All night long

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Tocava jazz em um bar sofisticado, havia lindas mulheres vestidas em produtos caros e as jóias brilhavam a luz amarelada e fraca que se espalhava pelo salão. Havia um jovem adulto um pouco diferente dos clientes usuais, ele era da cor de caramelo, com cabelos verdes cortados e meio repicados, três brincos dourados em uma orelha. Usava uma camisa social preta com uma calça jeans verde escura, all star preto e o olho estava meio serelepe, indo de um lado ao outro por conta da bebida. Uma cicatriz em seu outro olho o fazia parecer intimidador, mas ele não ligava muito.
– Mais um, por favor. – Ele pediu ao barman loiro e com uma sobrancelha um tanto exótica que tinha cabelos lisos que iam até o início da nuca e a franja tampava um lado do seu olho. O barman assentiu, um tanto distraído pois estava pensando naquela ruiva.  A ruiva que ele amava, mas que não dava atenção a esse amor dele, Nami. Nami era alta e atlética, com longos cabelos cor de fogo, olhos castanhos e cativantes e um sorriso que arrasava corações. Entretanto, o jovem loiro sabia que ela nunca iria cogitar ficar com ele, ela era independente demais e parecia interessada em uma garota de cabelos azuis e muito inteligente, Vivi.
Ele deu um suspiro e entregou o saquê para o esverdeado. Então ele finalmente olhou nos olhos do alcoólatra e o mesmo também o olhou. Ambos eram muito bonitos e exalavam um ar sexy, mas Sanji, o nosso jovem loiro e apaixonado, não conseguia tirar os olhos de Zoro, o jovem alcoólatra.
Zoro tinha um rosto que era assustador mas muito atraente, notou Sanji. E Sanji tinha um rosto delicado, como um modelo, Zoro observou.
Rapidamente e ambos corados, eles desviaram os olhos.
Zoro continuou bebendo e se lembrando da saudade que sentia da sua melhor amiga, no fundo ele guardava uma admiração romântica por ela, mas ela estava morta. E por isso, ele não conseguia se relacionar muito com outras garotas, tentara e falhara. Sua amiga, Perona, sempre dizia que ele estava avançando, mas Zoro sabia que era só para animá-lo. E outra, ela desconfiava que Zoro era bissexual, já notara os pequenos "gay panic" que ele sofrera quando algum cara fez algo perto dele. Como encostar a mão na dele sem querer, soltar algum sorriso malicioso e afins. Perona percebeu que ele corava e ficava nervoso. Mas nem Zoro sabia dessa bissexualidade dele, porém lá no fundo ele sabia que não era hétero.
– Droga. – Ele murmurou e Sanji ouviu, arrepiou se com aquela voz, grave, meio irritada e muito atraente.
" O que há de errado com você, Sanji?" Sanji pensou a notar seus sentimentos. Sanji nunca chegava muito a pensar em sua sexualidade, ele sempre gostou de mulheres, não era agora, com 21 anos que isso iria mudar.

Horas depois, o bar estava quase vazio, algumas pessoas se ajeitavam para ir embora e a banda juntava suas coisas.
Zoro continuava bebendo, tranquilo. Sanji sentiu que teria que dizer para ele ir embora, mas tremeu um pouco a pensar nisso.
Sanji ia fechando o bar e se aproximou de Zoro.
– Ah, bem, você vai ter que ir, eu tenho que fechar tudo aqui. – Sanji disse, coçando a nuca.
– Me deixa ficar, vai? – Zoro pediu, dengoso. Ele olhou Sanji nos olhos e Sanji sentiu borboletas no estômago. – Não quero voltar para casa...
– E se você for um assassino? Sou jovem demais. – Sanji brincou.
– Nah, relaxa. – Zoro respondeu. Ele não parecia suspeito, então Sanji, relutante cedeu.
Quando estava tudo fechado, Zoro tinha se sentado em um pequeno sofá perto das janelas e Sanji voltava do segundo andar com um travesseiro e um lençol.
– Toma, qualquer coisa é só chamar. – Sanji disse.
– É, ahn, obrigado. – Zoro agradeceu e soluçou. Ambos riram e Sanji se sentou perto dele.
– Você bebeu tanto, mas não parece bêbado. Você é forte. – Sanji observou.
– Humpf, queria ter sido forte para salvá-la. – Zoro reclamou, melancólico.
– Quem?
– Minha melhor amiga. – Zoro explicou e Sanji tragou o cigarro.
– Entendi. Deixa eu adivinhar: você enfrenta problemas em cuidar das pessoas por conta desse trauma e não consegue se relacionar direito. – Sanji disse, despreocupado e soltando a fumaça do cigarro e Zoro o olhou surpreso.
– Você é um stalker? – Zoro perguntou e Sanji inspirou a fumaça e riu.
– Não, eu estudei um pouco de psicologia enquanto tentava ser o que o meu pai biológico queria para mim, depois parei e comecei gastronomia.
– Ah, to menos preocupado agora. – Zoro brincou e os dois riram. Sanji se sentia confortável ao lado dele.
– E você faz alguma faculdade? – Sanji perguntou.
– Não, eu sou professor em um dojo aqui no Japão mesmo. – Ele explicou. – Gosto de espadas e coisas relacionadas.
– Espadas, é? – Sanji disse maliciosamente e Zoro percebeu.
– Quê? Você também fazendo essa piada horrível? – Zoro brincou e riu, Sanji quase derreteu com aquele sorriso.
Ficaram em silêncio por um tempo e Zoro perguntou:
– É bom? – Zoro apontou para o cigarro que estava perto de acabar agora.
– Olha, é meu vicio. – Sanji sentou do seu lado no sofá e olhou para o cigarro.
– Deixa eu experimentar.– Zoro apontou para seus lábios e Sanji quase surtou de nervosismo. Ele não respondeu, tragou o cigarro pela a última vez e o colocou na boca de Zoro.
"Oh, meus deuses gregos, ele é tão...lindo?" Sanji pensou.
Zoro parecia ainda mais sexy daquele jeito. Passaram 63738 cenas obscenas na mente de Sanji até ele expirar a fumaça.
Zoro tragou e tossiu.
– Credo, que horrível! – Zoro reclamou.
Sanji riu.
Então ele foi colocar o cigarro na boca de Sanji e tremeu, Sanji parecia tão delicado que iria quebrar a qualquer momento e Zoro não era a melhor pessoa com coisas frágeis. Mas então Sanji o parou, tocou sua mão e Zoro quase desmaiou. A mão dele era bonita, macia e delicada. Ambos coraram e Zoro fez algo que não imaginava.
Ele beijou Sanji, que não hesitou nem o empurrou. O beijo tinha gosto de álcool e fumaça, era leve mas aumentou a velocidade. Zoro colocou a mão no pescoço de Sanji e depois seguiu para seus cabelos, eram macios e cheirosos. Sanji apagara o cigarro perto do cinzeiro no início do beijo e agora estava com as mãos no peito de Zoro. Sua respiração estava ofegante e só pararam o beijo para tomar o ar novamente.
Se olharam e sorriram, continuaram se beijando até Sanji desabotoar a camisa de Zoro. Ele não acreditava no que queria fazer e no que estava fazendo, seu pai o mataria e Zeff riria, mas o aceitaria.
Zoro não ligava mais, ele teve certeza de sua bissexualidade quando beijou Sanji e sentiu uma explosão galática dentro de si.
Pouco tempo depois, Zoro estava com os músculos amostra e Sanji também.
Zoro deitou Sanji no pequeno sofá. Sanji estava excitado e não ligava se Zoro talvez não se lembrasse. Só queria sentir seu corpo com um caramelo cheio de músculos. Mas Zoro, mesmo bêbado, estava consciente e decidiu perguntar.
– Você quer mesmo fazer isso?
– Quero, muito mesmo. – Sanji respondeu, descendo sua mão até o zíper de Zoro.
– Caralho. – Zoro suspirou e sorriu para Sanji. – Assim você está muito excitante. Olha, é minha primeira vez com um cara.
– Tudo bem, é minha primeira vez também. – Sanji sorriu gentilmente e Zoro ficou ainda mais excitado.
Ele se aproximou do pescoço de Sanji e deu um chupão lá, Sanji arfou e Zoro disse em seu ouvido, com aquela voz:
– Não sorri desse jeito pra mim, não, loirinho. Depois você fica sem andar e a culpa é minha. – Zoro disse e riu baixinho. Sanji quase derreteu e mordeu os lábios.
Zoro o olhou e o beijou com vontade, mãos de Sanji abriram o seu zíper durante o beijo e Zoro riu novamente.
– Para, se você rir novamente, vou te beijar até você ficar com a boca dormente. – Sanji avisou, beijando seu pescoço.
– Faz assim, me beija até eu dizer o plural de decimal. – Zoro brincou e Sanji captou a mensagem.
– Engraçadinho.
Zoro o olhou uma última vez antes de começarem, ele parecia tão bonito, tão delicado e tão perfeito. Ele o beijou e Sanji respirou fundo depois do beijo, logo depois soltou um gemido baixo. A madrugada foi longa para ambos, Sanji sentiu que iria ficar com o corpo doendo depois, mas não queria parar, Zoro nunca pensou que seria tão bom assim. Eles se amaram até perto do sol nascer, até quase dormirem de exaustão e foi nisso que eles descobriram o nome um do outro.
• • • 

O sol iluminava o salão, roupas estavam jogadas no chão, dois corpos como caramelo e leite, estavam enroscados e nus, somente um lençol cobrindo suas cinturas até a metade da coxa. Sanji estava com a cabeça no peito de Zoro, que dormia como uma pedra.
Sanji foi o primeiro a acordar, se sentou e sua cintura e os quadris doeram. Ele riu por dentro e se lembrou de tudo. Não sabia se Zoro se lembraria, mas não ligava.
Ele catou suas roupas e subiu para o segundo andar.
Pouco tempo depois Zoro acordou com a cabeça doendo e se sentou, estranhou estar nu e em um bar, mas se lembrou das partes mais marcantes: Sanji dizendo seu nome e coisas obscenas no seu ouvido, os arranhões das mãos de Sanji em suas costas, sua respiração rápida,....
Zoro se sentiu feliz em saber que agora descobrira quem ele realmente era. Se vestiu e quando estava sentado, Sanji desceu as escadas com dois copos de água.
Ele estava com os cabelos loiros presos em um pequeno coque samurai e vestia uma blusa branca e shorts escuros. Estava radiante, Zoro achou, mesmo ele estando com uma roupa normal.
Sanji ofereceu o copo para Zoro, que só quando bebeu água, notou que estava sedento por água.
Sentaram lado a lado e Sanji olhava para a água em seu copo. Rapidamente Zoro terminou de beber a sua água e Sanji bebericou seu copo.
– Você...Você foi bem gentil, obrigado. – Zoro disse, quebrando o silêncio.
– De nada. Você lembra de nós? – Sanji perguntou, com um leve medo do não.
– Lembro das melhores partes. Você fazendo aquilo lá com sua linda boca, você dizendo meu nome, bem, você sabe. – Zoro corou e quase gaguejou.
Sanji riu e Zoro corou mais ainda.
– Eu me lembro de tudo, cada detalhe. – Sanji admitiu.
– Que bom, loirinho. – Zoro assentiu.
Os dois sorriram um para o outro.
– Bem, tem comida lá em cima, quer? – Sanji perguntou se levantando.
– Você conta como comida também? – Zoro brincou e Sanji soltou um "idiota". – Como é que você ainda tá de pé?
– Você nem sabe o quanto meu corpo tá doendo. – Sanji respondeu sério enquanto subiam as escadas.
Zoro riu e encostou seus dedos nos dedos de Sanji que deu uma leve corada.
– Vamos fazer novamente, pra você melhorar. – Zoro sugeriu brincando.
– Não preciso melhorar, essa dor não é nada se formos fazer novamente. Finjo que ela nem existe se for preciso. – Zoro corou e percebeu que ele falava sério.

Quando Zoro estava indo embora, após o café da manhã e conversas, ele deu seu número a Sanji. Sorriram e Zoro beijou seus lábios antes de partir.
Sanji voltava acariciando os lábios e sorrindo como um bobo.

Uma noite- Zosan (One shot)Onde histórias criam vida. Descubra agora