- Alessandro? - estávamos no carro, em frente ao hospital dos olhos e minha mãe decidiu ligar para meu pai e avisa-lo sobre o ocorrido.Eu não sabia o que pensar. Não queria ter falsas esperanças, afinal, eu eraconsiderada uma cega sem volta há algumas horas atrás, antes de acordar.
- Não querido, não se preocupe. Vamos fazer alguns exames e o doutor está disposto a fazer o que for necessário para conseguir resultados precisos [...] Sim, ela está bem - senti uma mão acariciando minha cabeça - Na verdade nem ele sabe, por isso vamos fazer os exames[...] Eu ligo para você se eu receber algum resultado. Tchau. Te amo.
- Mãe... você acha que talvez...?
- Não fiquei pensando em talvez - repreendeu minha mãe abrindo a porta do carro.
Alguns minutos depois, o doutor nos explicava o resultado dos exames que fiz logo depois do acidente, há um ano e meio atrás. Dizia que nenhum exame era muito preciso, pois ele ainda não sabia o que tinha causado minha cegueira. A córnea não estava machucada e a retina parecia estar um pouco danificada, mas que ele não sabia dizer, era como estava o nervo óptico, um exame que ele decidiu fazer logo após fazer alguns testes comigo.
Eu mal notei a hora passar, mas ia me sentindo cansada com todo o
processo. Meus olhos ardiam e já não aguentavam tanto colírio.Minha mãe se mantinha quieta, observando todo o processo e o médico fazia comentários de vez em quando.
Às três da tarde, ele resolveu fazer o exame para saber como estava meu nervo óptico e também refazer todos os outros exames para ver se algo havia mudado ao longo do ano.
Mais duas horas se passou e eu já não aguentava mais ficar ali, sendo examinada a todo minuto sem descanso. Não havia sentido em tantos exames. Provavelmente eu não voltaria mais a enxergar. Suspirei irritada.
- Só mais alguns minutos - murmurou o médico. Sua voz estava perto e abafada pela mascara no rosto.
Eu estava deitada, com luzes fracas nos olhos e ele examinava, novamente, meus olhos externamente.
- É engraçado como ele não perdeu totalmente a cor após você ter ficado cega. Isso é um bom sinal, afinal, ele está reagindo contra luz - dessa vez foi
ele quem suspirou. Estava cansado - Vocês terão que voltar aqui amanhã para pegar o exame e depois ir ao meu consultório de oftalmologia para eu poder ver os resultados. Não precisam marcar horário.Ele saiu de cima de mim e, com um clique, soube que ele desligou a luz.
- Por hoje é isso.
Me sentei, querendo apenas ir embora depois do dia estressante. Passei a mão pelos cabelos e me levantei.
- Obrigada doutor. O senhor foi muito atencioso - senti a mão de mim mãe sobre a minha - Espero não termos deslocado tanto sua agenda.
- Não se preocupem - Ele abriu a porta da sala de exames - Nos vemos amanhã então.
- Sem falta.
Eu apenas sorri.
...
Meu pai já estava em casa quando chegamos e a primeira coisa que fez ao nos ver, foi me abraçar.- Sarah, você está bem?
- Estou - respondi sorrindo e correspondendo ao abraço.
-Tiveram algum resultado hoje?
- Não-respondeu minha mãe. Parecia estar mais cansada que eu - Apenas amanhã.
- Desde que horas você está aqui?-perguntei para meu pai, estranhando ele ter chego tão cedo.
- Desde as quatro. Não consegui trabalhar. A propósito... Ligaram do instituto perguntando por que você não compareceu e... Juliette a garota que mora aqui do lado veio aqui querendo falar com você.
Meu pai já estava em casa quando chegamos e a primeira coisa que fez ao nos ver, foi me abraçar.
Juliette não havia cruzado minha mente a tarde inteira e eu não estava afim de começar a pensar nela agora. Respirei fundo, indo em direção a cozinha.
- Estou com fome - anunciei - O doutor achou que eu e mama vivêssemos de ar como ele.
Minha mãe riu e me seguiu até a cozinha.
13/20
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By My Eyes - Sariette Version
Fanfiction[CONCLUÍDA]Há um ano, eu havia sofrido um sério acidente de carro. Minha amiga, que dirigia, havia morrido no caminho para o hospital de parada cardiorrespiratória. Foi difícil a adaptação. No começo, tudo me irritava, principalmente a morte de Robe...