Único.

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Há sempre momentos na vida em que paramos para pensar. Pensar em todas as nossas boas e péssimas escolhas. Se seria diferente ter ou não conhecido tal pessoa e o que aconteceria se tivéssemos ido a tal lugar em tal dia. E não era diferente para mim e, digamos que, se me dissessem há alguns meses atrás que eu perderia o controle da minha vida, que tudo viraria uma grande montanha russa e que eu sentiria calafrios só de me imaginar pondo meus pés no colégio, eu riria. Eu daria aquelas gargalhadas tão altas e longas que meu rosto ficaria muito avermelhado pela falta de ar.

Segundo os meus colegas, eu tinha uma vida perfeita. O típico popular da escola que todos amavam, um aluno com notas impecáveis e líder do time de basquete que todos respeitavam. Minha vida e tudo em relação a ela estava sob controle. É claro que eu me esforçava para ter boas notas e treinar toda semana para ser bom no basquete, não é como se minha vida fosse perfeita ou uma linda história clichê onde eu magicamente sou assim apenas por ser. É claro que não! Minha paixão gigantesca por esportes não anula minha inteligência. Eu poderia ser um bobo às vezes, mas quem não é, certo?

Era o meu último ano no colégio e eu tinha em mente que eu deveria focar mais ainda em meus estudos, no time de basquete e, claro, em ter as melhores lembranças com os meus amigos. E mesmo com imprevistos aqui ou ali — já que a vida é uma grande caixinha de surpresas — minha vida estava seguindo como eu havia planejado. As férias do meio do ano se passaram tão rápidas que pela primeira vez, depois de anos, eu choraminguei não querendo que as aulas voltassem.

Lembro-me fortemente do acampamento que fiz junto com os meus melhores amigos; do Hoseok se assustando a cada cinco segundos com qualquer barulhinho feito; do SeokJin derrubando o balde cheio de iscas, quando tentamos pescar pela primeira vez e, claro, de Taehyung quase entrando em colapso ao saber que ficaríamos boas e longas horas sem internet.

Mas não estou aqui para falar o quanto eu era incrível no colégio ou de quando estava tudo dando certo e, sim, de quando tudo começou a dar errado, quando todos os meus planos começaram a ir para o fundo do ralo tão rápido que eu nem sequer conseguia acompanhar com os meus olhos.

E tudo começou em meu aniversário, quando finalmente cheguei a maioridade e, segundo meu pai, eu agora era um homem que já podia muito bem pagar as próprias contas. Minha família fez como sempre uma grande festa, igual fizeram no aniversário do meu irmão. Jimin teve uma festa tão grande que até parentes que nunca tínhamos visto na vida foram convidados.

Jimin era mais velho por um ano, depois de seu nascimento meus pais ficaram tão encantados com a bolinha de fofura que meu irmão era quando bebê que eles não perderam tempo de fazer outro filho assim que minha mãe ficou totalmente boa da recuperação. E por conta dessa pequena diferença de idade que não fiquei surpreso quando no dia seguinte, Jimin junto com os meus amigos me levaram para uma boate, por ser o mais novo eu era o único que nunca tinha ingerido qualquer gota de álcool e naquele dia foi a primeira vez que o vi. Eu nem sequer precisei beber uma cerveja para começar a me sentir inebriado.

Estávamos sentados em uma mesa um pouco longe da pista de dança. Jin já tinha feito nossos pedidos e agora estava de melação com o seu namorado Namjoon. Todos estavam em seus próprios mundinhos e não demorou para o meu olhar ficar totalmente atento ao garoto pálido que dançava e balançava seu corpo pequeno sem preocupações ao som da música com batidas graves e fortes.

A iluminação fraca, mas colorida da pista, deixou o baixinho mais atraente naquelas roupas justas que chamavam atenção de todos em sua volta. E malditos sejam os meus hormônios de adolescente que fizeram meu corpo se esquentar tanto que o inferno sentiria inveja de tão quente que eu estava ao somente observá-lo.

Jimin logo percebeu como meus olhos estavam hipnotizados no garoto e não demorou muito para me encorajar a ir até si. Quando finalmente fui derrotado por sua insistência, bebi um pouco da cerveja e me levantei, indo em direção ao garoto que naquele momento eu nem sabia seu nome.

Como me apaixonei por um encrenqueiro • yoonkookOnde histórias criam vida. Descubra agora