Capitulo 5

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Com todos os livros que fui obrigada a ler sobre animagos, estava certa de que meus sonhos eram manifestações disso.
O jantar acabou de acontecer, agora estou indo ao encontro do Sr.Snape, mas dessa vez ele não me encontraria na sala dele, dessa vez ele queria me ver no lado de fora, em uma parte mais afastada, próximo a floresta proibida.
A noite estava estrelada e a lua estava quase que cheia por completo, uma brisa gélida batia fazendo-me arrepia cada pelo em meu corpo. Quando cheguei ao local de encontro, Snape já se mantinha de pé lá com suas mãos para trás de seu corpo e com o olhar fixo nas árvores da floresta a frente.
- Está pronta? - Snape pergunta virando-se.
- Para o que especificamente? - pergunto parando a sua frente.
- Segundo McGonagall, você realmente está tendo manifestações de animago, desconcentração, sonhos, cada coisa que me contou.
- Que surpresa. - digo revirando os olhos, e recebendo um olhar fuzilante de Snape. - foi mal, ma continue!
- Então, vamos exercitar isso, ande!
- Como?
- Feche os olhos! - Snape diz e começa a andar circularmente a minha volta.
- E como isso vai me ajudar? - pergunto o acompanhando com a cabeça.
- Vai logo! - diz autoritário. - se concentre!
- Se você calasse a boca, eu me concentraria.
- Responda-me outra vez assim e lhe deixarei por si só. - ele diz fazendo com que eu me calasse. - Vamos lá, o que está sentindo?
- Sentindo? Está louco?
- Está dispersa, se concentre! - Snape ordena. - mantenha-se de olhos fechados, inspire profundamente, sinta o lugar, sinta o cheiro, sinta quem você é! - Suas palavras nunca foram tão rápidas, mas faziam total sentido.
Então eu fiz, me concentrei, senti a brisa invadir cada milímetro do meu corpo, senti o cheiro da terra úmida e pude ouvir as folhas das árvores se manifestando. Meus sentidos estavam aguçados, em principal a audição, podia ouvir Hagrid cantarolando em sua cabana a fazer um chá, ouvia também murmurinhos na floresta proibida vindos de centauros, enquanto aos cheiros, eu podia sentir o cheiro de flores e da podridão de animais mortos trazido pelo vento.
- Agora mantenha o foco no animal do sonho. - Diz Snape atrás de mim.
E então vem aquela imagem a minha mente, um lobo acinzentado, vindo até mim, estava difícil conseguir me manter focada ao lobo, então abro meus olhos.
- Eu não consigo. - digo virando-me para Snape.
- Não está se esforçando.
- Eu estou me esforçando, só não consigo.
- Não o suficiente, não há desculpas, comece de novo.
As horas nunca haviam se passado tão rápido, o ar estava cada vez mais gelado, já deveria ser 1h da madrugada.
Eu me mantinha de cabisbaixa com os olhos fechados, apenas via a ausência de luz em minhas pálpebras.
Eu estava me empenhando ao máximo, talvez até mais do que eu deveria, a imagem do lobo já me era nítida, mas eu via esse lobo entrar na floresta, algo me chamava lá dentro de certa maneira.
Eu podia sentir os movimentos do andar de Snape a minha volta, pude senti-lo parar próximo a mim e estender sua mão para me cutucar, mas eu o interrompo.
- Não encoste em mim! - digo ainda com os olhos fechados, acabando por o assustar.
- Como voc... - ele começa mas é interrompido novamente por mim.
- Sinto seu cheiro e seus movimentos, o senti levantar o braço, além disso, seus movimentos não são nada sutis. - digo finalmente abrindo os olhos.
- Ao menos demos um passo! Seus sentidos estão se aflorando como os de um animal. Agora sei que está se concentrando. - diz em um tom um tanto quanto orgulhoso, eu adoro o ver toda vez que ele percebe que não estou deixando o poder me controlar, ou quando meu desempenho é melhor que o esperado.
- Um lobo! - digo finalmente revelando o suposto animal que me transformaria.
- Como? - ele pergunta.
- Meus sentidos estão se aflorando como os de um lobo! - eu completo.
- Então esse é o animal? - ele pergunta se referindo ao animal que me tornaria.
- Sim! - afirmo.
- isso é incrível! Agora vá descansar, já está tarde. - Snape diz e eu assinto com a cabeça.
- Boa noite, então. - digo acenando e me retirando.
- Boa noite, querida!
Eu me retirei de lá e me pus a andar pelos corredores daquela enorme escola de magia e bruxaria, andava com o máximo de cuidado possível para que não fosse pega por algum inspetor, mas algo estava estranho, a sensação de que algo me seguia estava me consumindo, então ouço um barulho por perto, mas olhava cada canto e nada via. Então sinto algo puxar meu braço e tampar minha boca rapidamente.
Meus batimentos aceleraram mas logo se acalmaram quando ouvi a voz de Fred Wesley.
- Calma bravinha, somos apenas nós! - diz Fred que ao ver-me calma, solta-me.
- Mas que merda - sussurro emputecida. - Vocês são doentes, Wesley's?
- Foi mal, bravinha. - diz George. - mas nos diga, o que estava fazendo andando sozinha por aí?
- Não é da conta de vocês. - digo cruzando os braços.
- Grossa como sempre, eu amo mulheres assim! - diz Fred fazendo-me revirar os olhos.
Logo percebo um mapa nas mãos de George, eu sabia exatamente de que mapa se tratava, mas como o pegaram? Tenho certeza que esse mapa estava na sala de Snape.
- Como pegaram isso? - pergunto puxando o mapa das mãos de George.
- Temos nosso meios, meu bem, além disso, apenas o pegamos de volta. - Diz George puxando o mapa de volta para si.
- De volta, é? - digo duvidosa.
- Longa história, gatinha. - diz Fred.
- E essa capa? - pergunto me referindo a capa de invisibilidade sobre nós.
- Bom, essa a gente pegou emprestado do Harry. - Diz George risonho olhando o irmão.
- Sem pedir, é claro. - Fred completa com um sorrisinho malicioso.
- Por que será que isso não me surpreende? - digo irônica.

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