01

17 1 0
                                    

Eu me considero uma pessoa normal, bem normal pra dizer a verdade. Nunca me destaquei em nada, não é como se olhassem para minha pessoa, e dissessem:" Oh, que menina talentosa!". Mas não se engane, nem por isso eu era ruim nas coisas em que fazia, eu só era mediana em basicamente tudo.
Não tenho nenhum talento em particular, ou nunca cheguei a explorar tanto ao ponto de descobrir algo em que sou excepcional.

Bom sobre minha aparência? Eu sou preta dos cabelos lisos e compridos, tenho cerca de 1,72 de altura, olhos castanhos escuros assim como a cor do meu cabelo, além de ser um pouco rechonchuda.

Atualmente eu moro em uma casa de dois andares, conseguida após muito esforço por parte dos meus pais. Temos um vida financeiramente estável, temos o básico que todo mundo deveria ter, e isso era o suficiente para nós.

Saio dos meus pensamentos com um voz me gritando:

-ÁRIA, LEVANTE MENINA!- ouço minha mãe me gritando e provavelmente acordando quem ainda estava à dormir na nossa vizinhança.

-JÁ ACORDEI.- respondo, ainda raciocinando. Ao acordar sempre demoro para perceber que acordei, assim acabando por sempre despertar e ficar divagando ao olhar para o nada.

Me arrumo adequadamente para ir para a escola, atualmente estou no 2° ano do ensino médio e acabei de ser admitida em uma escola particular após prestar uma prova através do governo, hoje estou iniciando meu terceiro dia na mesma.

Após me arrumar desço e encontro meus pais comendo e assistindo televisão.

-Bom dia, bença pai e mãe.

-Deus te abençoe minha filha.- respondem sem dar muita trela.

-Já vou indo, porque eu tô atrasada!

-Nananinanão, senhorita. Pode ir pelo menos comer um pão, se levantasse na hora certa não ia estar atrasada!-diz mamãe

-Não dá, já tô atrasada pra pegar o ônibus.

-Quero ver você sair daqui sem comer nada, depois fica desmaiando e não sabe porquê! Como já sei que vc é atrasada fiz um pão pra você, tá lá encima da mesa.-diz ainda concentrada na TV.

-Ok, muito obrigado mãezinha linda do meu coração- dou um beijo em sua face e corro até a cozinha para pegar o pão.

-Tchau!- ninguém me responde

Por sorte o ponto de ônibus não era longe e chego bem na hora. Ao chegar na escola ainda tinham poucas pessoas, isso porque a maioria dos alunos tinham seus próprios carros; já eu tinha que pegar o ônibus adiantado, pois o próximo daquela linha fazia eu me atrasar de acordo com o horário das aulas.

Cerca de 30 minutos depois, a escola já estava praticamente lotada. E o primeiro sinal toca, avisando para entrarmos nas nossas respectivas salas, pois a aula viria a começar.

E assim faço. Ao entrar na sala e ir para minha mesa, percebo o quão burra eu sou. Eu acabei por esquecer a mochila e só vinha a perceber naquele exato momento.

-Droga, por quê eu sou tão burra assim? Já não bastava ter esquecido meu fone de ouvido.-praguejo baixinho

Dou meia volta e vou a diretoria pedir que ligassem para me trazerem minha mochila e aproveitar para pedir o fone. Após pegar a bolsa, percebo que esse processo me fez perder a primeira aula.
Ao chegar na sala explico o ocorrido ao professor e vou em direção a minha carteira, mas travo no meio do caminho ao perceber que ela estava ocupada. Uma menina de cabelos cacheados e volumosos ocupava o lugar, e ao me aproximar percebo que a tal não tinha uma cara muito amigável.

-Eh, com licença? Esse é o lugar no qual eu sento.- digo amigavelmente

-Ai meu Deus, desculpa. Eu sou nova aqui e não sabia, desculpa de verdade!- fala e pega suas coisas apressadamente, indo para uma mesa ao fundo.

-Tudo bem...- susurro

Após isso as aulas continuam normalmente. Assim mais um dia se passou lentamente até eu estar novamente em casa, ao chegar como de costume não há ninguém. Passo a tarde toda à assistir filmes e a comer, até chegar a noite novamente e eu ir tomar banho e dormir, me preparando para mais um dia.

EuOnde histórias criam vida. Descubra agora