03. Em adaptção

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Capítulo3 – Em adaptação

Camila Bastos

Logo o menino que havia me atropelado saiu andando, dizendo que estava muito ocupado, mas que voltaria mais tarde e eu não entendi nada.

Comecei a andar pelo corredor, indo em direção a uma porta que se encontrava aberta, tinha algumas pessoas lá, o que me indicava que poderia ser algo interessante. Quando cheguei mais perto, possibilitei-me enxergar aquela sala mais a fundo. Havia alguns livros e filmes em estantes e também uma televisão onde poderíamos quem sabe assistir.

Um menino estava sozinho sentado no sofá em frente à televisão e então resolvi pedir ajuda para ele.

— Olá. — Falei, passando a mão em seu ombro para chamar sua atenção.

— Oi. — Ele me olhou de cima a baixo.

Sabe onde eu posso achar algo para comer? — Perguntei.

No refeitório? — Ele perguntou irônico, o que me fez ficar com raiva e sair andando.

Mal cheguei ali e já estava sendo maltratada. Por mais que a minha colega de quarto Larissa fosse legal, as outras pessoas pareciam ser mais desastradas e mal educadas do que eu estava acostumada a conviver.

Voltei andando pelo corredor, olhando para todos os lados, e comecei a descer a escada. Logo, ouvi alguém correndo na minha direção e me segurei na parede para não ser atropelada novamente.

Mas era apenas o menino irônico.

Desculpe-me. — O menino que estava no sofá pediu.

Por? — Perguntei, tentando fazer-me de desentendida, não queria que ele pensasse que havia me deixado chateado com a maneira que havia falado comigo.

— Porque só agora que me toquei que é novata e fui meio ignorante com você. — Explicou-se.

— Não que eu não esteja acostumada. — Falei, e pisquei para ele.

Espero que ele esteja entendendo que estou sendo sarcástica.

O garoto ficou me encarando por um tempo com um olhar malicioso e já estava ficando enjoada.

— Vai ficar me olhando menino? — Perguntei revirando os olhos.

— Desculpe-me, Felipe. — Falou estendendo a mão para mim.

Fiquei em dúvida se apertava ou não na sua mão, mas resolvi apertar. O que me restava? Eu não conhecia ninguém.

— Camila. — Apresentei-me.

Ele soltou um sorriso estranho e continuou me encarando.

— Por acaso você está dividindo o quarto com a Larissa? — Ele perguntou e concordei com a cabeça.

— A conhece? — Perguntei.

Ele assentiu com a cabeça novamente.

— Minha amiga, estudou comigo desde sempre, e o Gabriel também, você logo vai conhecer ele. — Felipe afirmou.

Felipe Freitas

Nossa que menina era aquela? Como eu pude ser tão ignorante com a mesma? Nunca tinha visto nada igual no colégio.

Acabei tendo que sair correndo atrás dela, ela já se encontrava perto da escada. Ainda bem que parou de andar ao ouvir a movimentação.

Não conseguia parar de ficar olhando aquele corpo divino. E aquele olhar, a boca pequena, mas tão linda.

Colégio Interno - bbs (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora