b ô n u s

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Mundo silencioso
O alto mar não se move
Parece o silêncio de um túmulo
Ninguém está acordado
O tempo passa lento
Calmaria total

No entanto, é nobre acreditar
Que as pessoas podem ter esperança
Eu vejo através da calma
Tudo o que leva pelos séculos

Nós percebemos, é fácil
Turistas e eu
Preenchemos as montanhas
Isso ecoa
Ecoa em nossas cabeças
Há calmaria

No entanto, é nobre acreditar
Que as pessoas podem ter esperança
Através das chamas eu vejo
Um barco escuro que devaneia de esperança
Uma chuva pela manhã
Causando calmas ondulações
E um ataque de gaivota
Aquela que invade a calmaria.

DauðalognSigur Rós

Dauðalogn • Sigur Rós

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— Alô... Susie? Chame pelo doutor Bartolomeu, ela piorou de novo. — Sussurrou Dalilah, puxando os fios de seu atual cabelo longo.

Alô, meu bem. Barty não está no hospital agora, mas posso chamar pelo...

— Não! — Esganiçou apavorada, a idosa do outro lado da linha franziu a testa preocupada. — Ela precisa dele, só ele consegue trazer minha Gabi de volta.

Gabriela voltou a chamar por eles? Pelos amigos imaginários?

— Está pior. — Murmurou engolindo em seco.

Já fazia três anos que seus pais haviam falecido, a mobília e a casa ficaram no nome das filhas. Dalilah cursou psicologia por longos anos, procurava entender e ajudar sua irmã mais velha, porém, os métodos acabaram se esgotando quando ela teve sua primeira crise.

Maria Gabriela nunca foi a mesma desde que vira seus dois últimos amigos caírem naquele prédio destruído, em seu íntimo desejava ter caído lá também e dado um fim ao seu sofrimento. No entanto, ao retornar para sua família foi transferida a um centro de reabilitação, seus pais sabiam que seria necessário para que ela voltasse à sociedade novamente.

Isso durou três anos. Após a morte dos pais, sua irmãzinha decidiu cuida-la sozinha e junto de seus conhecimentos aprendidos na faculdade, mas no fim precisou de Susie e seu namorado, o doutor Bartolomeu.

Como assim pior?

— Vou mandar uma foto. — Cochichou caminhando de mansinho ao quarto da mulher, as mechas castanhas antes tão longas e estonteantes estavam cortadas rentes à nuca e quase brancas. — Gabi...

Ela levantou o olhar à câmera ligada, aquele tipo de olhar que a fez ter calafrios pela profundidade do abismo. Suas olheiras estão fundas, feito tigelas, ela está em um estado de desnutrição alarmante que mal pode ficar de pé sem ter que usar a cadeira de rodas. Ela mais parece a sombra da garota alegre e festeira que era.

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