Só desejo sua felicidade!

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   Lionel e Lillian brigavam alto no quarto, Lena do corredor escutava,mas não entendia direito o que acontecia lá dentro, ela pensava que sua mãe não podia deixar seu pai assim tão nervoso, ele estava doente —  Mãe,pai — Lena disse batendo na porta. 

— Lena agora não! — Lillian disse um pouco nervosa. 

Do outro lado da porta dentro do quarto,os dois baixaram o tom da voz quando perceberem a sombra da Lena ainda parada ali, eles não podiam ver mas ela estava com a cabeça encostada na porta de olhos fechados, realmente preocupada com os dois. Lilian olhou para o marido, e disse baixo e triste: — Não podia ter feito isso comigo, devia ter me contado! — 

Lionel sentou na cama, e com a cabeça baixa disse: — Você teria aceito ela, teria amando ela como ama, se soubesse? —

Lillian respirou profundamente,e olhou para a porta,ainda vendo a sombra da menina, sorriu e disse: — Não importa nada disso agora, o que importa é que eu amo ela, é minha filha, e ninguém pode tirar isso de mim. — 

— Quer contar pra ela? — 

— Não! — Lillian disse firme — Lena minha filha, o que você quer? —  

— Só quero saber se vocês estão bem? E parem de brigar por favor, o papai tá doente! — 

— Não estamos brigando! — Lionel disse caminhando até a porta. 

— Vocês tão sim, baixinho que eu sei. — 

— Não vamos mais, prometo! — Lillian disse abrindo a porta, e mostrando o melhor sorriso que conseguiu, ao ver os olhos tão tristes de Lena. Ela abraçou a menina e não pode conter as lágrimas, e Lena não conseguia entender, sua mãe nunca foi emotiva. 

— Mãe você tá bem?! — disse ainda dentro do abraço da mãe. 

— Eu tô, só me abraça só mais um pouquinho, deixa eu sentir seu cheiro — Disse apertando mais a filha, a qual não entendia nada, sorriu para o pai, quando ele piscou para ela. 

           → →

As horas, os dias passaram, e pelo que Lena podia ver, seus pais não falariam para ela o motivo da briga, e ela não sabia mas o que eles queriam era apenas protegê-la. Lillian não iria deixar Lena saber que ela era filha biológica de Lionel, não sabia como seria sua reação, e não queria saber se seria boa ou não. 

    Após meses de tratamento, Lionel não mostrou melhoras, os médicos acharam melhor internar o Luthor, a família estava triste, todos estavam no hospital. Lex e Lena, de mãos dadas, aguardavam notícias, mas pelo semblante de sua mãe, não seriam as melhores. A mulher parou de frente para eles, e disse triste: — Infelizmente o médico não deu muitas esperanças, ele disse que o estágio do câncer do seu pai, quando ele veio procurar ajuda, já estava avançado, e que é um milagre ele ainda está de pé. — 

Algumas horas mais tarde, ainda no hospital, Lena recebeu a visita de Kara, a qual abraçou ela forte, afagou seus cabelos e disse: — Eu estou aqui, sempre estarei, — Se afastou segurando seu rosto— parece muito cansada, se quiser fico com seu pai um pouco, pra você  tomar um banho, ou comer alguma coisa,te conheço sei que com a angústia não deve ter comido nada ainda. — 

Lena suspirou fundo. Kara tinha razão ela não tinha se alimentado durante todo o dia, e também não tinha dormido nos últimos dias, seu irmão e mãe, foram em casa para tomar um banho e descansar, Lena não quis sair de perto do pai, mas ela confiava em Kara, e concordou em ir comer. Alguns após a saída de Lena, Kara observava com carinho o Lionel, ela lembrava com um meio sorriso no rosto, quando o Luthor brincava com as três na piscina de sua grande casa. — Que bom que acordou! — Kara disse segurando a mão do homem, que se ajeitou com dificuldade na cama, olhando todo o quarto— Os meus pais, já vieram,mas estava dormindo, a Alex disse que vem amanhã pra vê-lo, e o Lex e a Lillian, foram a pouco pra casa, eles estavam cansados, queriam tomar um banho e descansar. — 

— E a...Lena? — O homem perguntou com dificuldade. 

— Ela ainda está aqui, foi comer, sabe como ela é né! Quando fica preocupada... —

— Esquece de comer, dormir — disse interrompendo Kara. 

— Sim, essa é a Lena que a gente conhece e ama! — 

— Kara! — Lionel disse ofegante — Me promete uma — suspirou cansado — coisa— 

— Por favor, não se canse— Kara disse preocupada. 

Lionel pediu que ela chegasse mais perto, Kara sentou-se na cama, ao seu lado, ficando com o rosto mais próximo dele,assim não precisaria se esforçar tanto para falar. Ele tomou ar e disse: — Acho que você, é a pessoa que melhor conhece minha filha,— Kara consente— Lena pode parecer...forte, mas sabemos que ela só reprime tudo, até não — Respirou cansando— aguentar mais e explodir...sei que a ama, posso ver nos seus olhos— engoliu em seco, e continuou— não deixe ela pensar que não aceitaria ela, por favor cuide dela, e da minha família. Esperei ela me contar, mas nunca aconteceu, não deixe ela pensar que eu a amaria menos, chame ela por favor— Respirou pesadamente. 

Kara pegou o telefone, ligando para Lena, pedindo que fosse até o quarto, ela deixou tudo na mesa, e saiu correndo, Kara também pediu para uma enfermeira chamar o médico. Lena chegou ofegante no quarto, sendo segurada por Kara, ao quase cair pela corrida repentina, misturada com a fraqueza de não comer e dormir. Ela ajudou a amiga a chegar mais perto da cama, segurando sua cintura, Lionel quando viu as duas assim, sorriu e disse: — Meu bebê! Tá tão linda, tão grande, logo será uma mulher extraordinária,— respirou fundo — Lena...eu quero que saiba, que só desejo sua felicidade,não importa com quem nem como — 

— Meninas preciso medicar seu pai! — O médico disse entrando. 

— Não! Espera — Lionel disse ainda cansado— Diz pra sua mãe, e irmão que eu amo… — Lionel não terminou a frase, a enfermeira aplicou um sedativo nele. 

O médico analisou o homem e disse preocupado— Senhorita Luthor temos que entubar seu pai, e precisamos da sua mãe aqui, para autorizar. — 

— Pode fazer ela vai concordar, eu autorizo até ela chegar, ela tá vindo já. — 

— Lena! — O médico disse segurando em seus ombros — Você é menor de idades, preciso de um adulto, parente mais próximo, no caso é sua mãe. — 

Lena com os olhos marejados, ligou para a mãe e disse com o voz chorosa, quando a mulher atendeu: — Mãe dá permissão pra entubar meu pai ou ele vai morrer! — 

— Doutor, pode fazer o que for preciso pra manter ele vivo, eu assino qualquer coisa quando chegar aí, dois minutos no máximo— Lillian disse do outro lado da linha. 

— Vem, vamos lá pra fora. — Kara disse puxando Lena para fora do quarto, enquanto seu pai era entubado. Ela abraçou a amiga, deixando a  de costas para o quarto, apertando suas costas, não disse nada, não sabia o que fazer, somente continuou abraçado  ela.  Kara nesse momento sentiu vontade que super heróis existissem, e que ela fosse um deles, para envolver Lena em seus fortes braços, e sua grande capa vermelha, e protegela de tudo que pudesse feri-la.


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