Capítulo 8 - Viva com a cabeça erguida

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Após alguns minutos de caminhada, ambos se aproximaram de onde queriam. No momento, estavam à frente do próximo quarto que iriam ter que entrar, um tanto receosos para ver como aquelas duas pessoas estavam. De forma sincronizada respiraram fundo, logo em seguida apenas Sanemi estendeu sua mão até a maçaneta e, mesmo estando hesitante, abriu a porta, revelando o semblante dos dois familiares do amigo de infância.

– Senhor Sanemi! Senhor Obanai! – A voz calma de Senjuro pegou o platinado de surpresa, sentiu uma sensação estranha em seu peito ao ver o garoto sorrir gentilmente na sua direção. Era um sentimento de nostalgia, pois Kyojuro era exatamente assim na época escolar. – Fico feliz de vê-los depois de tanto tempo!

– Digo o mesmo... – Obanai disse baixinho enquanto se aproximava do rapaz, sorrindo levemente por trás de sua máscara. – Bom dia, Shinjuro.

– Hm... – A mesma face séria e emburrada de Shinjuro estava presente naquele instante, o que não surpreendeu ninguém no cômodo.

– A-Ah... Vocês vieram para falar conosco sobre tudo isso, não é...? – Hesitante, Senjuro questionou, o que fez seu pai resmungar alguns xingamentos sobre seu filho mais velho. – Se não é isso, tudo bem! Eu só imaginei que seria, porque... Me parecia o único motivo para...

– Ei, Senjuro. – Sanemi o chamou, demonstrando um sorriso discreto nos lábios enquanto tentava confortá-lo. – Não precisa se explicar, está tudo bem. Se acalme, ok?

– Viemos aqui fazer algumas perguntas, mas o principal é saber como estão. – Completou Obanai numa tentativa de tranquilizar o garoto. – Se não puderem falar agora, tudo bem.

Um silêncio desconfortável se instalou no cômodo. Senjuro estava hesitante em conversar sobre aquele assunto, era muito recente e este não havia se recuperado totalmente do trauma que recebera. Mesmo que contra a vontade, o jovem Rengoku ia se pronunciar, mas seu pai falou primeiro, na qual surpreendeu o rapaz ao vê-lo interagindo com outras pessoas.

– O que querem saber? – Shinjuro perguntou seco, na qual cruzou seus braços e encarou sem muita animação os dois policiais.

A dupla ficou surpresa ao ver aquela atitude vindo de Shinjuro, na verdade, estavam surpresos que este estava conversando com eles, pois era um tanto raro daquilo acontecer. Mesmo que não fosse por um bom motivo a comunicação que estava havendo entre eles, os dois detetives estavam levemente felizes de ver aquele homem tendo o mínimo de contato.

Aproveitando a oportunidade das perguntas que o maior havia dado, Obanai questionou o que havia acontecido com eles dois nos últimos anos. Shinjuro começou dizendo que logo após o final do Ensino Médio de seu primogênito as coisas na casa haviam mudado de forma um tanto quanto repentina e os últimos três meses ele havia começado a agir de forma mais "bruta".

– O senhor Giyuu adotou duas crianças naquela época e meu irmão começou a agir de forma estranha depois de ter ficado sabendo que o senhor Sabito estava muito presente na vida dele. – Senjuro disse timidamente. – E... Eu tentei entender o porquê, mas nada além de ciúmes saía da minha cabeça.

Um breve silêncio pairou entre eles após a fala do jovem Rengoku, que apertou o lençol de sua cama e deu um suspiro frustrado. Atualmente, Senjuro possuía a mesma idade que Genya, que era 15 anos. Os dois garotos eram colegas de escola mas dificilmente se falavam, no máximo era uma troca de palavras e nada mais. O garoto sentia-se mal diante daquela situação, não entendia os motivos de ter acabado daquele jeito por conta do próprio irmão, a pessoa que mais admirava e se inspirava na vida havia cometido um crime gravissímo, e o pior de tudo: Senjuro não compreendia o porquê daquilo.

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