Rodrigo
O segundo dia consecutivo que estava sentado na cadeira do bar de Adalberto. Claro que não tinha muitas novidades depois de ontem. Até pelo que eu sabia, a porra do Camargo havia viajado para fazer negócios em Mato Grosso.
A peste nem podia morrer em uma dessas viagens, que seria um problema a menos para eu descartar da minha vida.
— O senhor resolveu o problema da família Arantes?
— Resolvi e quero que você mande um dos seus encarregados levar essa maleta para eles.
Coloquei a maleta, com o dinheiro que Paulo Arantes devia para os Camargo, em cima do balcão do bar e Adalberto assentiu.
— Sim, senhor.
— E peça para que um responsável assine aqui.
Apontei para o contrato que havia pegado com meu advogado aquela manhã, quando apareci na cidade.
— Combinado, senhor.
— E assim que esse contrato tiver assinado, quero que você espalhe a notícia de que eu me casei com Camila Arantes.
Abri um sorriso cheio de malícia. Sabia que aquilo faria com que Daniel ficasse irritado, e aquilo seria um motivo para que eu pudesse dar um tiro no meio de sua testa, sem começar uma pequena guerra entre nossas fazendas.
— O senhor o que?
— Isso que você ouviu, homem.
— Não acredito que vai casar com a senhorita Camila. Ela é tão boazinha, senhor Alonzo.
Tomei um gole da bebida, ardente, que havia sido depositada a minha frente e comentei em seguida:
— E não vai deixar de ser boazinha por ser minha esposa.
— Que Deus tenha piedade da alma dela.
Eu sabia que Adalberto estava brincando, mas achei por bem deixar claro que ele não tinha certos direitos para se referir a mim.
— Não faça brincadeirinhas com a minha mulher, senão você sabe o que pode acontecer.
O homem engoliu em seco e assentiu.
Levantei de onde estava e olhei para Germano que também fez o mesmo.
— Vamos passar novamente no cartório de Pedro, para ver se ele terminou a papelada.
Se fosse um casamento para pessoas normais, demoraria mais ou menos para toda documentação estar pronta. Mas estávamos falando de uma pessoas com sobrenome Alonzo e Pedro — o tal juiz de pais — sabia muito bem que tinha que agilizar tudo que fosse possível para mim. Senão ele entraria na mira da minha arma.
Quando paramos a caminhonete em frente ao lugar, Pedro apareceu na porta com sua pasta na mão. Nem desci do automóvel, só abaixei meu vidro e o encarei, abaixando os óculos escuros que usava para enxergá-lo normalmente.
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DEGUSTAÇÃO - COMPRADA PELO COWBOY
RomanceSempre fui um homem temido pela cidade de Águas Raras, já que era dono de quase tudo e todos que pisavam por aquele lugar. Um típico fazendeiro, que honrava o sobrenome que seu pai havia deixado. Afinal, tínhamos que cuidar da porra do legado. Só ha...