimin oppa não tem nenhuma relação com eles agora, aqueles filhos da puta.

Jimin inclinou a cabeça para a direita e um pouco para trás, esticando as pernas ao que seu semblante não demonstrava nada, mas Jimin ainda sentia, ainda conseguia sentir as lágrimas que impedira de cair quando Taehyung lhe enviou aquela mensagem no mês anterior depois que Jimin negou a proposta dos pais para entrar no grupo. Apenas Taehyung aceitou e se foi para o lugar onde Jungkook também estava. Longe dali, dele e de toda a história que todos conheciam muito bem e da qual, agora, não restava nada senão esqueçê-la.

-- Eu sei -- Jennie respondeu com calma.

- Então por que você ofereceu isso? Que merda, Jenn. Ajude o Jimin, mas não o faça pensar em ajudar o grupo do Jungkook. Ele não merece mais nenhuma dor, não vinda dele - Choi falou, lembrando-se da dor do loiro naqueles meses.

Jennie não respondeu e Choi bufou, cruzando os braços. Em sequência, Jennie encarou o mais novo, os olhos letais ao que murmurava:

- Naquele dia você me disse que não queria mais ser fraco, Park - ela molhou os lábios - E você ainda corre perigo com eles. Se aceitar a minha proposta, posso te ensinar a sobreviver e a tirar proveito desse mundo que descobriu no último ano. Você será forte, Jimin. Letal é o que eu diria. Não dependerá da proteção de mais ninguém e poderá conseguir o que quiser por maior e pior que fosse ou perigoso... - Jimin abaixou os olhos e Jennie soube que estava pensando - É isso que você quer, não é? Ser o caçador ao invés da presa, essa que você ainda é mesmo que o Jeon tenha ido embora. Você ainda pode ser morto e será se não puder fazer nada contra eles. Mas comigo? Comigo você seria o verdadeiro perigo se algum dia eles te caçassem, Jimin. O verdadeiro caçador, eu te prometo isso.

Jimin ficou em silêncio e umedeceu os lábios, batucando os dedos na perna. Em seguida, cutucou a bochecha com a língua e se levantou, arrumando o cabelo e encarando Jennie com um semblante gélido.

- Não, obrigado. Yoona já está me ajudando nisso.

- É claro que ela está - Jennie falou - Porque se não fosse ela, Park, você nem estaria respirando agora e você sabe disso. Sabe que é um alvo e um alvo fácil ainda por cima.

- Jennie - Choi estava séria quando avisou.

-- E eu estou disposta a mudar a proposta, Park, se não quiser mesmo saber onde e como Jungkook está. Mas apenas uma vez, uma única vez.

Jimin ficou em silêncio, mas ouviu o que a outra disse.

-- Você sabe onde me encontrar. -- Jennie finalizou.

Jimin não demonstrou mais nada e se virou, piscando para Choi e sorrindo de canto antes de sair da sala e bater a porta um pouco mais forte do que gostaria. Caminhou pelo corredor e adentrou a Festa novamente, cumprimentando alguns conhecidos antes de sair pela porta e passar a mão pelo cabelo, respirando fundo ao que os pensamentos voavam e pensavam.

Deveria falar com Yoona.

Pense, Jimin.

Pense.

Pense.

- Até mais, Park - cantarolou um dos seguranças quando o mais novo passou pela saída e andou pela frente da boate em direção ao estacionamento de Kwon pela calçada escura e vazia da esquerda. O som da música ficou cada vez mais distante, mas seus pensamentos pegavam fogo e ele não ouviu os passos.

Talvez se tivesse aceitado, o que aconteceu a seguir não tivesse sido como foi, como uma fumaça escura e sangrenta preenchendo seu corpo em medo e terror, ateando fogo em todo o seu ser e o massacrando até esquecer tudo ou quem um dia já foi.

Como uma fumaça de terror e brasa.

O ódio renascendo na escuridão.

Mas a primeira coisa que viu quando estava a menos de duas quadras de um lugar onde estaria realmente seguro, fora o carro preto parado do outro lado da rua e o homem que sorria para si, os lábios se movendo ao que Jimin conseguiu ouvir a voz em tom brincalhão rente ao seu ouvido, sussurrando como se comemorasse:

- Te achei... Jimin.

< EM BREVE >

07.08.2021 - 19H (h. Brasília)

 Brasília)

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