Capítulo 1 - Baixando o Tinder

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Boa tarde, meus amores!
Tudo bem com vocês?

Trago uma shortfic em parceria com o @.
Até o dia 21 desse mês, ela se Deus me permitir, estará concluída.
É uma comédia romantica com uma pitada de darkfic.

Quero agradecer a @ pela capa maravilhosa. Eu amei demais!
Também quero deixar os meus agradecimentos a @ pela betagem e a @ pela revisão do capítulo.

Sem mais delongas, boa leitura.


"Me diz uma coisa: todo mundo tem um motivo para estar no tinder, se importa de me dizer o teu?"

Capítulo 1 - Baixando o Tinder

— Eu 'tô ficando maluca! — falei, deixando escapar um longo suspiro. — Eu preciso ver gente, preciso interagir, preciso sair de casa!

Calma, Sakura! — disse Hinata, tentando me tranquilizar. — Em breve as coisas vão voltar ao normal.

— Em breve? — Olhei para ela pela tela do computador. — Como assim em breve, Hina? Estamos trancadas há mais de seis meses! Seis putos meses!

Eles já estão produzindo as vacinas...

— Hina — encarei os belos olhos perolados dela —, se depender desse governo de merda, estamos ferrados!

Ela suspirou do outro lado, olhando-me sem graça, pois sabia que eu tinha razão. Seus longos cabelos escuros estavam presos em um rabo de cavalo. Ela usava uma faixa rosa, com um grande laçarote da mesma cor no topo da cabeça, para que os fios rebeldes não caíssem em seu rosto, já que sua pele estava coberta por uma fina camada de argila.

Hinata sempre gostou de cuidar da pele, então era mais que normal vê-la com algum tipo de produto diferente no rosto. Ela tocou com as pontas dos dedos a bochecha, querendo ver se a argila já havia secado.

Olha — começou de forma lenta, quase arrastada —, você podia baixar uns aplicativos de namoro.

— Namoro? — Olhei para ela incrédula. — Amiga, você sabe que eu mal sei mexer no facebook, não tenho nem instagram... Como assim baixar aplicativo de namoro? E como isso vai resolver o meu problema? Eu quero sair de casa!

Você precisa conhecer pessoas novas, Sah! Precisa que alguém massageie seu ego e que lhe diga o quanto é bonita; que te peça um nudes...

— Oi? Nudes? 'Tá doida?

Sim! Nudes! Você precisa utilizar mais os seus dedos! Isso é falta de sexo. Se tu gozasse, não estava estressada.

— Para você é fácil falar, já que está presa com o Naruto! — rebati exasperada. — Eu moro sozinha!

Cadê o vibrador que eu te dei de presente no chá de casa nova?

— Está dentro de uma gaveta no guarda roupa.

'Porra, Sah! — esbravejou Hinata do outro lado da tela, ela automaticamente levou as mãos ao rosto, não podia fazer movimentos bruscos com a musculatura facial por causa da máscara. — Por Kami! Meu tratamento... Não posso movimentar muito a boca.

— 'Tô vendo...

Hinata parecia um robozinho. Seus olhos arregalados, seu rosto completamente imóvel, eu mal conseguia notar os seus lábios movendo-se, a não ser quando ela perdia a compostura, como há segundos atrás.

Enfim, agora já foi — disse, me encarando. — Baixe um desses aplicativos de relacionamento online. Tem o tinder, badoo, happn...

— Amiga, eu não sirvo para essas coisas — falei, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Você sabe o quanto eu sou chata.

Você precisa tentar, Sakura! Vai que "a tampa da sua panela" está lá.

— Que 'tá lá o que... Quem está lá é o maníaco do parque, o pedófilo, o serial killer...

Sakura! — gritou Hinata. Ela ajeitou-se do outro lado, fazendo-me encarar os seus olhos semicerrados. — Deixa de ser fresca! Você sabe muito bem se virar sozinha! Se encontrar um desses, é só bloquear, e vida que segue!

— Vou baixar no celular...

Isso! Depois você vai me atualizando. Agora deixe eu ir. Preciso tirar isso da cara.

Hinata desligou a ligação me deixando sozinha novamente. Olhei para as janelas abertas vendo a chuva de verão cair sem parar na cidade do Rio de Janeiro. Eu teria que baixar o aplicativo, pelo menos um deles. Eu mal sabia mexer no facebook, não queria nem imaginar como seria ter que lidar com um aplicativo de relacionamento, pelo menos manteria minha cabeça ocupada. Como dizia a minha avó: "mente vazia, oficina do diabo".

Infelizmente, não tinha dinheiro para arcar com terapia, então precisava me manter sã, ficando longe de qualquer tipo de doença mental, como: pânico, depressão e ansiedade... Os remédios são caros e as sessões também. Em compensação, se eu esbarrasse com um desses maníacos, com certeza ficaria traumatizada...

— Oh, Deus! Livrai-me desse tipo de embuste. Sua filha só quer socializar e se der, dar a 'tcheca.

Desliguei o computador e peguei o celular em cima do balcão da cozinha, indo para o quarto. Me joguei na cama Queen Size entrando na play store e baixando o Tinder. Já tinha escutado falar dele, então optei por algo familiar aos meus ouvidos. Se ele é o melhor, ou o mais fácil de ser usado, eu não saberia dizer, pelo menos não de imediato.

Assim que o aplicativo baixou, cliquei no ícone. A primeira tela que abriu foi a forma como eu iria logar no aplicativo.

— Pelo google? — Pensei naquilo por alguns segundos. — Não! O único e-mail que eu tenho de trabalho é esse.

Olhei para a segunda opção.

— Facebook... Deus me Free! Não quero ninguém da família vendo que tive que recorrer a esses tipos de aplicativo para arrumar alguém. Não, de jeito nenhum! — Meus olhos foram para a terceira opção. — Número do celular... Puta que pariu! É uma opção viável, mas se o cara for chato e tiver acesso ao meu número, vai me perturbar no whatsapp...

Coloquei o celular em cima da cama e abracei o travesseiro. Podia escutar a chuva batendo contra a janela do quarto. A noite estava chegando, junto com a minha vontade de tirar um cochilo. Bocejei, passando o dorso da mão na boca.

— Deixo para ver isso mais tarde.

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