Prólogo

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A lua e as estrelas sempre dançaram em um tango infinito. E isso sempre me intrigou. A tensão entre dois amantes distantes porem presentes. Perto o suficiente para sentir a brisa morna da respiração lenta sob a pele, mas nunca para tocar. Segurar. Confortar.

Acredito que procuramos detalhes e padrões pelo universo onde conseguimos nos enxergar. Nos identificar. Pois são nessas obras em que conseguimos achar o verdadeiro conforto em momentos difíceis.

Astronomia e astrologia sempre foram algo extremamente intrigante para mim. A influencia das luas, das estrelas e costelacoes sob uma determinada pessoa. O estudo desses mesmos elementos e o tamanho do universo. As propriedades encontradas no infinito que expandiam a cada dia mais a ciência.

Explorando o meu universo particular, tive a oportunidade de encontrar uma constelação que abrigava uma estrela muito especial. Eu, uma lua, tendo a oportunidade de viver o romance mais belo, e proibido de toda galáxia me imergi nessa mesma. E ela me salvou. Em todas as maneiras que um individuo pode ser salvo.

Mas como o bater das asas de uma borboletas, meus toques em um ser tão puro e tão brilhante quanto o sol trouxeram uma maldição. Aquela que me fez prisioneiro da mesma lua em que eu era.

E dessa vez, não poderia deixar a estrela que se deitava ao meu lado na grama nevada, admirando aquele mesmo céu que havia o enviado, se sujasse comigo.

Pois seu amor, como daquela mesma que eu havia conhecido, era puro. Rejuvenescedor. Curador. E eu não era digno de o contaminar novamente mesmo se significasse minha salvação. Eu o amava demais para isso.

Mas ao mesmo tempo aquele sentimento era egoista, pois nao queria que ele fosse embora. Estava ciente de que se ele me ajudasse, seria mandado de volta para sua morada tão tão distante.

Onde nao poderia o ver.

Onde não poderia o abraçar.

Onde não poderia sentir as gotículas de agua de seu cabelo sendo espalhadas quando ele batia o mesmo após pular no lago com James.

E essa era a outra parte de minha maldição.

A parte que queimava.

Que rasgava.

Sabia que nossa promessa silenciosa de amor eterno nunca se realizaria.

O cheiro de colônia cara, as risadas ecoando pelo nosso dormitório, as noites longas conversando sobre o universo nao seriam para sempre.

Um dia nossa estrela iria nos deixar. E eu o protegeria ate meu ultimo arfar, pois sentia que nunca iria ser hora certa de o dizer adeus.

Meu Sirius.

Bright Bright Stars// WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora