Por fora rivais, mas por dentro apaixonados

desculpa mas...

Miya pov

"Miya... estás bem?"

"Tirem-na dai!"

"Chamem ajuda!"

"Já vem a caminho"

" A festa acabou. Vão embora"

"Miya, estás a ouvir?"

"PUXEM. 1-2-3"

"Mais força"

"Ela não está a respirar!"

"Façam compressões para manter o sangue em circulação"

"Ela pode ter um traumatismo! Não façam nada. É melhor"

"O Miya está paralisado gente..."

"A ambulância chegou!"

"Miya vamos levar-te para o hospital como acompanhante da S/n"

"Eu vou com ele"

"Tá bom Reki"

"Espero que ela sobreviva"

Revia toda a conversa e os acontecimentos dos últimos minutos. S/n estava em estado critico, muito para ser preciso. Reki tentou me acalmar,mas sem sucesso. Eu iria com ela para onde quer que fosse

Poderia ser um merdas, um incompetente mas eu não consigo ver que eu amo... É agora que eu percebi como a amo e como só se percebe isso quando estamos quase a perder...

A minha cabeça.. Argh, ela doía, muito. E meu coração também. Eu não conseguia ver S/n ali, deitada na maca de uma ambulância, ligada a um monte de fios e com um respirador aos seus canais respiratórios.

Tentei agarrar a sua mão para fazer carinho nela mas eu me arrependi. A meu lado vi outra mão a agarrar na minha e a entrelaçar com o corpo que estava deitado. No meu ouvido, Reki sussurrou.

R-Não faz mal estar triste Miya. Acho que se a agarrares, ela irá melhorar, nem que seja um pouco- disse contendo as lágrimas

-O-o que faço...?- acariciei a mão gélida

R- Deita tudo cá para fora.

Reki abriu os braços e eu tentei conter as lágrimas ao abraça-lo, mas não consegui. Chorei, muito agarrado a Reki. Ele sabia como aquilo doía muito

R-Pronto miúdo, já vai passar- fez festas no meu cabelo

Continuamos em silêncio até chegar ao hospital, vendo Kitsune a ser encaminhada para a ala dos doentes críticos. Sentamo-nos na sala de espera à espera de que os outros chegassem ou de uma informação

Langa e o resto do grupo chegaram com Lídia, que estava aos prantos

Li-O que aconteceu à minha filha?

-A culpa foi minha..

R-não foi.

Ro-Oiça Lídia, O Miya não fez nada. Ele se sente culpado porque não ajudou a tempo

Li-Ela nao...

-Não se sabe

Enquanto estávamos à espera dos resultados apareceu um doutor

D-Parentes de S/n Shindo?

Li- Eu sou a mãe. O pai está na prisão

D-Ah... Alguém que seja próximo a ela?

Eu mantive a.boca fechada. Uma mão foi colocada sobre o meu ombro e com a sua doce voz, embora chorosa

Li-Miya é o mais próximo a ela

O doutor pediu para o seguirmos e fomos para um elevador. O profissional disse que S/n estava fora de perigo, porém ela foi sujeita a uma operação no encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco cerebral), onde teve um traumatismo craniano e que ele queria testar algo. Também disse que ela ficou paraplégica, ou seja, não posso mais andar de skate com ela...

E eu sou o culpado disso

Assim que chegamos ao 2 andar, o médico dirigiu-nos para o quarto 215, onde estava S/n em coma induzido.

Lídia começou a chorar e eu não pude conter as lágrimas também

D-Irei tirar do coma induzido e verei algo. Porém ela irá acordar somente amanhã. Podem ir vê-la e podem ficar cá, já que é de madrugada.

Entramos para o quarto. Era branco, como todos os outros, ao centro encostado à parede estava S/n, deitada sobre a cama tranquila e com o batimento estável. Ao lado havia um sofá e uma cadeira. Lídia dirigiu se a ela e começou a falar chorosa

Li-Oh filha, o que te deu meu amor. Você sabia do perigo e agora está ai nessa maca, presa. Você vai ficar numa cadeira de rodas meu amor- acariciou os seus cabelos molhados pelas lágrimas da progenitora- Você não consegue fazer o que ama agora meu amor....

Lídia começou a chorar compulsivamente e saiu para lavar a cara. Eu me dirigi a ela, sentando na cadeira ao lado da cama dela colocando a mão em cima da dela.

-Desculpa. Eu fui um merda de um incompetente. Eu sou o culpado de te ter prendido numa cadeira de rodas, eu sou o culpado de te ter cortado as tuas asas. Eu... me desculpa- limpei uma lágrima solitária- Eu te amo S/n Shindo e sempre amei! Não me deixes... por favor

Quebra de tempo

8:00 da manhã

Acordei com os raios de sol a entrarem pela janela acima. Lídia estava a falar com o médico e mais alguém

Li- Ah Miya acordaste! S/n há uma pessoa para te ver

-S/n!!!- corri para abraçá-la

S/n-Oh... olá.

-Como estás? Dói-te algo? Desculpa...

S/n- Não dói nada não. E porque pedes desculpa...

-É que eu fiz com que você não andasse mais... Você não se lembra?

S/n- Eu lembro... mas não me lembro quem foi.... aliás desculpa a pergunta mas...

Quem é vc?

—"—

Não me matem. O amor já já vai acontecer!

<3