A Casa

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De madrugada.

Juliette acordou no meio da noite pra ir no banheiro e viu que Carla não estava na cama. Depois de usar o reservado ela foi até a sala e encontrou Carla deitada no sofá chorando baixinho. Ela se ajoelhou no chão e fez carinho no rosto da atriz.

- O que aconteceu?

- Não é nada. Eu tive um pesadelo.

- Quer que eu fique aqui com tu?

- Se não for te incomodar.

- Não me incomoda não. Carla se sentou e Ju sentou do lado dela.

- Deite a cabeça no meu colo. Pediu a advogada e a loira atendeu. Juliette começou a fazer cafuné na loira.

- Quer falar sobre o sonho que tu teve ?

- Eu sonhei que o meu câncer tinha voltado. E dessa vez era pior. Mas eu não quero ficar falando nisso. Me fala mais sobre você. Sei lá sobre a sua família. Ju começou a contar sobre as dificuldades da sua infância.

- Nossa seu mãe deve ser uma mulher incrível.

- Ela é. Eu quero muito dar uma vida melhor pra minha família. Por isso que eu entrei aqui.

- Eu tenho certeza que você vai conseguir. O BBB trás oportunidades pra todo mundo que participa.

- Mas eu não sou artista, eu nem ia saber o que fazer se saísse daqui famosa.

- Se você quiser eu te ajudo.

- Eu vou ter aceitar visse. Tu tem muito seguidor?

- Dois milhões o que não é nada no mundo dos famosos. Eu não ligo muito pra rede social. Apareço de vez em nunca mas mesmo assim da pra fazer umas publis. Eu mesma roteirizo , dirijo e edito tudo.

- Então tu que vai me ajudar com essas coisas se eu ficar famosa. Tu pensa em sei lá escrever novela ou filme um dia ?

- Sim. Eu até escrevi um monólogo pro teste que eu fiz pro meu último filme.

- E já saiu esse filme?

- Não. Foi tudo adiando por conta da pandemia. São dois filmes que contam a história do caso Richitofen. Um na versão da Suzane outro na versão do Cristhian.

- E tu faz o papel de Suzane?

- Sim. Foi um desafio muito grande porque na versão dela ela é uma menina frágil que foi manipulada e na versão dele é uma psicopata. E a gente gravava as cenas de um filme terminava e gravava do outro.

- Tu é tão diferente ao vivo assim. Parece que na TV tu é outra pessoa.

- É sobre isso que atuar. Se tornar outra pessoa por um momento.

- Teu olho até brilha quando fala do seu trabalho. Tu nunca pensou em fazer outra coisa?

- Não. Eu comecei com dois anos. No início era só uns comerciais. Meus pais estavam precisando de grana e pra mim era uma brincadeira. Mas eu sempre gostei de atuar e os meus pais sempre me deixaram muito a vontade pra dizer não pra qualquer coisa.

- Tu é próxima dos teus pais?

- Muito. Eu moro com a minha mãe até hoje. Ela trabalha comigo. Eu e o meu pai sempre fomos grudados também. Mas ele voltou pro Uruguai e por conta da pandemia faz quase dois anos que eu não vejo ele. Eu sinto muita saudades dele.

- Logo essa desgraça vai acabar e tu vai poder ver ele. Eu queria ser mais próxima de painho eu aprendi a entender o jeito bruto dele mas as vezes eu queria que ele fosse mais carinhoso. Acho que até por isso eu tenho problema com abraço.

Carliette- Desde O Primeiro DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora