Algumas semanas depois, Alexander estacionava o carro em frente ao meu novo endereço.
Sr. Persen e ele haviam insistido muito para que eu ficasse no Jordaan ou para que pelo menos voltasse para Rotterdam e ficasse com Alexander até o bebê nascer.
Eu não quis fazer nem uma coisa, nem outra. Eu morava sozinha á tanto tempo, que já sentia falta de comer os meus sanduíches gordurosos e beber leite direto da caixinha. Eu precisava da minha velha individualidade de volta.
- Tem mesmo certeza de que quer ficar aí? – Alex perguntou uma última vez, carregando uma pequena pilha de caixas de papelão.
Dei uma olhada em volta de tudo, apreciando meu novo ponto preferido de Amsterdam.
- Tenho! – afirmei resignada enquanto mirava a arcada de entrada do complexo.
Abri a porta, passei pelo corredor de acesso e parei em frente ao jardim do Begijnhof*. Eu havia me apaixonado por aquele lugar desde a primeira visita. Não era fácil encontrar uma casa vaga ali, mas isso fazia parte da pequena porção de coisas que começavam á dar certo na minha vida.
- Não acredito que você não gosta daqui! – pontuei dando uma volta completa em torno do jardim – olha como é calmo e tranquilo! É perfeito!
- Se você acha – Alex me disse cético – para mim o importante é fica próximo da casa do papai então podemos chegar aqui rápido, caso você precise.
- Então! – eu disse sorrindo – é o lugar perfeito!
Eu estava animada, convencida de que seria um recomeço perfeito na minha vida recém-conturbada. Já havia resolvido as coisas com Hans e voltaria a trabalhar em breve, o que era ótimo! E ainda estaria á apenas alguns quarteirões da casa do Sr. Persen e de Alex, que havia resolvido passar um tempo em Amsterdam.
Eu não tinha móveis. Havia alugado o apartamento no Jordaan mobiliado então minha mudança era pequena. Algumas caixas e Mia – era tudo que eu tinha no mundo.
Girei a chave na maçaneta da porta e entrei. Era um sobrado pequeno, com uma sala e uma cozinha separadas por um balcão, que também servia de mesa e um lavabo de duas peças. No andar de cima, um quarto de tamanho razoável e um banheiro completo terminavam o que agora seria minha casa.
Era tudo pintado com um tom de azul bem claro e havia um papel de parede á meia altura, cheio de flores pequenas e rosadas. Era uma casa que deixaria qualquer avó enlouquecida de felicidade, não era exatamente o apartamento que uma moça de vinte e poucos anos decoraria.
- Sabe que eu poderia conseguir um apartamento bem melhor para você no meu prédio, não sabe? – Alexander me disse levantando a sobrancelha para os móveis antigos do lugar – você é quase uma milionária agora! – brincou.
Eu o abracei e o beijei no rosto, fechando a porta atrás de nós.
- Sabe que eu não quero o dinheiro dele, não sabe? – imitei-o.
- Talvez você não queira agora, mas minha função como seu advogado é garantir que seus direitos serão respeitados.
Respirei fundo – eu não queria uma briga judicial com Adrian por dinheiro porque eu queria ainda menos uma briga judicial com Adrian por causa do meu bebê.
Sentei no sofá e deixei que Mia explorasse seu novo lar. Alexander sentou-se ao meu lado.
- Sei que é difícil – ele disse passando o braço em volta do meu pescoço. Deixei meu rosto pender contra seu peito – mas tudo vai se resolver.
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Ainda Mais Perto
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