Perdendo a Razão || Ricky & Nini (hsmtmts)

defesa e ataque

Déjà vu (que significa "já visto" em francês) é a expressão usada para descrever aquela sensação de que você já esteve em determinado lugar ou já fez a mesma coisa antes, ainda que o senso comum lhe garanta que isso não é possível.

NINI

Estava recolhendo meus materiais do laboratório, quando o sinal anunciou o fim das aulas consequentemente sendo a última a sair da sala.

"Oi... Nini" Ricky estava encostado na porta, suspirei e terminei de arrumar tudo.

"Eu entendo que é esquisito um estranho te chamando de amor assim que se conhecem, mas tenta entender meu lado eu não sabia"

Me aproximo do garoto com materiais debaixo do braço, faço uma expressão prepotente mexendo os lábios por puro costume antes de prosseguir.
"Você não vai mudar a minha forma de pensar e agora se me dê licença"

Ele coloca o corpo na frente da porta me impedindo de passar, Ricky está sempre me olhando dessa forma esquisita me dá nos nervos.

"Eu não vim aqui para isso, apenas queria alertar - la..."

Começo a ficar impaciente batendo meus pés.

"Chega de se humilhar pra mim, sério. Vai viver sua vida.
Um conselho de uma garota com memória curta, leva para o coração."

Falo devagar e calmo para vê se o garoto segue em frente e esquece que foi alguma coisa minha.

Coloco minha mão no meu coração e em seguida no seu de forma involuntária. Os batimentos de Ricky estavam muito acelerados, senti uma forte dor na cabeça e derrubo os materiais no chão.
Me encosto na porta rapidamente.

"Nini, você está bem?"

Com as mãos na cabeça, eu percebo que ele segurando minhas mãos, seu rosto estava diferente, eu conseguia enxergar alguns desenhos em suas bochechas e ouvia uma música ao som de ukulele.

"Ei, calma. Feche os olhos e conta até três, por favor confie em mim"

Obedeço por puro desespero, respiro fundo e um, dois, três. Abro os olhos devagar e a música estranha tinha desaparecido porém ele ainda estava lá com o rosto livre de desenhos toscos.
Me afasto um pouco e recolho meus materiais, ficar perto dele não me faz bem.

"Eu preciso sair..."
Ele tenta me ajudar mas não permito, disparando para fora da sala sinto sua presença.

"Você consegue chegar em casa bem?"
Ouço sua respiração cortando pela correria

"Já fez demais por hoje Richard Bowen, Adeus"

Atravesso os portões desaparecendo entre os alunos, ele não ousa me seguir.

Após 15 minutos deitada analisando meu teto colorido. Encaro a escrivaninha cheia de álbuns e tenho uma ideia, jogo todos em cima da cama e saio folheando em busca do rosto de Ricky tatuado, com tinta, com adesivo ou com Ukulele nas mãos.

"Droga, esse garoto tá sempre com esse troço na mão."

Resmungo jogando todos no chão e desisto coçando a cabeça, talvez se eu tentasse redes sociais... NÃO. Tenho evitado de entrar em qualquer coisa desse tipo desde que... bom, desde que acordei.

Sem querer olho para o chão encontrando uma foto de Ricky amassada tampando metade do rosto.

"É essa, tenho certeza"

Me sento na beira da cama depois de pegar a Polaroid, ele sorria enquanto provavelmente eu tentava tirar suas mãos do rosto, passo o dedo em sobre sua imagem tentando me lembrar de mais alguma coisa.