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Bellatrix Marolly - bater em minha face.

Observo quase que todos os lugares daquele aeroporto, mas minha maior atenção se pairava na conduta das pessoas, como suas vestimentas ao modo de falar e agir. A viagem até o Brasil foi bem calma, o que me fez tirar um bom proveito para complementar algumas coisas do meu plano, me deixando tranquila ao ver que está iniciando tudo conforme eu havia previsto.

Guardo meus documentos e me afasto um pouco do balcão da recepção aguardando a informação de onde eu poderia conseguir um carro provisório e de baixa categoria, afinal chama atenção está fora da minha lista. Já tive oportunidades de viaja pra muitos lugares, mas o Brasil nunca esteve na minha lista apesar de saber pronúncia um pouco o português por interesse na linguagem, o que facilitou nos meus estudos quando realmente decidir vim passa uma temporada nesse país.

— Bellatrix Marolly.- me chama o atendente.- O carro se encontrar na ala superior, bloco duzentos e quinze e a chave se mantém na ignição.

Confirmo com a cabeça, em forma de agradecimento e logo caminho até a ala superior. De fato é quase impossível não sentir falta de casa quando você está fora da sua zona de conforto, principalmente quando nada parece ter a mínima semelhança do seu antigo país. Adentro no carro e logo pego o celular da bolsa passando a discar uma mensagem para garota da qual me alugou o imóvel.

Nada do que pudesse me auto crimina veio comigo, mas estava sendo transportado de forma ilegal até ao meu encontro, afinal eu preciso de algo para minha defesa caso alguma coisa saia do meu controle. Ligo o aplicativo que seguia perfeitamente o endereço da minha nova casa, me fazendo seguir suas instruções na avenida bastante movimentada do lugar.

Durante todo o percurso da viagem recebi diversas ligações e mensagens do Darvin e do Brandon, o que por impulso desliguei o aparelho telefônico para evitar possíveis dúvidas de havia tomado uma decisão precipitada. Compreendo a aflição deles, mas eu estava convicta de que estava fazendo tudo perfeitamente bem e não custava nada confiar na minha ideia. Desde então, ainda não havia respondido nenhuma das mensagens ou ligações, afinal desde que havia saído do país da Itália que tenho feito planos que não devem ser atrapalhados no momento.

Um longo percurso foi percorrido até que eu pudesse chegar perto do meu destino. Lembro-me quando em uma das palavras do Brandon ele disse que seria o centro das atenções, só não sabia que isso acontecia tão cedo. Observo num total de cinco homens impedindo meu avanço, fazendo com que eu diminua a velocidade do automóvel.

Parados enfrente ao carro, seguram firmemente a fuzil atravessada em seu corpo com o dedo posto ao gatilho prontos para qualquer ação contrária a deles. Um deles se desloca dos demais ao se próxima do carro com um péssimo semblante e não demorou muito para bater na janela do carro com brutalidade.

— Veio busca o que aqui dentro? A zona sul fica do outro lado.- diz rude após o vidro desce.

— Obrigada pela informação, mas não estou indo pra zona sul.- respondo o mesmo pacientemente.

— Te fiz uma pergunta filha, responde!- continuou com sua rispidez.

Dessa vez respiro fundo ainda encarando seus olhos, afinal eu tinha que ultrapassa aquela fase e não podia por tudo a perder no início de tudo por conta de um babaca grandalhão.

— Pra que eu possa responder a sua pergunta, será que você poderia responder a minha antes?- pergunto.

— Se tu continuar com marra, eu vou dá um murro nessa tua cara.- me responde de forma bruto.- Então apenas responde as minhas perguntas.

— Não sabia que pra morar aqui dentro eu tinha que dar satisfação a você.- desligo o carro, antes de voltar a encará-lo nos olhos.- Você é o que, dono do lugar?

Ele me encara com fúria nos olhos, antes de analisar a movimentação do ambiente e isso o faz sorrir fraco ao negar brevemente com a cabeça voltando a olhar em meus olhos novamente, ainda mais sério.

— Tá querendo morrer é vadia?- pergunta num tom calmo, mas seu semblante transmitia outra coisa.

Franzir a testa, antes de abrir a porta com agressividade, o que fez bater contra o corpo do rapaz que deu um passo a trás. Ele poderia te colocado o dedo em minha face, mas não poderia ter usado essa palavra comigo, me desonrado ao insinuar algo que eu não sou e principalmente me ameaça dessa forma.

— Eu não estava lhe tratando com marra até o ponto que ameaçou bater em minha face e também não pense que não usarei palavras firmes só porque você não consegue ser contrariado.- continuo, antes de bater à porta do carro.- Agora além de me ameaça mais uma vez, você vem querer me desvalorizar me insultando ao usar essa palavra imunda?!

— Ficou sentida por eu ter te chamado de vadia?- pergunta sorrindo sarcástico.- Você é a única vadia que não gosta de ser chamada de vadia.

Fecho os olhos pro breves instantes buscando paciência, pois eu realmente precisava ultrapassar essa fase.

— Eu não vou me comparar com você e muito menos me igualar ao seu nível, então, peça para aqueles rapazes saírem da frente do carro, pois tenho pressa.- digo abrindo a porta do carro, mas logo ela é fechada bruscamente.

— Ninguém vai sair da frente porra, agora quando entrar no carro dar meia volta e mete o pé daqui.- diz num tom autoritário.- E agradeça por ter crianças na rua, se não você sairia daqui de dentro de um saco preto.

Encaro os olhos claro do homem por um momento, antes de abrir a porta do carro novamente, passando a de adentrar no mesmo. Estou disposta a não dar meio voltar até que a garota que me alugou o imóvel chegue até mim e me devolva até o último centavo pago por mim. Não que eu estivesse precisando do dinheiro, mas tenho a plena certeza de que se eu a pressionasse talvez ela conseguisse falar com aquele miserável e o convencesse a me deixar viver aqui dentro.

ITALIANAOnde histórias criam vida. Descubra agora