Prólogo

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NOTAS INICIAIS

Esse é um livro que vai além da ficção e não se deve romantizar as ações dos personagens. Tentei fazer o melhor para que isso não acontecesse, mas a interpretação é uma via de mão dupla. Caso você tenha sofrido algum dos traumas mencionados no texto, procure a ajuda de um especialista que te ajude a superá-los. Não faça justiça com as próprias mãos. 

Bahia, Salvador

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Bahia, Salvador

Primavera de 2087

Pode-se dizer que a única coisa que Safira nunca acreditou foi em karma. Enquanto crescia, ouviu que colhíamos o que plantávamos, que o destino iria se encarregar de devolver todo o mal que sofreram ou causaram. Mas para ela, isso nunca fez sentido.

Até aquele dia.

Mal se lembrava de correr até o guarda-corpo da embarcação, com as pulsações estalando forte através das meias e artérias, a garganta fechada e a aquela sensação incompreendida. Assim que olhou para as ondas se chocando contra o casco, um arrepio subiu pela espinha e ela entendeu o que estava sentindo. Medo. 

Então Safira estava caindo e caindo e caindo.

As docas não estavam longe, então podia jurar que a queda seria mais curta. Talvez fosse o efeito da adrenalina, mas sentia seu coração querer sair pela boca enquanto o tempo ao seu redor se desacelerava. Um frio na barriga a inundou e um leve sorriso irônico surgiu em seu rosto. Ela enfim estava pagando por todos os seus pecados. E não parecia que o acaso tinha escolhido aquela missão aleatoriamente.

Justo na primeira vez em que descumpria a única de suas regras, tudo ia ladeira abaixo.

Como ela nunca achou que faria sentido sofrer por todo o mal e dor que causou?

Quando seu corpo finalmente encontrou o mar, todos aqueles anos com praticando natação não adiantaram em nada. As enormes ondas a levavam de um lado para o outro, a puxando para o fundo. Ela se desfez da mala com as armas e emergiu, praticamente sem fôlego. Não lembrava o que a atingiu, só viu a escuridão.

E por um mísero segundo, ela desejou que aquele fosse o seu fim.

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