Depois da Tempestade

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Depois da tempestade o vento cessa
descansa e retoma o folego

barco de papel, de fundo mole
quase já não boia só navega a deriva
surfando ondas leves de mesmo ritmo

olhar já escurece exausto e enlouquece
cruzando o mar, vendo na borda do celeste
uma pequena ponta de triangulo mal feito

pele ressecada, deveras chicoteada por sal
caleja e se corta ao tentar continuar
antes que da carne saia em vermelho

músculo duro, fino, sem sebo
revelando a verdade do interior
futuro em breve presente

E a mão, já fraca, aperta a areia
marcando a presença da vida
que se esvai para além do conhecido, pois toda a viagem desemboca aqui

Na Praia dos Devaneios.

Devaneios e TempestadesOnde histórias criam vida. Descubra agora