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Meu celular começou a tocar. O som de Connie's foi aumentando enquanto eu o procurava na minha bolsa. Meu coração estava acelerado. Aquele toque era personalizado, pra quando Marco me ligasse.
-Bem, parece que ele descobriu que eu sumi. Falei, mais pra mim mesma do que pra Wes, que deu de ombros e aguardou ao meu lado enquanto eu procurava meu celular, como um cãozinho obediente.
Senti uma leve pontada no peito por ter saído às pressas. Com tudo o que Wes despejou em cima de mim, havia esquecido completamente como encontrei Marco e Kessy essa manhã.
Minha visão ficou turva. Novamente fui arrastada ao banheiro de Marco. As paredes com sangue, que agora escorriam sob meus pés, me fizeram gritar alto e estridente.
Sou puxada de volta à realidade com as sacudidas de Wes. As mãos em meus ombros me balançavam com certa urgência. Tenho certeza que assustei o garoto.
- Cyn??? Cara, você não tá nada bem, eu não deveria ter te contado nada, me desculpa. Me desculpa, me desculpa.
Ele estava completamente assustado, e eu, atônita. Por quê aquela visão voltara a me incomodar?
O celular parou de tocar quando eu finalmente convenci Wes a me soltar, garantindo que estava bem. Encontrei o celular depois de jogar quase todo o conteúdo da minha bolsa na calçada.
Além da ligação, havia uma par de mensagens silenciosas, algumas da minha mãe, outras de Marco. Kyle também mandou, e um número desconhecido que eu deixei por último, pensando se tratar de anúncios.
As mensagens de minha mãe eram tranquilas. "Ótimo", pensei. Marco não havia contado a minha mãe que eu saí mais cedo, pelo menos assim conseguiria comer com Wes enquanto tentava extrair mais algumas coisas dele. Já as mensagens de Marco eram urgentes: O "Onde vc tá?", "Pq saiu cedo?" e "Me liga, pf, estou preocupado" eram predominantes, o que me fez por um momento me sentir culpada por deixar que o ciúme me abalasse a ponto de correr da casa dele como um cachorrinho assustado. Kyle só mandou um simples "Me explica tudo assim q ver essa mensagem", o que mostrava que Marco já tinha conversado com ele. A última mensagem, que eu pensava se tratar de um anúncio por ser número desconhecido, foi a que me surpreendeu. "Avise a Wes que eu também quero explicar - Ranny".
Como Ranny sabia que eu estava com Wes?
Ainda encarando a mensagem, o chamei:
- Wes...?
Algo no meu olhar deve ter me entregado, pois assim que seu nome passou por meus lábios, ele ficou nervoso.
- Diga, guria. Muita gente mandando mensagem? Sorriu de lado enquanto levava mais um cigarro à boca. O cheiro da nicotina não era algo que me incomodava, afinal, antes de tudo acontecer, eu dava um ou outro trago em cigarros quando estava bebendo.
- Como Ranny sabia que você estava comigo? Você mandou alguma mensagem pra ela?
Ele corou levemente. Devagar, meneou a cabeça, afirmando, e não disse mais nada.
Voltei a atenção ao meu celular. Eu queria respostas. E, se Ranny tinha algo a dizer, eu queria ouvir. Respondi rapidamente "Ligue pra Wes e marquem um lugar, quero tomar café."
Logo que a mensagem foi indicada como "entregue", o celular de Wes tocou. Ele o sacou do bolso, disse uma série de "uhum's" e "sei's" e desligou.
Mandei a Marco: "Café da manhã com um antigo amigo, divirta-se com Kessy :)" e me arrependi no momento em que terminei de digitar. Estava sendo infantil, eu sabia, mas não queria estar perto dos dois agora.

KessyWhere stories live. Discover now