Nuances

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A Juliet é uma garota especial. Já foi chamada de raio de sol por seu otimismo e acredita na felicidade plena e barata.

O Garoto Limão é azedo. Já foi chamado de frio, sério demais e fatalmente crítico e pessimista.

Ela sabe como lidar com as pessoas, sabe dizer o que elas precisam ouvir e é tolerante. Juliet sabe dar bons conselhos e ri mesmo quando não acha graça.

Ele se contorce com a ideia de contato social. Se exaure, se esconde. A mente do Garoto Limão fervilha para dizer o que realmente pensa e, por isso, se cala, se isola.

Às vezes a Juliet não está lá quando se precisa mais dela. O raio de sol, paciente e simples. Desaparece quando sua amabilidade se faz necessária com aqueles que mais a merecem.

O Garoto Limão aparece quando se sente confortável e sua acidez pode ferir, sua indiferença e língua afiada cortam a quem menos merece.

Ele se encolhe e chora sem motivo durante a noite. Ela acorda pela manhã e respira fundo em mais um belo dia de vida.

Ele critica. Ela abraça. Ele traz consigo o vazio que jamais será preenchido e ela a ideia de que nenhum vazio precisa de preenchimento.

Ele se cobra para ser tão bom quanto os outros e ela afirma a validez de ser única. 


Eles giram em uma alameda com luzes brilhantes e trevas nos fundos, dançando a eterna valsa. Apesar de estarem juntos, jamais se tocam. Eles se conhecessem, mas se ignoram. Mas, Absolutamente, não entendem um ao outro. Quando é que entram ou saem da luz em meio a dança? Ninguém sabe ao certo, nem mesmo eles.

Juliet sorri às oito da noite, o Garoto Limão chora sobre o travesseiro à meia-noite. Juliet se acha capaz às nove da manhã, mas às dez o garoto Limão sente algo apertar sua garganta.

Ela quer viver e amar quem a ama. Ele quer morrer antes que as coisas piorem.

Ela é a pessoa mais incandescente e ele a mais triste do mundo. Mas, no fim, são tão opostos e imiscíveis assim?

Não pode ser, não quando vivem no mesmo lugar.

Nuances de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora