NA: Tudo aqui pertence à JK Rowling. Spoilers a partir de Ordem da Fênix.
Alastor "Olho-Tonto" Moody nunca se casou, nem fez questão.
Amor nunca foi a coisa número um na vida dele, e ele, sinceramente, não tinha arrependimentos. Nunca foi o tipo de pessoa que namorava nos seus tempos de Hogwarts, nem na vida adulta. Se tornar um Auror de sucesso sempre foi mais importante, e ele havia conquistado todos os seus objetivos de vida.
Por causa disso, ele também nunca teve filhos.
Ele nunca foi fã de crianças (especialmente as que eram tão pequenas que não conseguiam fazer atividades básicas, como comer, sozinhas, ele simplesmente não tinha paciência) então nunca quis ter nenhuma.
Ele também nunca tinha realmente se apegado a ninguém de um jeito tão emocional como um pai é a um filho, e vice versa.
Isto é, até ele conhecer uma bruxa de cabelos rosa que tropeçava a cada dois passos que dava.
Quando Nymphadora Tonks apareceu no programa de Aurores, ele se viu apegado àquela menina de um jeito incompreensível.
Ele realmente se importava com ela, a achava uma bruxa extremamente talentosa e com um futuro brilhante pela frente, e ele confiava sua vida naquela moça, sem dúvidas, mesmo que ele nunca fosse admitir com todas as letras.
Ele confiava nela ao ponto de a chamar para a Ordem da Fênix, de confiar nela algo tão crucial à vida de toda a comunidade bruxa, e até de trouxas. E ela nunca o decepcionou.
Ele não era do tipo emotivo, que mostrava seus sentimentos para o mundo (mesmo para pessoas como Tonks, que ele confiava), ela era sua protegida, e isso já dizia o suficiente. Ele nunca havia falado para ela nenhuma palavra de afeto, e ela nunca esperou que ele o fizesse, isto é, até um dia específico de janeiro de 1996, quando Alastor entrou na Grimmauld Place para ver Nymphadora chorando no sofá da sala, sozinha.
Claro, assim que ele chegou ele não sabia que ela estava chorando, já que a mesma estava de costas, então aproveitou para testá-la.
Ele se aproximou dela, sua varinha em punho, e a apontou em direção a metamorfomaga. Quando ele tossiu para chamar sua atenção, a bruxa só se virou um pouco, assustada, mas sem sua varinha, quando ela viu quem era, seus ombros relaxaram.
Foi somente aí que ele pôde ver os olhos vermelhos da bruxa. Ele também reparava como a coloração dos seus cabelos não era mais o rosa-chiclete habitual, mas se assemelhava mais com um coral, bem desbotado e sem brilho. Ela, em geral, tinha uma aparência cansada.
— Vigilância constante, Nymphadora — Ele rosnou — E se eu fosse um comensal?
— Olho-Tonto, eu duvido que um comensal teria facilidade de entrar nessa casa — Ela deu um olhar mortal — E não me chame de Nymphadora.
Ele fez um som desdenhoso.
— O que há? — Ele perguntou, fazendo as sobrancelhas da moça subirem.
— Como assim?
— Nymphadora, você não é de sair chorando por qualquer motivo. Algo aconteceu.
— Nada que valha a pena contar, mas obrigada.
— Besteira — Ele foi até a cozinha, encheu um copo de uísque e voltou para sala, sua perna fazendo tec, tec na madeira do assoalho — Vamos, fale!
— Sempre tão delicado, Olho-Tonto — Ela sussurrou e riu sem humor.
— Se for algo que possa ser resolvido, eu quero saber, vamos! — Ele se sentou na poltrona ao lado da lareira.
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Conselhos
FanfictionTonks está passando por problemas (por causa de Remus), mas, por sorte, Olho-Tonto está lá para aconselhá-la.