Deu Match?

Situações engraçadas, inusitadas e preocupantes Parte I

"Era isso ou enviar um SMS com a palavra amor para 48022".

Capítulo 4 — Situações engraçadas, inusitadas e preocupantes — Parte I

Uchiha:

Não me leve a mal, mas quem fez esse perfil foi o meu irmão, não estou interessado em compromisso.

Fiquei olhando aquela mensagem por vários minutos antes de responder. Muitas coisas passaram pela minha cabeça, a primeira delas foi: ridículo; a segunda foi: nem queria mesmo.

Haruno:

Ok.

Limitei-me a responder.

Não ficaria tentando puxar papo com quem não queria falar comigo. Eu tenho amor próprio e não sou o tipo de mulher que corre atrás de homem. Quer falar, de boa, não quer, foda-se. "Próximo!", pensei comigo mesma.

Tinha ficado super irritada com aquela simples mensagem de uma linha e meia. "Quem ele achava que era? Será que não tem culhões para impedir que o irmão faça o que bem entender da vida dele?", esse último pensamento me fez lembrar de Hinata. Ela não havia colocado uma arma na minha cabeça e me obrigado a fazer o perfil no Tinder, mas eu havia seguido os seus conselhos, não podia julgar o cara por ter feito, ou melhor, terem feito por ele a mesma coisa.

O que mais estava me deixando irritada era ter sido ignorada por um cara que eu julgava ser interessante.

— Só de pensar que você foi a minha primeira curtida, me dá raiva! — falei, colocando o celular em cima da cama. — Depois dessa eu vou dormir.

E foi exatamente o que eu fiz.

Deitei, dando as costas para o aparelho telefônico e fechei os olhos.

Rolei por vários minutos na cama, até desistir e voltar a pegar o celular.

— Maldito vicio! — disse, ajeitando o travesseiro e vagando pela internet. A única coisa que eu podia fazer era tentar interagir com os meus pretendentes no Tinder.

Voltei minha atenção para as outras curtidas que havia ganho naquela noite. Entrei no perfil de um menino de cabelos ruivos e olhos verdes tão intensos quanto os meus. Ele tinha a minha idade e pelo que pude ler em sua página inicial, ele era tão sedentário quanto eu.

— Será que dois sedentários juntos daria certo? — perguntei, analisando as três fotos de seu álbum.

Ele era bonito. Sua pele era alva, o que deixava claro que ele não saia de casa para nada, nem para ir a praia. Eu posso ser preguiçosa, mas eu amo o mar. Pensar no mar me fez querer voltar para o perfil fake do menino loiro.

Suspirei.

— Foco, Sakura. Foco!

Jogou o loiro gostoso para o fundo de sua mente e voltou a analisar as fotos do ruivo. Em uma das fotos ele estava sentado jogando video game, claramente feliz com a sua atividade.

Vou ser sincera, eu curto vídeo game, mas não sei jogar. Eu sou daquelas que prefere ver a pessoa jogando do que pegar o controle e "mão na massa". A primeira e última vez que eu peguei em um controle, eu tinha oito anos e foi na casa de um amigo de infância, nem me lembro mais o nome dele, mas nunca vou esquecer da forma como ele gargalhava me vendo girar o controle sempre que queria que o meu carro fosse para a esquerda ou direita.

Fiquei literalmente traumatizada, então desisti de aprender. Limitei-me apenas a observar quem gostava de jogar. Tenho que dizer, eu amava Mario Bros. Eu tive um peguete na época do colégio que jogava no Nintendo 64. A gente passava a maior parte do tempo sentados de frente para a TV jogando, quer dizer, ele jogando né, do que curtindo um ao outro. No começo eu gostava, mas depois eu percebi que o amor da vida dele era o video game e não eu.