"- O tempo não apaga nada, a gente que finge que esqueceu."
Campos.Josh Beauchamp P.O.V
Acordo com uma dor de cabeça infernal, aperto meus olhos fortemente antes de abri-los e olhar o lugar onde eu estava. Parecia um tipo de cadeia ou sei lá, a cama em que estava deitado tinha seus lençóis cinzas e as quatro paredes do quarto tinham essa mesma coloração, na frente da cama havia um pequena mesa com o que parecia ser pão e um copo de água. Forço-me a lembrar do que aconteceu ontem depois que Lamar veio até mim.
Flashback on
Ele fecha sua mão e tudo que consigo ver em seguida é sua mão vindo em direção a minha cara, e antes que eu consiga desviar sinto o peso de seu punho, um soco, depois outro e depois outro, lembro-me de tentar revidar mais ser segurado por outro homem, logo desmaio.
Flashback off
Devo ter desmaiado, concluo sem pensar muito. Dou de ombros como se ser socado fosse algo costumeiro para mim - o que não era. Dou dois passos em direção a mesa a minha frente e pega o pão com a intenção de comê-lo mas paro assim que ouço a voz da cacheada.
- Se eu fosse você não comeria isso não. - Ela diz adentrando e só agora percebo que havia um tipo de porta no teto. - Eles não trocam isso a pelo menos uns anos.
- Onde eu estou ? - Pergunto deixando o pão revolta da mesa e me sentando na cama.
- Em uma prisão improvisada. Ninguém é preso nesse lugar a algumas décadas. - Ela responde e logo tira uma embalagem de sua cesta e me estende, pego a embalagem abrindo-a e me deparo com uma torta.
- É de maçã, achei que estivesse com fome. - Ignoro sua fala colocando a torta na mesa.
- O que tem contra mim? - Pergunto do nada e ela volta a me encarar.
- Não temos nada contra você, é só meio... complicado.
- Complicado como?
- Vamos falar de outra coisa. - Any pede parecendo incomodada. - O que tem do outro lado ?
- Coisas normais, casas, prédios... - Penso um pouco. - Porque quer saber ?
- Nunca cruzei o muro, a maioria das pessoas que moram aqui já foram, mas eu não.
- E porque não ? É só um muro normal, não é como se todas as pessoas fossem ruim do outro lado. - Explico.
- Sei disso, mas pai não, ele acha que ficaremos seguros desse lado.
- Porque ?
- Ele tem os motivos dele. - A cacheada corta o assunto. - Quer ver uma coisa ?
- Claro. - Aceito e ela sorri abrindo novamente a porta do teto, ela puxa uma escada e começa a subir e eu a acompanho.
- Podemos dar um passeio, só precisamos ser discretos. - Ela segura minha mão e me puxa começando a andar. - Me desculpe pela nossa hospitalidade, esse não é o nosso forte, bom, nada é o nosso forte se tratando de pessoas do outro lado.
- E qual seria seu forte ? - Pergunto me virando para ela.
- Natureza. - Ela afirma indo até uma pequena caverna. - Nós fazemos a natureza crescer.
- Como? Regando e plantando?
- Claro, mas de um jeito melhor. - Ela me guia entrando na caverna e logo velo uma saída com várias plantas fazendo como uma cortina, Any segura as plantas e em seguida passando por elas. Logo vejo um grande campo de árvores.
- Veja! - Ela aponta para um canto do campo e vejo uma garota mechemos suas mãos e logo um pequeno raminho verde começar a crescer e logo virar uma árvore, abro minha boca desacreditado.
Não acredito que Sofya tinha razão
- Mas como caralhos ela fez isso ? - Digo e Any tampa minha boca com sua mão e me olha preocupada.
- Não diga palavrões e nem tenha sua energia negativa perto do campo Josh, isso é muito importante. - Arqueio uma sobrancelha não entendo o porque disso. - Se tiver sentimentos ruins perto do campo, as árvores morem.- Ela explica tirando sua mão de minha boca e se afastando.
- Desculpa. Mas como ela fez aquilo ?
- São só os poderes dela Josh, quais são os poderes que as pessoas do seu lado tem ? - Pergunta virando à direita e logo perco o campo de vista.
- Nós não temos poderes.
- É sério? Achei que todos tivessem. - Ela diz dando de ombros e novamente pega na minha mão puxando-me para outra entrada de caverna, nós adentramos e ela segura as plantas que estavam na mesma posição do que as outras, mas uma coisa chama minha atenção;
Desta vez estavam mortas e secas como se não tivessem regado
Assim que Any abre o caminho segurando os raminhos consigo ver ou outro campo de árvores, mas estavam todas sem folhas e pareciam mortas, a grama do chão seca e totalmente sem vida, a cacheada ao meu lado suspira passando as pontas dos dedos na parede da caverna onde tinha um nome escrito.
Flora
Eu ia perguntar quem era mas achei melhor não, não queria ser indelicado , afinal havia acabado de conhecê-la. Any respira fundo antes de entrar na área do campo e se senta na grama seca e logo depois me sento também.
- Olha, a negatividade pode ser tão poderosa ao ponto de matar um campo todo.
- O que fez isso acontecer ? - Pergunto e ela passa a mão na grama que volta a ser verde por alguns segundos e logo volta a sua cor antiga.
- Eu já disse, negatividade, tristeza, raiva, perda.
- E porque vocês não simplesmente fazem renascer? - Assim que termino de fazer o arrependimento repentino em tê-lo feito foi instantâneo. Ela solta uma risada nasal forçada antes de responder.
- Queria que fosse simples assim. - Ela suspira deitando seu corpo totalmente no chão e eu a acompanho, ficamos um tempo ali acompanhados do silêncio. Não consegui aproveitar muito já que sou puxado brutalmente para cima pela mesma garota de ontem.
- ELE ESTÁ AQUI! - A loira grita e logo cinco caras vem correndo em nossa direção, dois vão até Any ficando em sua frente e os outros três me seguram fortemente.
- Any! Você está bem? Ele te machucou? - Lamar vem correndo e coloca suas mãos no rosto da cacheada a analisando.
Ainda não saquei qual é a dele comigo
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Deixem a estrelinha e comentem pra eu saber se estão gostando <3
Liz 🥀
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The other side
FanfictionBeauany || "- Eu sou apaixonado pelas estrelas. Aliás, tenho mania de me apaixonar pelo que está longe." Com a chegada do verão, os Beauchamp's voltam para sua casa de campo como todos os anos. Ao redor da fogueira a lenda conhecida por eles é mais...