Capítulo Único;

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— Desiste Cheng. – A voz de Kim fez com que minha careta aumentasse, mas não que minhas gargalhadas cessassem. — Você nunca vai pegar essa garrafa!

Soltei um grunhido quando aquela peste de quase um metro e oitenta jogou a minha garrafa de Coca-Cola para Ivan, um grandalhão como ele, mas bem mais rechonchudo. Mandei um olhar misericordioso para Alya, que apenas riu em resposta.

Sim, era impossível dizer que já tínhamos dezoito anos e estavamos há menos de três semanas do termino do ensino médio.

— Façam suas apostas! — Nino gritou, sentando-se sobre a mesa do professor. — Os meninos ou Marinette? Quem vai ganhar?

— Eles, obvio! — Chloe parou de lixar as unhas somente para dizer. — A Marilerda não tem chance.

— Faz um favor? Vá se foder! — Murmurei, enquanto me sentia uma tonta correndo de um lado para o outro, tentando agarrar aquela garrafinha de qualquer jeito.

Ridiiiiiiiiiiiiculos!

— Eu aposto na Marinette! — Nathanael murmurou do fundo. — Os humilhados serão exaltados.

— Uma pena que você não foi até hoje, não é, cabeça de tomate? — Novamente, Chloe murmurou, o que arrancou risos de todos, até mesmo de Nathanael.

— Elementar minha cara. — O ruivo disse. — Todavia, não me peça autógrafos quando minhas pinturas estiverem no Louvre.

— Woooooooow! — Kim murmurou, antes de novamente arremessar a garrafa para Ivan. — Eu não deixava.

— Nem eu! — Ivan cantarolou. Corri até ele, quando ele balançou a garrafa e pulei feito uma pipoca quando ele a levantou acima da minha cabeça. Não consegui pega-la. — Vai, Kim!

— Na hora que essa garrafa cair no chão, não quero nem ver o banho de refrigerante que vocês vão tomar! — Mylene, que parecia se sentir profundamente irritada com a situação em que eu estava (talvez por também ser uma baixinha, e sentir indiretamente a minha dor), reclamou, com os braços cruzados. — E podem ter certeza que vocês quem vão limpar!

— Não estraga a diversão, My. — Juleka comentou, e eu lhe mandei meu melhor olhar irritado. — Pense que, se Marinette se molhar, ela pode emprestar a jaqueta do meu irmão, como da última vez.

— Eu já disse que aquilo nunca mais vai se repetir! — Grunhi, e graças a essa diversão, não consegui pegar a garrafa novamente. — E você sabe muito bem que a culpa foi dele! Ele quem derrubou suco na minha camiseta!

— E você bem que depois adorou vê-lo apenas com a camiseta coladinha no corpo, admite! — Juleka comentou, e eu fiquei mais vermelha do que um tomate. Todos os presentes fizeram "Hmmm", menos Chloe que parecia não ligar para nada que não fosse suas unhas.

— Nada disso! — Cruzei os braços, de uma maneira irritada. — Você sabe muito bem que...

Não consegui terminar a frase.

— MERDA! — Kim gritou, quando sem querer, jogou a garrafa muito alto, e ela começou a se distanciar.

ERA A MINHA CHANCE!

Comecei a correr como uma doida, e parecia que eu iria conseguir pegar aquela garrafa.

Mas a porta foi aberta.

— Bom dia alun... — O professor Agreste apareceu, e eu me perdi por instantes.

A única coisa que me trouxe de volta ao momento foi o barulho da garrafa de 600ML batendo contra a parede e explodindo, jogando Coca-Cola para todos os lados.

Dammit the bottle!Where stories live. Discover now